Linhagem BA.2 da variante Ómicron, detetada pela primeira vez em Portugal no final de dezembro, tem aumentado de frequência, mas os últimos dados indiciam uma circulação comunitária reduzida, anunciou hoje o INSA.
Segundo o relatório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) sobre a diversidade genética do coronavírus SARS-CoV-2, esta linhagem BA.2 tem características genéticas semelhantes à Ómicron (BA.1) e foi detetada pela primeira vez em Portugal em amostragens aleatórias por sequenciação entre 27 de dezembro e 2 de janeiro.
«A sua frequência relativa tem aumentado paulatinamente desde então, embora os dados de sequenciação obtidos até à semana de 17 a 23 de janeiro sugiram uma circulação comunitária reduzida», adianta o documento.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, avançou hoje que os especialistas estão atualmente a acompanhar a evolução de várias linhagens da Ómicron, incluindo a BA.2.
Na mesma ocasião, a responsável técnica da OMS para a pandemia adiantou que esta linhagem da Ómicron está a registar uma crescente circulação em países como a Dinamarca e Índia, mas salientou que os dados disponíveis sobre a sua transmissibilidade e severidade ainda são escassos.
«Temos uma boa vigilância a nível mundial para entender as subvariantes da Ómicron. Estamos a trabalhar com milhares de especialistas de todo o mundo para rastrear este vírus e suas as linhagens, incluindo a BA.2, para percebermos melhor as alterações», assegurou a epidemiologista Maria Van Kerkhove.
Relativamente à Ómicron (BA.1), o relatório do INSA adianta que apresentou uma frequência que ultrapassou os 90 por cento a partir do final da semana entre 3 e 9 de janeiro, mantendo-se dominante até à última semana analisada de 17 a 23 de janeiro.
«Recentemente, parte das sequências da linhagem BA.1 foram reclassificadas internacionalmente, constituindo agora a sublinhagem BA.1.1, a qual se caracteriza pela mutação adicional R346K no domínio de ligação da proteína spike às células humanas», refere o INSA.
Ainda de acordo com o INSA, a sublinhagem BA.1.1 tem circulado em Portugal desde o início de dezembro, representando já cerca de 14 por cento das sequências analisadas entre 2 e 23 de janeiro.
Os dados de sequenciação mostram «alguma heterogeneidade» na circulação desta sublinhagem em termos regionais, destacando-se a sua maior frequência relativa na região Norte, avança o relatório do INSA.