Processo está a ser conduzido entre os Estados-membros e a Comissão Europeia.
O arranque do processo de distribuição da vacina para a COVID-19 deve acontecer a partir do final do ano, revelou hoje, sexta-feira, 21 de agosto, o secretário de Estado da Saúde, na conferência de imprensa de atualização sobre a pandemia.
«O início do processo de distribuição deverá ocorrer a partir do final do ano, mas sempre dependendo da avaliação da Agência Europeia do Medicamento. É uma luz que se começa a avistar ao fundo do túnel», referiu António Lacerda Sales, a propósito do recente anúncio da compra de 6,9 milhões de vacinas, num investimento estimado de 20 milhões de euros.
Segundo o governante, a estratégia de vacinação «será determinada pela Direção-Geral da Saúde», mas lembrou que até a vacina ser uma realidade, é necessário persistir no esforço de prevenção da propagação do novo coronavírus.
«Até à chegada da vacina, a única vacina de que dispomos é a prevenção, a antecipação e a preparação, é isso que continuamos a fazer, com o robustecimento do Serviço Nacional de Saúde. Continuamos a contar com a resiliência dos portugueses até ultrapassarmos este grande desafio», vincou.
O presidente do Infarmed – Autoridade do Medicamento, Rui Santos Ivo, esteve igualmente presente na conferência e esclareceu que as vacinas vão chegar em «diferentes prazos» à população, devido também às diferentes fases de desenvolvimento em que se encontram neste momento.
«Há três fatores muito importantes: o primeiro é o tempo – quando vamos dispor das vacinas; o segundo tem a ver com as características das vacinas; e o terceiro diz respeito às próprias condições de acesso às vacinas. O que este processo visa é criar um portefólio de opções que nos permita depois dar uma resposta», afirmou, acrescentando: «Teremos de ter vacinas em diferentes prazos, não vão surgir todas ao mesmo tempo».
O líder da Autoridade do Medicamento enfatizou, uma vez mais, «a antecipação» e a «incerteza» com que o processo está a ser conduzido entre os Estados-membros e a Comissão Europeia, bem como o cariz coletivo da estratégia.
«O que está a ser feito é apoiar também o processo de desenvolvimento e produção das vacinas», sublinhou Rui Santos Ivo, assinalando a preponderância da avaliação pela Agência Europeia do Medicamento: «Temos de dispor de dados de segurança e eficácia das vacinas, um mínimo de informação que nos permita avançar para a sua utilização. Temos também de saber se vamos administrar apenas uma dose ou mais, o regime que vai ser aplicado também resultará dessa avaliação».