O Festival Contrapeso, evento organizado pela Mákina de Cena traz, nesta segunda edição, 25 artistas de 12 nacionalidades, em seis espetáculos de estreia absoluta em Portugal.
Pela primeira vez com um cartaz internacional, o Festival Contrapeso prepara-se para regressar a Loulé, de 1 a 4 de dezembro.
Sob o mote «From Paris with Love», Carolina Santos e Marco Martins, fundadores da Mákina de Cena, apresentam espetáculos e artistas que cruzaram o caminho de ambos durante a sua passagem por França, e que remetem para a criação desta associação cultural.
«Este festival surgiu de uma ideia na pandemia. Quisemos trazer quatro dias de programação alternativa, criar um contrapeso, algo diferente e fora da época alta no Algarve. Para se quebrar esta assimetria, algo tem mesmo de acontecer fora desse período. Assim, na primeira edição trouxemos apenas solistas nacionais, em três concertos e três peças de teatro, mas decidimos logo que cada uma teria o seu mote diferente», começam por explicar ao barlavento.
Este ano, nas palavras da também atriz, «quisemos mostrar o porquê de fazermos isto. Todos os artistas que convidámos estão relacionados com o tempo em que vivemos em Paris, a forma como essas vivências nos mudaram, como abalaram o nosso mundo e nos fizeram crescer e questionar. Sobretudo, são pessoas com uma qualidade artística que foi muito importante para a nossa maneira de pensar e de sonhar alto».
Nesse sentido, o segundo Festival Contrapeso traz a Loulé seis estreias nacionais, 25 artistas de 12 nacionalidades diferentes, entre França, Austrália e Coreia do Sul, quatro espetáculos de teatro, três concertos de jazz, um workshop de comédia física, um ensaio aberto e uma exposição multimédia, num programa pensado para toda a família e que vai ocupar cinco espaços culturais do concelho.
«Um dos objetivos para esta edição era que o Contrapeso ocupasse a cidade. No primeiro ano estivemos em três espaços, agora vamos estar em cinco. A ideia foi a de conseguir criar um circuito. Ou seja, termos um espetáculo, seguir-se uma pausa para jantar, e depois poder-se assistir a outro artista», refere Marco Martins, músico de jazz.
A Casa da Cultura de Loulé, a Casa da Mákina, a Casa do Meio Dia e o Cineteatro Louletano vão acolher todos os espetáculos, mas há ainda dois pontos de encontro informais, no Bafo de Baco e no 8100 Café.
«São encontros que estamos a proporcionar para todos os que quiserem aparecer, para os artistas também se conhecerem uns aos outros e para partilharmos ideias», aponta Carolina Santos.
É também a cofundadora da associação cultural que dá nota dos destaques ao nível do teatro que o Contrapeso vai trazer a Loulé.
O destaque do cartaz, e também o maior espetáculo do festival, é «Dracula – Lucy´s Dream», em estreia nacional, marcado para dia 3 de dezembro, às 21h00, no Cineteatro Louletano, com direção artística de Yngvild Aspeli da companhia de teatro Plexus Polaire.
«É talvez a companhia com mais renome internacional em termos de marionetes de tamanho real, ou seja, teatro visual. Ela tem um universo muito particular e sombrio. Este é o grande destaque porque além de ela ser incrível, a companhia tem uma dimensão fora do comum. Vai ser imperdível», assegura a responsável.
Antes disso, o coletivo The Latebloomers apresenta três espetáculos. O primeiro, «Scotland!», no dia 1 de dezembro, às 17h00, também no Cineteatro Louletano, «junta um australiano, um sueco e um inglês que se conheceram em França e criaram este projeto baseado em comédia física», explicita Carolina Santos.
Segue-se o solo «Mando» no dia 2, na Casa da Mákina, às 19h00 e a 3 de dezembro o «Stricktly Barking», às 11h00 no mesmo local que o anterior. «São peças que já receberam diversos prémios, todas para maiores de quatro ou seis anos e em estreia nacional absoluta», denota a atriz.
Na música, a escolha foi feita por Marco Martins. «São artistas que tiveram um grande impacto na minha vida e na gravação do meu álbum em França. Tocam ridiculamente bem e obrigaram-me a elevar o pensamento. Quisemos trazê-los para dar oportunidade aos louletanos e algarvios de perceberem aquilo que nos move», conta.
Assim, no primeiro dia de Festival, o Solar da Música Nova acolhe o pianista franco-grego Antoine Karacostas num quarteto de jazz, às 21h30. No dia seguinte, é a vez do trio de Florent Souchet, no mesmo local e horário, estando o último concerto programado para o mesmo espaço no dia 4, às 17h00, com Marco Martins a subir a palco e a revisitar o seu álbum gravado em Paris, «Roadbook».
No programa entra ainda uma exposição multimédia do fotógrafo João Catarino, intitulada «Arquivo Samotrácias», patente durante os quatro dias na Casa do Meio Dia, realizada em torno da primeira produção internacional da Mákina de Cena.
O workshop de Comédia Física fica a cargo do trio The Latebloomers, às 15h00 e às 19h00 na Casa da Cultura de Loulé, no dia 3 de dezembro.
Por fim, Marco Martins vai estar em ensaio aberto dirigido a estudantes do Conservatório de Música de Loulé, às 17h00 e às 18h00, no Solar da Música Nova.
O programa completo pode ser consultado no website da Mákina de Cena, assim como nas redes sociais, sendo que os bilhetes podem ser adquiridos nos locais dos espetáculos.
O Festival Contrapeso conta com o apoio da Direção-Geral das Artes, Câmara Municipal de Loulé e Região de Turismo do Algarve.