Partido Social Democrata (PSD) diz que há muito alerta para «gestão à deriva, sem rasgo, sem estratégia» do Partido Socialista (PS) na Câmara Municipal de Loulé.
A concelhia do Partido Social Democrata (PSD) diz ter tomado conhecimento hoje, na comunicação social, de «um balanço e uma reflexão sobre caminhos e projetos a concretizar nos derradeiros dois anos de trabalho», levado a cabo pelo Partido Socialista (PS) no executivo da Câmara Municipal de Loulé.
«Estranhamente, este mesmo executivo da Câmara Municipal de Loulé reuniu-se ontem, dia 02 de outubro, com a presença dos vereadores do Partido Socialista e da oposição, e nesse momento, o senhor presidente [Vítor Aleixo] não prestou qualquer informação sobre este exercício de reflexão, em que o PS pretende dar um ar de normalidade e camuflar o mal-estar instalado no seio da equipa que ele próprio escolheu», reagem os social democratas louletanos, também em comunicado enviado às redações.
«O Partido Socialista continua a desrespeitar o órgão que ele próprio dirige, o executivo da Câmara Municipal, não prestando as informações que deveria a todos os vereadores eleitos pelo povo. Desrespeitando assim, igualmente, todos os eleitores do concelho de Loulé. Uma reafectação de pelouros, a demissão da sua vice-presidente, eleita há pouco mais de dois anos, naquele que é o seu último mandato, é tudo menos normal», considera o PSD Loulé.
«Há muito que se nota cansaço de governação, e o desgaste muito acima do normal por parte deste executivo do Partido Socialista na Câmara Municipal de Loulé. Há muito que o PSD Loulé tem alertado para esta gestão à deriva, sem rasgo, sem estratégia de longo prazo, em que, inevitavelmente, quem fica gravemente prejudicado somos todos nós, os munícipes deste grande concelho».
A oposição vai ainda mais longe nas críticas e diz que «ano após ano, os projetos mais importantes vão ficando para trás, as promessas são desfeitas, e as principais linhas programáticas do seu programa eleitoral, aquelas que levaram as pessoas a votar no Partido Socialista nas últimas eleições, são ignoradas. Tal tem provocado uma forte instabilidade interna, e ao longo dos anos, demissões e saídas de peso. Basta recordar as do anterior presidente da Assembleia Municipal de Loulé, Adriano Pimpão, as da vereadora Heloísa Madeira da pasta do Urbanismo, uma das mais importantes na gestão camarária, e ousando recuar mais uns anos, a saída de Hugo Nunes numa das primeiras remodelações que o senhor presidente [Vítor Aleixo] decidiu empreender no final do seu primeiro mandato, apelidando-a, ela também, de natural».
Em suma, diz o PSD Loulé, «as demissões e as renúncias são mais uma infeliz, mas indesmentível imagem de marca deste executivo do PS».
E «quem mais fica prejudicado desta evidente falta de liderança, são os munícipes. Um executivo forte tornará sempre o concelho mais forte, na medida em que será capaz de exigir mais do governo central, mais de si próprio, em prol de quem os elegeu e do território que governa».
Pelo contrário, «um executivo fraco, assume obras que deveria ser o Estado a pagar sem nada pedir em troca, e não reclama por mais investimento público, mais obras, mais atenção do governo da República às necessidades do concelho. Hoje, a apatia, o deixa andar, as saídas de funcionários com pastas importantes a seu cargo, assim como as reestruturações orgânicas sem eficácia, não deixam margem para dúvidas: o Partido Socialista está cansado. Cansado de governar».
Cláudio Lima, presidente do partido da oposição no concelho de Loulé, afirma que «continuará a desempenhar o seu papel e está preparado para, quando os eleitores do concelho assim o decidir, assumir a governação deste grande município», pois «o que tem acontecido na gestão da Câmara Municipal de Loulé é tudo menos normal, e é indisfarçável o embaraço, a fragilidade e o esgotamento com que o Partido Socialista se apresenta agora para governar estes últimos dois anos».