É «inaceitável e condenável que se aproveite o surto epidémico para liquidar direitos laborais, reduzir salários e despedir trabalhadores» no Aeroporto de Faro diz o Partido Comunista Português (PCP).
O Secretariado da Direção da Organização Regional do Algarve (DORAL) do Partido Comunista Português (PCP) denuncia que no Aeroporto de Faro, um dos principais empregadores da região e do qual depende uma parte significativa da economia regional, há «despedimentos selvagens» e atropelos aos direitos dos trabalhadores desde que começou a pandemia do Coronavírus (COVID-19).
Em comunicado enviado à redação do barlavento na quinta-feira, dia 9 de abril, o PCP fala em «ataque aos direitos das centenas de trabalhadores das várias empresas que operam no Aeroporto de Faro, onde, aparentemente, passou a vigorar a lei da selva nas relações laborais, tornando ainda mais evidente os impactos das privatizações realizadas no sector aéreo (quer da TAP, parcialmente, quer da ANA) por parte do governo PSD/CDS».

No conjunto dessas medidas, destacam-se «com enorme gravidade o despedimento a frio, com envio de dezenas de e-mails, a trabalhadores em regime de contratos a prazo, termo incerto e das empresas de trabalho temporário; a situação de layoff imposta na TAP, na Prossegur, na Ryanair, na Groundforce ou na Portway, empresa cuja principal acionista é a ANA/VINCI (que tem a concessão do Aeroporto de Faro) e que obteve lucros líquidos de 871,1 milhões de euros entre os anos de 2013 a 2018».
«Sublinhe-se ainda, as centenas de trabalhadores que anualmente são contratados de forma temporária para o Aeroporto de Faro e que, nas atuais, circunstâncias não estão a ser chamados», sublinha o comunicado.
O PCP, desta forma, «condena os cortes nos salários, a transferência para a Segurança Social (incluindo por empresas que ganharam centenas de milhões de euros de lucros nos últimos anos) dos custos do layoff, as férias forçadas, os despedimentos selvagens, num período em que cada trabalhador e respectiva família mais precisam de apoio e condições materiais para a sua sobrevivência».

Assim, os comunistas exigem ao governo «a imediata intervenção que trave e reverta a ofensiva contra os direitos dos trabalhadores do Aeroporto de Faro que tem vindo a ser concretizada».
O PCP sublinha ainda que a resposta que se exige «é a da proibição dos despedimentos e o pagamento dos salários a 100 por cento. Uma opção que é, não apenas necessária para responder ao drama social que agora se instalou, mas também determinante, para a retoma económica que o Algarve e o país vão precisar de desenvolver».
O PCP apela a todos os trabalhadores já abrangidos por despedimento, por layoff e por outros atentados aos seus direitos, para que não baixem os braços, que vençam medos, que não alimentem fantasias que lhes estão a ser vendidas sobre regressos futuros, que se unam e resistam face à ofensiva que está em curso e que visa apenas proteger os lucros das grandes empresas.
Para o PCP, «é tão crucial combater o surto epidémico da Covid19, como o desemprego e a redução de rendimentos e direitos dos trabalhadores»