Iniciativa Libera (IL) Faro critica a «decadência» do Centro de Medicina Física e de Reabilitação do Sul (CMR Sul) que é «um exemplo de negacionismo na política».
O Centro de Medicina Física e de Reabilitação do Sul (CMR Sul) sedeado em São Brás de Alportel, foi, segundo a Coordenadora Geral Núcleo Territorial da Iniciativa Liberal Faro «até 2013 um excelente serviço de reabilitação tanto em ambulatório como em internamento, sem listas de espera, com certificação de qualidade nacional e internacional, prestando o apoio necessário aos doentes com lesões recentes medulares, traumatismos crânio-encefálicos, acidentes vasculares cerebrais, entre outras patologias».
Nos finais de 2013, contudo, o CMR Sul «iniciou um processo de degradação contínua, semelhante ao de outros exemplos de hospitais Parceria Público-Privada (PPP) que deixaram de o ser».
No CMR Sul «as listas de espera de muitos meses tornaram-se uma constante, destruindo-se irreversivelmente a janela temporal de oportunidade de dar alguma qualidade de vida a centenas de doentes que precisam de intervenção urgente. Esta situação não é nova e já foi denunciada por uma associação de cidadãos com deficiência, Movimento Determinante, em carta aberta à imprensa de dia 8 de março de 2021», recorda a IL em nota enviada às redações.
«Além da gravidade humanitária subjacente à destruição deste serviço, há uma gravidade política e ética na sucessão de mentiras e promessas que os responsáveis governamentais têm lançado para a comunicação social, enquanto o serviço se vai degradando. Hoje, o CMR Sul tem muito menos camas e profissionais dedicadas à reabilitação e foi ocupado por outras valências dedicadas ao COVID».
A Iniciativa Liberal «desafia as entidades gestoras do CMR Sul, o Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) e o governo a explicar com credibilidade aos algarvios (e aos portugueses) o que pensam fazer com este serviço. Pretendem persistir na estratégia negacionista de não aceitar o modelo PPP que se revelou o único a funcionar bem? Os modelos PPP na saúde foram considerados mais eficazes e mais baratos por entidades independentes como a Entidade Reguladora da Saúde e o Tribunal de Contas».
«Não somos nós que o dizemos. Pretendem persistir num serviço com menos camas e menos profissionais de saúde, sem respeito pelos rácios de qualidade? Chamamos a atenção que a diminuição destes rácios foram determinantes para a perda da certificação internacional de qualidade em 2014 e não entendemos como é possível o CHUA anunciar este ano a pretensão de conseguir uma nova acreditação sem os aumentar. Pretendem continuar a ocupar o espaço do CMR Sul com serviços do CHUA que não se inserem na missão estrita da reabilitação? Todos merecemos respostas, em primeiro lugar os doentes, por respeito humanitário pela sua qualidade de vida, e os algarvios, em nome da transparência democrática», conclui a nota da IL Faro.