É «cada vez mais agudo, um clima de desconfiança quanto à qualidade de muitos dos serviços prestados pelos hospitais do Algarve», diz Cristóvão Norte.
Nos últimos dias, foram conhecidos alguns episódios no Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) que «causam alarme social e desconfiança na população. Desde trocas de cadáveres, um doente encontrado morto na casa de banho após sucessivas advertências de familiares e outro paciente, que veio a falecer, quando foi mandado regressar a casa, após observação nas urgências», recorda o Partido Social Democrata (PSD) Algarve.
«Importa apurar as causas destes infortúnios, não apenas para imputar as responsabilidades, individuais ou coletivas, no caso de existirem, como também para restaurar a confiança dos utentes nos serviços prestados. Está instalado, e é cada vez mais agudo, um clima de desconfiança quanto à qualidade de muitos dos serviços assistenciais prestados pelos hospitais do Algarve, nomeadamente no que a cuidados urgentes se refere».
Por outro lado, o presidente do PSD Algarve entende «que é vital por em prática um programa urgente de redução de listas de espera nas especialidades mais afetadas, e que tal exige, caso não seja possível o recrutamento de profissionais e o aumento da produção clínica em várias áreas, a garantia de mobilização do sector privado e social para esta tarefa».
Para Cristóvão Norte, «a saúde não espera, pelo que é essencial acudir a um cada vez maior número de doentes em espera. Neste momento, há 12022 doentes que estão em lista de espera para consultas e já viram o tempo máximo de resposta garantido ultrapassado».
«No que se refere a cirurgias, estão 4474 cirurgias em atraso, tendo todos os tempos de espera para a sua realização sido largamente ultrapassados. Isto exige uma intervenção ministerial, já que é claro que a região não tem mecanismos para recrutar os recursos humanos para dar resposta a estas solicitações, mas exige também melhor organização e mais eficiência dos serviços, o que também tem que ser construído com uma renovada política de incentivos e valorização dos profissionais», diz em nota enviada à redação do barlavento.
O partido apresentou propostas «em sede de Orçamento de Estado sobre esta matéria, as quais estabelecem que vencido o prazo previsto para a realização de consultas, cirurgias e exames, o utente tenho o direito de recorrer ao sector social ou privado, assumindo o Estado esse encargo».