Mestrado Integrado em Medicina da UAlg vai poder formar mais médicos

  • Print Icon

Depois de ter conseguido afirmar-se no plano nacional e internacional, o Mestrado Integrado em Medicina (MIM) da Universidade do Algarve (UAlg) arrancou para a 12ª edição, no dia 1 de setembro, com um aumento do número de vagas face ao ano transato, passando de 48 alunos, em 2019/2020, para 64, no ano letivo 2020/2021.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, participou na sessão de acolhimento aos novos alunos do Mestrado Integrado em Medicina da Universidade do Algarve, a «Cerimónia da Bata Branca», que se realizou na segunda-feira, dia 7 de setembro.

O governantes realçou «o trabalho realizado no último ano pela Universidade do Algarve e pelo Algarve Biomedical Center, as parcerias estabelecidas para o reforço da atividade científica, a contratação que a UAlg fez de novos médicos e a relação crescente com o Centro Hospitalar Universitário do Algarve».

Por isso, defendeu Manuel Heitor, «a Universidade do Algarve tem dado os passos certos para aumentar o número de estudantes, assegurando sempre um ensino da melhor qualidade, juntamente com as práticas clínicas».

Considerando que «hoje o exemplo do Algarve é também um exemplo para outras universidades», o ministro garantiu que «se está a trabalhar, quer do ponto de vista científico, quer juntamente com as autarquias locais para que se possa preparar um contrato programa e firmar aquilo que foi o desejo inicial deste curso, que é chegar aos 100 novos alunos por ano».

Nesta cerimónia, organizada pelo Núcleo de Estudantes de Medicina da Associação Académica da UAlg (NEMed-AAUAlg), além do reitor, Paulo Águas, o evento inclui intervenções de docentes e estudantes do MIM-UAlg, que abordaram a importância da ética médica.

De referir que o MIM da UAlg tem contribuído de forma muito positiva para a fixação de médicos no Algarve e para a melhoria da qualidade dos cuidados de saúde e investigação associada, nomeadamente através da formação de cerca de 300 novos médicos, dos quais cerca de 37 por cento trabalha hoje na região algarvia.

De destacar ainda o aumento do número de médicos doutorados no Algarve, que passou de dois, em 2009, para mais de 25, em 2020.

A Ordem dos Médicos também já reconheceu publicamente o Curso de Medicina da Universidade do Algarve, nomeadamente pela incorporação da atribuição dos prémios «Manuel Machado Macedo» aos melhores estudantes do MIM-UAlg no âmbito das cerimónias de «Juramento de Hipócrates» em Lisboa.

Este reconhecimento também é expresso pela conquista do 1º lugar no Campeonato Europeu de Simulação Médica (2018) e pelas classificações obtidas nos exames de acesso à especialidade médica, com um graduado pela UAlg a obter a melhor classificação na primeira edição da Prova Nacional de Acesso (PNA), onde os restantes finalistas também obtiveram uma média superior nacional.

Os exames do «European Board of Medical Assessors», cujos resultados dos estudantes do MIM se situaram acima da média populacional das universidades participantes: Universidade de Helsinki, Finlândia; Universidade de Maastricht, Holanda e David Tvildiani Medical University, Geórgia.

O magnífico Reitor Paulo Águas.

Primeiro Mestrado em Medicina criado em Portugal

O Mestrado Integrado em Medicina da Universidade do Algarve, anunciado publicamente em 2008, pelo XVII Governo Constitucional, foi descrito pelo então Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, como «inovador no nosso país em termos pedagógicos» não só pelo processo de seleção permitir a entrada de alunos já detentores do primeiro ciclo de estudos universitários, mas também por assentar num modelo pedagógico em regime tutorial experimental, baseado em estudo de casos clínicos.

Este curso tem a duração de quatro anos, o seu programa é integralmente baseado em Problem Based Learning (PBL) e comporta o ensino clínico desde o primeiro ano.

Embora a maior parte destas características não seja inovadora, por si só, dado que outras escolas médicas estrangeiras as aplicam de uma ou de outra forma, a integração de todas elas no mesmo curso de Medicina só se verifica na UAlg. Outra grande diferença em relação aos outros cursos de Medicina nacionais relaciona-se com os critérios de seleção: para além de ser necessário deter uma licenciatura, os candidatos são, também, submetidos a uma primeira fase de avaliação das suas capacidades cognitivas e linguísticas e, a uma outra, baseada na avaliação dos valores humanos.

O contacto precoce com a Medicina Geral e Familiar (MGF) é outro dos fatores diferenciadores. Os cuidados de saúde primários são a pedra basilar para a promoção da saúde e para o controlo da doença em sociedades como a sociedade portuguesa. Este curso pretende educar os futuros médicos para uma abordagem alargada à pessoa e à comunidade.

«O contacto com o doente desde a primeira semana de aulas, tutorizado por um especialista em MGF numa relação de 1:1, é a base para a preparação do médico para qualquer especialidade, não só MGF», refere Isabel Palmeirim, diretora do curso.

Este foi o primeiro mestrado em Medicina criado em Portugal, à semelhança dos que já existiam na maioria dos países desenvolvidos, exclusivamente para alunos que detenham o primeiro ciclo de estudos universitários.

A receber mais de 400 candidaturas por ano para apenas 32 vagas (nos primeiros 4 anos), depois 48, e agora 64, este curso já formou perto de 300 médicos. Além da região do Algarve, estes encontram-se distribuídos por todo o País e até em países europeus, pela maioria das especialidades médicas, como é o caso da Neurocirurgia, Cardiologia, Cirurgia Maxilofacial, Medicina Geral e Familiar (MGF), Gastroenterologia, Urologia e Anestesia.

Já com uma boa parte do seu corpo docente acreditado em Educação Médica pela Associação Europeia de Educação Médica, a Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas da UAlg tem como um dos seus objetivos o desenvolvimento da região do Algarve como um local atrativo para a prática da Medicina e formação de jovens médicos. Neste sentido, foi criado o ABC- Algarve Biomedical Center, um consórcio entre a Universidade do Algarve e o Centro Hospitalar Universitário do Algarve, que pretende reunir investigadores, alunos, profissionais de saúde e representantes de entidades ligadas ao ensino, formação, investigação científica e desenvolvimento regional, tendo como objetivo a melhoria dos cuidados de saúde.