«Depois das eleições, a custo, lá confessam que andaram a enganar as pessoas» considera o parlamentar social-democrata.
Foi tornado público hoje, terça-feira, dia 19 de novembro, e confirmado pelas Infraestruturas de Portugal, que as obras com vista à eletrificação da Linha do Algarve têm novo prazo de conclusão prevista apenas para 2023, último ano de vigência do atual governo do Partido Socialista (PS).
«Todos os recordes de supressões de comboios têm sido batidos o que prejudica o dia a dia de muitos milhares de pessoas, especialmente as mais pobres e sem alternativa. As avarias são constantes, a desorganização é total, mas também já se sabe que a Linha do Algarve será uma das últimas a ser reequipada com novas composições, decentes e com conforto mínimo. A ferrovia tem que ser central no modelo de mobilidade regional e essa decisão continua a ser adiada», lamenta o parlamentar.
«A palavra, os prazos e os compromissos não importam. Já serviram para criar uma ilusão de que estava a avançar uma coisa importantíssima que está parada, afinal de contas. Ainda nos últimos meses nos garantiam que a obra estaria concluída em 2020. Neste momento, já sabemos que dificilmente se está a contar iniciá-la antes de 2022».
«O Algarve precisa desta obra, de um intercidades regional, rápido e que seja alternativa a outras formas de mobilidade. Tanto se apregoa o imperativo ambiental, mas nestas opções de adiamento são rapidamente esquecidos», lamenta Cristóvão Norte.
Assim este projeto sofre agora um atraso de três anos. A este respeito, quer os responsáveis da tutela inquiridos na Assembleia da República ou em deslocações ao Algarve, quer os dirigentes das Infraestruturas de Portugal, anunciaram publicamente que as obras começariam ainda em 2019 e que estariam concluídas em 2020.
Em mais do que uma ocasião, o ex-ministro Pedro Marques desconsiderou as dúvidas que os deputados do PSD lançaram, já que, como se sabe, não está concluído o processo de impacto ambiental e, por via disso, não podem ser lançados concursos nem adjudicada a obra.
Na altura em que foi anunciado, o investimento avançado era na ordem dos 58 milhões de euros, sendo 23,2 milhões para o troço Tunes/Lagos e 34,7 milhões para o troço Faro/Vila Real de Santo António. Seriam criados pelo menos 140 empregos e a linha seria atualizada para um maior número de utilizadores e comboios.
Agora, os deputados do PSD Cristóvão Norte, Rui Cristina e Ofélia Ramos dirigirão uma pergunta ao ministro Pedro Nuno Santos, lembrando que recentemente Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e Habitação, «voltou a referir a importância da ferrovia como sector estratégico e que chegou a andar pelo país a falar de obras em curso, quando os projetos não saíram ainda do papel».
O deputados vão exigir à tutela que «esta obra prioritária avance o mais rapidamente possível e que não se repitam os anúncios de pés de barro, os quais confundem as pessoas e as levam compreensivelmente a romper a confiança na seriedade daqueles que representam o governo de Portugal».