Comissão Política Concelhia de Portimão do CDS-PP acusa Isilda Gomes de fazer «descontaminação da sua imagem pública».
Tendo em consideração o anúncio público, por parte do primeiro–ministro, António Costa na quinta-feira, 29 de abril, sobre as medidas deliberadas em reunião extraordinária do Conselho de Ministros para o combate à pandemia da COVID-19 e, nesse contexto, da manutenção do retrocesso do concelho de Portimão no desconfinamento, «os portimonenses, ao fim de 15 dias de severas restrições às suas atividades económicas e sociais, esperaram pelas ilações prometidas por Isilda Gomes duas semanas antes, aquando da apresentação do já tristemente famoso caderno de encargos».
Em comunicado enviado à redação do barlavento, a comissão concelhia do CDS-PP considera que «nessas mesmas duas semanas, a presidente da Câmara Municipal de Portimão optou por gozar alguns dias de férias, o que não deixa de causar estranheza, já que seria exatamente nesse período que a presença, a mensagem e o exemplo de um verdadeiro líder político deveriam fazer-se sentir junto dos empresários e de todos os munícipes de Portimão severamente afetados pelas restrições impostas pelo governo.
«Por certo revigorada pelo descanso gozado, enquanto os seus munícipes não podiam trabalhar nem fazer a sua vida normal, Isilda Gomes não contente com o triste espetáculo dado na conferência de imprensa de dia 16 de abril, passou ao nível 1 de spin político e, a pretexto de uma audiência com o primeiro–ministro, lançou-se numa intensa campanha mediática, apropriando-se de medidas que foram anunciadas para vários concelhos e dando voz a outras, que também não são exclusivas para Portimão! Tudo a bem da descontaminação da sua imagem pública, que como é sabido, não está imunizada contra o SARS-CoV-2», lê-se no comunicado centrista.
Apesar de «saber e não poder ignorar que da conveniente audiência de dia 30 de abril nada de palpável iria resultar, Isilda Gomes não se coibiu de anunciar, ufana, importantes conquistas para Portimão, que estranhamente, ou talvez não, ou já estavam adquiridas ou não se aplicam exclusivamente a Portimão».
«O propalado reforço de vacinação para inocular os maiores de 60 anos tinha já sido anunciado, sendo extensivo aos outros três concelhos que retrocederam com Portimão no desconfinamento em 16 de abril; mas mais estranho é que o próprio município de Portimão apelou, há mais de uma semana, aos maiores de 60 anos ainda não vacinados para agendarem a sua vacinação, o que não sucederia se não existissem já nessa altura doses suficientes para serem administradas», lê-se ainda.
Depois, criticam os centristas, «foi anunciado em direto nas televisões por Isilda Gomes que haveria um apoio económico direto aos empresários de Portimão afetados pelo retrocesso no desconfinamento, que conforme muita gente terá percebido, mais não é do que o apoio geral às quebras de faturação das empresas, que tinha já sido anunciado para todo o país, não sendo obviamente exclusivo para Portimão, como nunca poderia de ser. Ora, daqui decorre que ou a autarca não percebeu nada do que ouviu em São Bento na última sexta – feira (hipótese a considerar seriamente …) ou então percebeu e disse coisa diferente à saída, tentando tirar proveitos políticos que sabia não resultarem da sua ação enquanto presidente da Câmara Municipal de Portimão».
«Mas mais absurda e grave é a afirmação de que Isilda Gomes terá conseguido, na audiência em causa, a garantia de que as reavaliações da evolução da pandemia passarão a ser semanais, quando todo o país percebeu, no próprio dia 29 de abril, que essa medida tinha já sido anunciada por António Costa. Não deixa de ser revelador que tenha tido a necessidade de ir a São Bento para obter algo que foi anunciado publicamente … na véspera».
O comunicado, assinado pelo vereador José Pedro Caçorino aponta ainda que «ficou claro para todos os portimonenses na passada sexta-feira que a única coisa que move a sua ação política nesta questão dos impactos do vírus SARS-CoV-2 é a desinfeção pública da sua imagem e as consequências políticas deste processo nas próximas eleições autárquicas. Foi por isso evidente que, para quem quis ver, Isilda Gomes desconfinou a sua pré-campanha eleitoral na passada sexta-Feira».
«Mais do que manobras pré-eleitorais e de spin político, os portimonenses exigem neste momento explicações e medidas concretas que permitam ajudar a alterar este estado de coisas e a mitigar os seus impactos negativos na vida das famílias e das empresas do concelho. O que fez, em concreto, o Executivo da Câmara Municipal de Portimão nas duas últimas semanas para inverter esta situação? Quantos testes promoveu a autarquia, junto de sectores onde surgiram surtos, como a construção civil? Quantos casos de empresários do concelho que já pediram apoio económico à autarquia estão ainda por decidir e quantos dos já decididos estão nesta data por pagar? Para quando um alargamento dos critérios de apoio aos empresários do concelho, de forma a abranger casos em que as quebras de faturação tenham sido mais baixas?», questiona o partido.
«Mais do que COVID, mentiras e vídeo, os empresários e as famílias do concelho esperam e exigem respostas claras e objectivas! Sob pena de nas próximas eleições retirarem per si as devidas ilações», conclui o CDS-PP.