O que está em jogo na eleição de dia 6 de outubro para o Algarve?

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Porque é essencial a eleição do próximo dia 6 de outubro para o Algarve? Simples. Os últimos quatro anos, com uma conjuntura favorável, que não se repetirá, constituíram uma oportunidade esbanjada – ou cativada, como preferirmos. E por conseguinte, não há tempo a perder. No Algarve, se não estávamos bem, pior ficámos em diversas áreas, duas delas cruciais para a vida de todos: saúde e transportes.

A Saúde é o exemplo acabado. O que aconteceu é que em quatro anos desesperámos com a incapacidade do governo de promover melhorias e de fazer investimento nos serviços públicos de saúde, que hoje capitulam tristemente.

Ao mesmo tempo, assistimos ao atirar para as calendas gregas do projeto do novo Hospital Central, obra que, recorde-se, chegou a ter lançadas várias primeiras pedras – creio que umas três.

Estamos pior, indubitavelmente pior, apesar das promessas.

Já quanto aos sistemas de transporte, encontramo-nos perto do colapso mas a leveza no tratamento do problema é a de sempre. Da famigerada promessa de abolição das portagens na Via do Infante (extrema esquerda) ou da sua diminuição para metade (PS), resultou um abaixamento de parcos cêntimos.

Migalhas para quem andou dois ou três anos a encher a boca com a iniquidade das portagens no Algarve, fazendo esquecer manhosamente que coube ao governo Sócrates a decisão de portajar as SCUT’s que, havia treze anos, o próprio PS tinha garantido que seriam de borla.

O drama é que a EN125 também não recebeu os melhoramentos por que todos ansiamos. A mortalidade é a de sempre e as condições de segurança piores que nunca.

E quanto à ferrovia? Hoje, quem tem a desdita de ter que apanhar um comboio no Algarve, depara-se com uma realidade insultuosa.

Os crónicos atrasos, as greves do pessoal cada vez mais descontente ou o estado miserável das composições e da própria linha, compõem um quadro devastador, revoltante e gerador de entropia na atividade económica. É um ultraje para a nossa dignidade regional.

O governo não foi amigo do Algarve. E infelizmente, os parlamentares eleitos pela esquerda da geringonça também não foram. Esqueceram-se do seu compromisso com os Algarvios, ou simplesmente não tiveram arte para o fazer valer.

A próxima legislatura é, por isso de combate. Os algarvios precisam de quem os defenda. De quem tenha peso político, vontade e coragem para o fazer, independentemente de serem poder ou oposição. Precisam de quem exija junto do poder executivo a satisfação das nossas necessidades – algumas delas básicas, como se viu.

Olho para as listas candidatas e só uma me dá essa garantia. É a lista do PSD que é liderada pelo Cristóvão Norte, o deputado que protagoniza como poucos neste país o entusiasmo e a ousadia em marcha, e que não teme dizer o que tem que ser dito a quem tem que ser dito.

Os últimos quatro anos foram uma grande desilusão para um país que tanto precisa de se modernizar – e uma vergonha para quem tanto prometeu. Os próximos quatro serão, pois, de acertar as contas com o desenvolvimento. Têm a palavra os algarvios.

Henrique Ascenso Gomes | Vice-presidente do PSD Faro