Petição em prol do Hospital Central do Algarve ultrapassa 10 mil assinaturas

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Cristóvão Norte, autor da petição em prol do novo Hospital Central do Algarve, garante que o abaixo-assinado é apartidário e serve um «desígnio» regional em espera há 20 anos.

A petição pública para a construção do novo Hospital Central do Algarve foi lançada em agosto e desde então tem «varrido» a região de uma ponta à outra, garante o promotor e primeiro subscritor, Cristóvão Norte.

Já ultrapassou os 10 mil subscritores, entre as assinaturas recolhidas online e em formato papel. «Circula pelos 16 concelhos, pode ser encontrada nos sítios mais díspares, desde repartições públicas, lojas de comércio a centros de saúde. Está um pouco por todo lado, tem tido uma extraordinária aceitação por parte das pessoas», diz Norte, independentemente da simpatia partidária de quem assina.

«Acho que o desígnio de ter um novo Hospital Central no Algarve não é propriedade de nenhum partido. Creio que há um consenso tão largo quando políticas, como nas forças económicas da região em favor de se avançar para» esta infraestrutura.

«Tem sido muito reconfortante porque há pessoas que viram a petição na Internet, imprimiram, recolheram as assinaturas e enviaram pelo correio. Pessoas que não conheço e agradecem até a oportunidade de se envolverem nesta causa», afirma.

Até porque «esta não é a petição do Cristóvão Norte, não é a petição de nenhum partido, é sim uma petição que visa trazer a vontade dos algarvios, para que essa vontade vença qualquer bloqueio, constrangimento ou dificuldade em se avançar definitivamente com isto», sublinha.

A petição chegou esta semana ao Parlamento Europeu, em Bruxelas.

Questionado sobre o modelo de financiamento em parceria público-privada, responde que «todos nós acompanhamos este processo desde 2009. Aquilo que sabemos hoje é que o governo, no último despacho que emanou da ex-ministra (Marta Temido), decidiu, há dois meses, afastar tudo o que tinha sido feito entre 2005 e 2022, e mandatar a ARS para estudar uma posição fundamentada de modo a fazer avançar a infraestrutura. Em larga medida, estamos próximos da estaca zero. Não há projeto, não há concurso. Da minha parte, a questão do financiamento ser público ou em parceria não é essencial. A questão essencial é termos uma infraestrutura moderna, com perfil universitário, capaz de auxiliar na superação de estrangulamento da região, sobretudo os que versam o recrutamento e a fixação de enfermeiros, de assistentes técnicos, entre outros profissionais. A questão essencial é que queremos uma instituição hospitalar com mais valências, mais prestígio, melhor reputação, que seja líder do Serviço Nacional de Saúde (SNS) da região e que exerça essa liderança nos serviços prestados aos cidadãos».

«Portanto, se o sentido do governo for começar a avançar, somos completamente favoráveis. A petição serve precisamente para ilustrar isto. Todos concordaram que esta infraestrutura era necessária e 20 anos volvidos, ainda não existe. Já assistimos ao lançamento da primeira pedra, a concursos, já assistimos a tudo. Aquilo que os algarvios devem demonstrar é que a consideram prioritária para a saúde na região», enfatiza.

«Não quero falar aqui na qualidade de presidente do PSD Algarve. O mais importante nesta petição é que ela seja o mais plural possível e que não fique fechada em qualquer partido. Tenho recebido apoios e subscrições de pessoas de todos os quadrantes políticos e garanti-lhes que nunca usaria a petição como instrumento para ferir quem quer que fosse ou para apuramento das responsabilidades por a infraestrutura ainda não existir, apesar de ter sido garantida há 20 anos. O que me interessa é o presente e o futuro».

Cristóvão Norte acredita que (ainda) vale a pena apostar em petições à Assembleia da República e dá como exemplo a que fez para a criação do curso de Medicina na Universidade do Algarve, em 2005.

«Na altura, teve o seu peso e foi útil na estratégia que a universidade tinha delineado. E há outra coisa. Quero que esta seja a maior petição de sempre de um tema do Algarve dirigida» ao Parlamento.

«Já vi assuntos importantes resolvidos através de petição. Agora, não é isso que resolve o problema. A petição é um instrumento de pressão política que visa chamar a atenção do governo para a urgência de resolver o tema».

E por conseguinte, «obriga os deputados da região a terem mais atenção nestas matérias», conclui. Dada a experiência parlamentar, Norte considera que «o momento adequado para a entregar será em fevereiro ou março» de 2023. Talvez a tempo de atingir o objetivo em pleno.