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A Direção da Organização Regional do Algarve (DORAL) do Partido Comunista Português (PCP) não quer «amarrar o o Algarve» a mais uma parceria público privada (PPP).

Na reunião do Conselho ministros da semana passada o governo do Partido Socialista (PS) tornou público que decidiu «dar seguimento ao processo de lançamento de uma nova parceria público-privada para a construção e equipamento do edifício do Hospital Central do Algarve».

Para os comunistas, «trata-se de mais um anúncio que se soma a muitos outros que foram realizados ao longo de mais de 20 anos, quer por governos do PS, quer do PSD/CDS, sem que até ao momento a obra tenha sido concretizada».

Como o PCP tem vindo a sublinhar «é preciso passar dos anúncios aos actos, construindo uma infraestrutura que é fundamental para alargar e melhorar a resposta do Serviço Nacional de Saúde na região. Uma resposta que, sublinhe-se, tem que ser acompanhada de outras medidas e investimentos fundamentais quer para a atracção e fixação de profissionais de saúde no SNS, quer para a melhoria da rede de cuidados primários que é também deficitária em todo o Algarve».

O PCP, no entanto, chama a atenção para o facto da opção que o governo «assume passar pela construção do novo hospital através de uma parceria público-privada. Uma opção que feita em nome da contenção do défice das contas públicas pois este investimento não entraria para o cálculo do défice, o que se traduz na prática numa obra que ficará mais cara para o erário público, beneficiando o grupo económico privado e prejudicando o país».

O PCP relembra «o que têm representado as chamadas PPP na região do Algarve de que são exemplo a Via do Infante (A22), infraestrutura pública que estando há muito paga continua a cobrar portagens aos seus utilizadores, ou da Estrada Nacional 125 cuja requalificação realizada em formato PPP ficou a meio, mesmo depois de terem sido despendidos centenas de milhões de euros do erário público».

O PCP «ao mesmo tempo que continuará a acompanhar este processo, exigindo a urgente construção do novo Hospital Central do Algarve, apela aos trabalhadores e utentes do SNS para que intensifiquem a sua luta exigindo que o direito à saúde não seja cada vez mais transformado num negócio da doença a que apenas alguns têm acesso», garante em nota enviada à redação do barlavento.