Os deputados do Partido Socialista (PS) eleitos pelo Algarve têm vindo a acompanhar a situação pós-temporal que afetou dezenas de empresários e comerciantes na sequência da intempérie que atingiu Albufeira, a 1 de novembro de 2015.
O acompanhamento tem vindo a ser feito «tanto junto dos lesados», como das associações que representam os diferentes sectores de atividade, «reunindo com a Associação Portuguesa de Seguros, efetuando diligências junto do anterior governo e Câmara Municipal, assim como junto do atual governo», segundo informou, a 8 de fevereiro, o gabinete de comunicação do PS/Algarve, em nota de imprensa.
O anterior governo PSD, «veio com pompa e circunstância, anunciar a criação de uma conta de emergência, anúncio que não passou de um número político, pois não estava acompanhado das medidas de execução indispensáveis a essa implementação», lê-se ainda.
Após os contactos com as associações empresariais, os deputados do PS António Eusébio, Luís Graça, Fernando Anastácio e Ana Passos, propuseram o lançamento de linhas de crédito, «o que não teve qualquer sequência durante o governo PSD/CDS».
Três meses depois, os deputados socialistas anunciam «que as linhas de crédito propostas estarão, a curto prazo, em condições de ser anunciadas e acionadas pelos interessados», apesar de não avançarem com datas concretas.
Sobre a conta de emergência, os socialistas afirmam que «consta que a Câmara Municipal de Albufeira, apesar de se ter comprometido a concluir até 31 de janeiro, o levantamento [no âmbito dos processos] a efetuar pela referida autarquia, até à data» não o concluiu, nem o entregou ao «Ministério da Administração Interna».
No entanto, contactado pelo «barlavento» na segunda-feira passada, o presidente da Câmara Municipal de Albufeira Carlos Silva e Sousa (PSD) avançou que, hoje, quinta-feira, 11 de fevereiro, «haverá uma reunião, marcada pelo Ministério, para que os técnicos possam entregar os processos elaborados pelos empresários e população», nos quais se candidatam aos apoios.
Até porque, este procedimento foi o que ficou acordado, reforçou o edil. «Os técnicos não tinham que entregar quando terminou o prazo, pois o que ficou assente é que o Ministério iria agendar uma reunião para receber os processos», justificou ainda.
As críticas vão mais longe e os socialistas dizem que não aceitam «a posição pública do presidente da Câmara Municipal de Albufeira, que, ao invés de trilhar o caminho da colaboração institucional, colocando em primeiro lugar o legítimo interesse dos munícipes, preferiu vir para a comunicação social fazer declarações não verdadeiras e tentar aligeirar a responsabilidade por factos, cuja não resolução decorrem, até ao momento, da sua única e exclusiva responsabilidade».
Carlos Silva e Sousa argumenta que se limitou a responder às perguntas dos jornalistas, quando questionado, defendendo que «só tem como interesse a colaboração do município e que as pessoas lesadas recebam o dinheiro». Espera que «o processo seja célere», não tendo interesse «em entrar em guerras políticas». Por esta razão, a Câmara foi intermediária da população, criando o gabinete de apoio aos lesados pela enxurrada de novembro e auxiliou na organização dos processos, pois os apoios criados, como o Fundo de Emergência, são medidas governamentais, concluiu.