CDU lamenta o chumbo de propostas na Assembleia Intermunicipal da AMAL, pelo PS e PSD, sobre a saúde privada e as portagens na A22.
O Grupo Intermunicipal da Coligação Democrática Unitária (CDU) apresentou na Assembleia Intermunicipal do Algarve, no dia 19 de dezembro, em Loulé, duas moções para discussão e deliberação.
Uma, intitulada «Pelo direito à saúde. Atrair e fixar profissionais no Serviço Nacional de Saúde. Combater o assalto dos grupos privados de saúde», foi rejeitada com 41 votos contra, uma abstenção, três votos a favor (CDU) e outro voto a favor (BE).
A urgente contratação de mais trabalhadores e a valorização das carreiras de médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde, de modo a garantir mais consultas, exames, cirurgias, médico e enfermeiro de família para todos, que foi proposto exigir junto do governo, «não mereceram o apoio dos Grupos Intermunicipais do PS e do PPD/PSD, cujos membros mostraram assim a sua indiferença pelo estado de degradação do Serviço Nacional de Saúde no Algarve (SNS)», lamenta a CDU em nota enviada às redações.
A proposta para a «reabilitação das instalações dos centros e extensões de saúde da região e reabertura de todas as extensões de saúde encerradas, bem como a célere construção do Hospital Central do Algarve, recusando o modelo Parceria Público-Privada (PPP) que o governo quer impor, fugindo a um modelo integralmente público para a sua construção e gestão», não mereceu o voto favorável dos membros dos Grupos Intermunicipais do Partido Socialista (PS) e do PPD/PSD. E portanto, «são testemunho da opção que transforma o direito à saúde num negócio e num privilégio de alguns, tal como acontecia antes do 25 de Abril de 1974, ou seja, tal como acontecia antes da criação do Serviço Nacional de Saúde».
A outra moção, intitulada «Pelo fim das portagens na Via do Infante (A22)», também foi rejeitada, com 41 votos contra, sem abstenções, três votos a favor (CDU), um voto a favor (BE) e ainda mais outro voto a favor.
Foi proposto aos membros da Assembleia Intermunicipal que reafirmassem «o compromisso com a luta contra as portagens na Via do Infante até que estas sejam abolidas e resgatada a sua concessão; a urgência na requalificação da Estrada Nacional (EN) 125 entre Olhão e Vila Real de Santo António; a limitação do preço das portagens em todo país em 2023».
Desde há 11 anos que «a imposição de portagens na Via do Infante contra a vontade dos trabalhadores e das populações do Algarve prejudica gravemente a região, constituindo-se como um fator de subtração da riqueza produzida no Algarve por parte do grupo económico que ficou com a concessão desta autoestrada. Onze anos de portagens que foram um fator de atraso no desenvolvimento do Algarve, de agravamento da sinistralidade, de perda de competitividade por parte das empresas e de empobrecimento das populações. Uma situação para que também tem contribuído muito para o atraso exagerado e inaceitável que se verifica na conclusão das obras de requalificação da EN 125».
Os votos contra dos membros dos Grupos Intermunicipais do PS e do PPD/PSD, «em linha com o que se verificou recentemente na Assembleia da República, revelam a submissão destas forças aos interesses da concessionária», conclui a nota da CDU.