Bruno Sousa Costa aponta «aproveitamento político» no CMR Sul

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Bruno Sousa Costa, vereador do PSD na Câmara Municipal de São Brás de Alportel, acusa o executivo de «aproveitamento político» no Centro de Medicina e Reabilitação (CMR) do Sul.

Em nota enviada à redação do barlavento, Bruno Sousa Costa, argumenta que «no dia 3 de março de 2021, o presidente da Câmara Municipal de São Brás de Alportel (Vítor Guerreiro)referiu a data como um dia feliz, pois o CMR Sul (supostamente) iniciava uma nova fase de pleno funcionamento com a reabertura da totalidade das camas para reabilitação, mas para doentes COVID-19 que estiveram sujeitos a ventilação mecânica».

O vereador da oposição acredita que «fará todo o sentido, aproveitar o seu piso superior do serviço de internamento e as 27 camas desocupadas que há mais de seis anos se encontrava assim, um centro que se encontrava a funcionar a meio gás, pela falta de médicos especialistas, enfermeiros, terapeutas, auxiliares, materiais e equipamento técnico».

No entanto, «é importante realçar que o motivo que origina a felicidade é proveniente de uma necessidade premente, fruto de uma situação pandémica que levou o conselho de administração do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA) a ver a oportunidade num conjunto de camas vazias, tal como aconteceu no final de 2017, quando o Hospital de Faro alojou os doentes com gripe (já na altura com o Serviço Nacional de Saúde da região em pré-colapso)».

Entende o vereador social-democrata, «agora estas camas, são novamente ocupadas derivado da necessidade de uma resposta urgente de reabilitação dos doentes COVID-19 sendo que, por um lado é positiva esta possibilidade e se consegue tratar os doentes, por outro trata-se mais uma vez de uma solução de recurso, temporária e não permanente».
Por outro lado, «e não tão feliz estão os doentes que se encontram numa lista de espera de cerca de cinco meses, pessoas que sofreram AVC’s, traumatismo crânio-encefálicos (TCE), lesões medulares, entre outras patologias, que desesperam por respostas médicas imediatas para que a terapêutica seja eficaz, vendo constante e sucessivamente a sua assistência a ser adiada, quando deveria o CMR Sul ter todas as potencialidades necessárias para dar uma resposta rápida e especializada a esta necessidade permanente», tal como denunciou a Associação Determinante.

Na qualidade de vereador, «no dia 1 de setembro do ano passado, solicitei a presença em reunião de câmara do Administrador do CMR Sul para perceber a situação atual que atestava o agravar de um conjunto de lacunas ao nível de terapêuticas e ainda falta de equipamentos para proteger os seus profissionais à COVID-19, aliado aos anteriormente referidos, reunião que seis meses volvidos não aconteceu, tendo sido referido a 8 de fevereiro deste ano pelo presidente de Câmara, que este centro já estaria a ser ocupado por doentes COVID-19 na altura sem qualquer propaganda pública».

Bruno Sousa Costa.

Bruno Sousa Costa considera que «numa unidade onde se conseguem verdadeiros milagres, em que doentes com prognósticos de mobilidade muito reduzidos conseguem recuperar grande parte da sua autonomia, é importante perceber se as lacunas mencionadas estão colmatadas? Perceber se estas camas continuarão abertas quando terminar a situação pandémica que vivemos? Perceber se quando a atual crise for ultrapassada o CMR Sul manterá a sua atividade em pleno ou se, mais uma vez, assistiremos à desativação de camas e à redução da resposta à região no que respeita a cuidados de saúde e à reabilitação física?».

«Perceber se a falta de médicos especialistas, enfermeiros, terapeutas, auxiliares, materiais e equipamento técnico fica de agora em diante resolvida e que a consideração de um dia feliz não seja mais um aproveitamento político de um facto fatídico da nossa história ou de uma falta de alternativa provida pelo CHUA e por este governo que continua a adiar a construção do novo Hospital Central do Algarve?», questiona.

Por fim, «diria que não estamos perante um dia feliz mas um meio infeliz, dado que mais uma vez não se encontra uma solução definitiva para esta unidade de saúde, importantíssima para o Algarve bem assim como para toda a região a sul do Tejo, mas tão só se insiste em soluções temporárias que parecem responder mais a protagonismos políticos do que às necessidades efetivas da população», conclui Bruno Sousa Costa.