PAN Algarve recomendou hoje à Câmara Municipal de Faro instalar «um sistema seguro de rastreio, em modelo drive-through» à semelhança do que já acontece em outros pontos do país, como em Lisboa, Cascais, Porto e Gaia, para agilizar a detecção de pessoas infetadas com o novo Coronavírus (COVID-19).
Considerando o momento atual de saúde global e partindo das orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), que revela a necessidade imperativa de testar o máximo de pessoas como forma de conter a pandemia do novo Coronavírus (COVID-19), o PAN Algarve enviou hoje, quinta-feira, dia 19 de março, uma recomendação à Câmara Municipal de Faro no sentido desta «instalar um sistema seguro de rastreio, em modelo drive-through à semelhança do que já acontece em outros pontos do país, como em Lisboa, Cascais, Porto e Gaia», segundo apurou o barlavento.
O objetivo principal desta media é «identificar o maior número de pessoas que possam estar infetadas com o Coronavírus, para sua própria segurança e de outros, e conter ao máximo a disseminação do vírus».
A Comissão Política Distrital do PAN Faro, recomenda ainda que «estas medidas sejam colocadas em prática urgentemente em todos os municípios da região com o apoio da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve e outros serviços públicos ou privados, como laboratórios e clínicas» de forma a agilizar o processo.
Ouvido pelo barlavento, Paulo Baptista, membro da Assembleia Municipal de Faro e da Comissão Distrital do do PAN, reitera a importância de seguir as orientações da OMS e adaptá-las localmente.
«São orientações claras. É necessário isolar, testar, tratar e sobretudo rastrear. Não podemos salvar pessoas e preservar a saúde de todos se não soubermos onde está a doença. É um trabalho bastante exigente, mas absolutamente necessário».
O PAN Algarve reafirma assim um compromisso de responsabilidade social «neste momento tão difícil, e está disponível para colaborar naquilo que for necessário no sentido de encontrar soluções mais tranquilizadoras para todos nós, de forma a que possamos retomar o mais seguro e rapidamente possível a nossa vida em sociedade».
O exemplo que vem do norte
O Queimódromo do Porto tem desde ontem, quarta-feira, 18 de março, o primeiro posto de recolha de material para análises de rastreio à COVID-19.
O espaço resultou de uma parceria entre a Câmara Municipal do Porto, a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte e a Unilabs Portugal.
É o primeiro ponto de recolha para análises em sistema de «Drive thru», ou seja, os pacientes suspeitos de infeção podem deslocar-se ao ponto de recolha sem entrar em contato com outras pessoas.
O objetivo é «testar doentes fora de meio hospitalar, em condições de conforto e segurança coletiva e aliviar o afluxo de potencias suspeitos portadores aos hospitais», segundo se lê num comunicado conjunto das três entidades responsáveis pelo projeto, proposta pela Unilabs, uma empresa de análises e patologia clinica, dirigida pelo ex-deputado do PSD Luis Menezes.
O ponto de recolha não é de acesso livre, contudo, pois só pode ir a este posto quem esteja referenciado pelas autoridades de saúde, ou seja, implica marcação previa por parte do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
No Porto, este sistema, cujas entradas e saídas serão controladas pela Polícia de Segurança Pública (PSP), permitirá a realização de cerca de 400 testes diários numa primeira fase, podendo evoluir para perto de 700 testes por dia.
No centro trabalham médicos de Medicina Geral e Familiar que aplicarão um inquérito epidemiológico e sintomático (RedCap) que avalia a necessidade de teste ou de outra orientação.
Recomendação de instalação de um centro de testes gratuitos à COVID-19 no concelho de Faro
Tendo em consideração que:
- Faro, tal como o resto do país e do mundo, enfrenta neste momento uma ameaça invisível, altamente contagiosa e mortífera – o coronavírus (Covid-19);
- De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os testes de despistagem devem ser « espinha dorsal» da resposta ao Coronavírus;
- O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, apelou a todos os países a realizarem mais testes do novo Coronavírus, covid-19, dizendo que é impossível «combater um incêndio com os olhos vendados», e que «não se pode conter esta pandemia sem saber quem está infetado». A mensagem da agência é simples: «testem, testem, testem».;
- Numa doença em que a maioria dos infetados não tem sintomas mas transmite o vírus, o despiste é fundamental para poder isolar os indivíduos infctados;
- A capacidade de testar do Sistema Nacional de Saúde é bastante limitada e os privados que estão a testar apresentam preços elevados, o que inibe a possibilidade de testar em larga escala;
- Neste sentido, já vários municípios portugueses (Porto, Vila Nova de Gaia, Lisboa e Cascais) avançaram com centros de testes gratuitos, em sistema drive-through, que é uma forma mais barata – já que não exige salas de pressão negativa – de se conseguir testar em larga escala e de uma forma segura para todos;
- O sistema drive-through permite a quem quer testar poder fazê-lo de uma forma rápida e sem risco de contágio para o próprio e para terceiros, deslocando-se ao centro de testes na sua própria viatura (evitando também dessa forma a ocupação de ambulâncias) e fazendo o teste sem necessitar de sair dela;
- Para aceder a este sistema de testes, o munícipe deverá fazer marcação prévia num contacto a disponibilizar, a qual deverá obedecer a determinados critérios de triagem (designadamente sintomáticos, de proximidade com um infectado ou de deslocação recente a zona de alto risco de infeção);
- Não existe qualquer centro de testes deste tipo a sul do Tejo, sendo que já estão a ocorrer focos de contágio no Algarve, e designadamente no nosso município;
- Existem munícipes que querem ser testados, alguns dos quais estiveram recentemente no norte de Itália, ou em contacto com pessoas infetadas e, pelo facto de (ainda) não apresentarem sintomas, não puderam ser testados no Sistema Nacional de Saúde;
- Em Itália, o município de Vò, um dos mais afetados (foi onde ocorreu a primeira morte pelo covid-19 naquele país), já conseguiu reduzir para zero o número de novos infectados, graças a um programa de testes em massa;
- No nosso município, existe um grande medo na comunidade, a qual é especialmente vulnerável pelo grande número de idosos residentes;
- Não se sabe quanto tempo a pandemia durará, mas prevê-se que o combate possa ser muito longo – o distanciamento social deverá ser mantido pelo menos até ao final do verão – pelo que as atividades culturais previstas no município para esse período deverão ser canceladas;
- Todos os meios financeiros disponíveis deverão ser agora direcionados para travar este flagelo. Os munícipes não perdoariam aos seus representantes eleitos que não fosse essa a prioridade absoluta – cada vida que possamos salvar não tem preço;
- É preciso identificar rapidamente todos os infectados para poderem ser isolados e o resto da comunidade ficar segura.
Pelo que a representação municipal do PAN em Faro, recomenda à Câmara Municipal de Faro a criação de um centro de testes gratuito, em sistema de drive-through no município, à imagem do que já está a ser feito noutros municípios pelo país.