Previgarb, a empresa algarvia líder na engenharia de segurança

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Com sede em Alcantarilha e presente em Olhão, Beja e brevemente em Évora, a Previgarb afirma-se no mercado pela certificação, formação constante e especialização de pessoal, contando com mais de 20 anos de experiência no sector.

A empresa começou a dar os primeiros passos em Ferreiras, antes de se mudar para a zona industrial de Alcantarilha, atual sede, onde emprega mais de 40 colaboradores. Mais recentemente, reforçou a sua presença em Olhão, Beja e em breve estará também em Évora, segundo Daniel Domingos, sócio-gerente da Previgarb – Engenharia de Segurança. 

«Digamos que somos um grupo de empresas, com proveitos e gestão de custos independentes, mas que partilham o nome, o know-how e todos os recursos. Cobrimos as 12 áreas da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), isto é, tudo o que esteja relacionado com prevenção de incêndios e emergência, extração de fumos, extintores, entre outros. E lidamos também com as Redes de Incêndio Húmidas (RIA)».

Segundo o administrador, «ao longo destes anos, o nosso país teve uma evolução muito grande nas questões relativas à segurança, para ficarmos equiparados ao resto da Europa. Todas as empresas deste sector têm vindo a adaptar-se» à constante atualização da legislação. 

A Previgarb, contudo, destaca-se por também se dedicar às instalações elétricas. «A eletricidade está intimamente ligada aos incêndios. Aplicamos projetos e somos instaladores. Trabalhamos muito com a indústria do turismo. Os hotéis estão sempre a precisar de manutenção nas suas instalações e fazemos remodelações. Trabalhamos ainda com alguns grupos de saúde privada e centros comerciais» da região.

«São coisas que as pessoas não veem, por exemplo, todos os aparelhos que extraem o fumo do interior dos edifícios. As superfícies comerciais têm sistemas de controle que estão ligados a quadros de segurança que, por sua vez, estão ligados a sistemas de bombagem da água e a geradores, entre muitos outros dispositivos. Tudo isso é uma rede à parte da rede elétrica. Trabalhamos sobretudo sobre essa infraestrutura, em tudo o que faz funcionar os equipamentos de segurança. Se existir um problema num equipamento desses, o perigo é exponencial», aponta.

Além disso, «toda esta segurança precisa obrigatoriamente, por lei, de manutenções periódicas e de ter registos de histórico e relatórios técnicos atualizados que são inspecionados periodicamente pela ANEPC. Há diferentes operações que temos de fazer com regularidade», o que representa uma grande fatia da faturação da Previgarb. 

Operação otimizada e trabalho remoto

Para otimizar a gestão operacional, a empresa candidatou-se ao Programa de Apoio à Produção Nacional (PAPN), através do CRESC Algarve 2020, com um projeto para a introdução de novos sistemas baseados em tecnologias de informação que permitam uma partilha mais rápida da informação, entre vários intervenientes. 

Explica Júlio Esteves, responsável pela gestão do parque tecnológico: «já tínhamos um website que tem vindo a ser construído por módulos, chamemos-lhe assim. Uma das partes que agora desenvolvemos foi, por exemplo, a disponibilização online dos relatórios técnicos aos clientes. Basta validar-se e está tudo acessível de forma organizada». 

O volume e a escala da operação da Previgarb justificam o investimento em tecnologia, «porque esta área é muita burocrática e tem requerimentos muito específicos. Optámos por desenvolver esta ferramenta interna, até como elemento diferenciador dos serviços que prestamos. Isso exige que haja uma grande partilha de informação, integrada. Ou seja, qualquer ação que se faça na plataforma, não é isolada, tem repercussão e propaga-se, fica pronta para outras pessoas utilizarem», diz. 

Daniel complementa: «o projeto começou muito antes do PAPN e prolongar-se-á no futuro porque estamos diariamente a construir uma plataforma interligada de partilha de informação. Claro que aproveitámos este apoio para acelerar significativamente o desenvolvimento das soluções, com mais programadores. Foi importante para o impulsionar».

Além disso, «aproveitámos também parte do investimento que recebemos para potenciar e tornar mais seguro o trabalho remoto. Porque não se trata apenas de aumentar a nossa capacidade em software e hardware, mas também de proteger as pessoas e os equipamentos que utilizam. Este apoio ajudou-nos muito na melhoria da segurança e na otimização do fluxo de trabalho através de instalação de fibra ótica interna, de novos ativos de rede e plataformas de gestão centralizada», acrescenta o responsável pelas redes e sistemas.

A evolução do trabalho remoto nos últimos dois anos é tal «que temos técnicos que ficam vários dias sem vir à sede. São totalmente autónomos. Têm laptops, tablets, smartphones, centenas de equipamentos. Se um técnico fizer uma fatura, o sistema sabe qual o contacto direto e a viatura que tem atribuída. A respetiva guia é-lhe enviada de forma automática, com todos os dados. Parece algo simples, mas poupa tempo, mal-entendidos, erros, e falhas de comunicação. Quando os técnicos fazem os registos de assiduidade, obrigatórios por lei, na plataforma, esses registos servem para o controlo dos custos de horas de trabalho. O sistema reconhece a informação dependendo do sítio onde cada técnico esteve a trabalhar. Ou seja, calcula os custos da mão de obra de cada projeto ou serviço que é apresentado ao cliente», detalha. 

Por outro lado, também serve para gerir o parque tecnológico da empresa. «Tenho uma ficha para cada equipamento e consigo ver o histórico de todas as manutenções. As ferramentas são atribuídas aos funcionários e sabemos por quem passou, que operações foram efetuadas, podemos registar e consultar o seu estado no momento da atribuição e, posteriormente, na devolução. A mesma ferramenta é válida para a frota de viaturas, com base no registo de rastreamento por GPS, o sistema calcula a quilometragem e avisa quando são necessárias as manutenções periódicas como mudanças de óleo e revisões».

Este projeto teve um investimento total previsto de 230.599,25 euros, sendo elegível o valor de 165.659,85 euros, com 66.263,94 aprovados pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e foi executado pela Previgarb a 100 por cento. Parte da verba serviu ainda para reforçar a estrutura do parque solar fotovoltaico da empresa para 148 painéis. Embora o desafio proposto consistisse no aumento da potência instalada em produção de energia solar de 15kW para 40kW, o realizado foi largamente excedido, atingindo um total de 55kW, mantendo-se ainda assim dentro dos limites dos valores aprovados no programa de financiamento.

Formação feita em casa

Segundo Daniel Domingos esta não é uma área fácil. «Precisamos de estar sempre a acompanhar a legislação e saem constantemente novas notas técnicas. O pessoal precisa de muita formação constante. Não existem cursos na via de ensino, o que é uma grande lacuna neste tipo de trabalho que exige certificações específicas da ANEPC que têm de ser renovadas periodicamente. Estamos a falar de formações teóricas. Não existem, depois, para a parte prática. Temos de ser nós a promover isso. Por exemplo: como é que se programa uma central de incêndios? Como é que se mexe lá dentro, como é que se ligam todos os fios aos detetores, como é que se ligam os módulos para que todo esse hardware funcione? Por vezes, promovemos formações com as marcas, sejam presenciais ou remotas, online», refere o administrador.

Os operacionais «por norma, já trazem alguma experiência de eletricidade. Entram por diversas portas. Podem trazer alguma especialização em automação e alguns conceitos básicos genéricos, que depois adaptamos às nossas necessidades e à nossa realidade. Mas para conseguirmos transformar um recurso humano num técnico, na verdadeira aceção da palavra, alguém independente que consegue entender e resolver os problemas, defendendo os interesses do cliente e da empresa, leva tempo, conforme a apetência de cada um. Mas apoiamos sempre quem quer aprender», sublinha Domingos. 

De acordo com Júlio Esteves, uma parte do financiamento do Cresc Algarve 2020 serviu também «para a certificação das novas áreas da ANEPC. Já tínhamos muita experiência, muita obra feita. Contratámos uma empresa de Leiria que, com base em toda essa experiência anterior», conseguiu o reconhecimento das competências da Previgarb.

Ainda há muito por explorar 

Segundo o Anuário de Segurança Contra Incêndio em Edifícios 2023, apresentado em julho, Portugal regista, todos os anos, cerca de 9000 ocorrências de incêndios urbanos e daí a importância das medidas de autoproteção e de as manter em boas condições.  «Tudo isso já nos mantém bastante ocupados, mas penso que ainda há muita coisa por explorar, até porque algumas áreas da ANEPC são relativamente novas. Por exemplo, a proteção contra descargas atmosféricas, os para-raios. Agora é preciso fazer manutenção e verificar as condições destes equipamentos. O procedimento é novidade. Outro exemplo é a sinalização ótica para a aviação, as pequenas luzes vermelhas que piscam no topo de infraestruturas» elevadas como prédios e antenas. 

Os edifícios com altura superior a 28 metros, que possuam posição dominante na volumetria urbana ou natural envolvente, devem ter esta sinalização instalada. «São coisas em que as pessoas nem sequer pensavam e que hoje têm uma obrigatoriedade legislativa a cumprir. Mas mesmo até áreas já com algum tempo, como o controlo de fumos, as extinções por sprinklers e agentes diferentes da água, são cada vez mais importantes. Falo no caso de instalações de datacenters», que têm um papel fundamental na vida tecnológica atual. 

«Há também algumas empresas que para poderem aceder a certos mercados externos, precisam de certificações específicas. Por exemplo, é o caso da saúde privada. Para poderem ter clientes canadianos ou norte-americanos, precisam de outras normas que o cliente europeu não exige. Para isso são necessários determinados tipos de alarmes ou sensores que temos de procurar e perceber o caminho por onde seguir, pois saem fora da nossa legislação. A verdade é que o mundo é cada vez mais global e às vezes temos de ir além daquilo que estamos habituados a fazer. Temos de descobrir e de nos adaptar», conclui Daniel Domingues.

Ao contrário do que aconteceu com grande parte da economia durante o pico da pandemia de
COVID-19, a Previgarb quase nem sentiu os efeitos adversos. «Não. Os trabalhos em projetos de novas construções abrandaram um pouco com o desaceleramento próprio do sector, mas como fazemos muita manutenção, isso teve de continuar. Houve o susto inicial e durante alguns meses notou-se o abalo, mas não foi muito significativo. Algumas intervenções foram adiadas e rapidamente se retomou o ritmo». Também a sazonalidade é quase irrelevante «pois a hotelaria já funciona grande parte do ano».

As 12 áreas da ANEPC

A Classificação Portuguesa de Atividades Económicas (CAE) está sujeita a registo na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) nas empresas que prestam serviços em 12 áreas da segurança. É necessária também a certificação dos técnicos.

a) Portas e envidraçados resistentes ao fogo e ao fumo e seus acessórios;
b) Sistemas de compartimentação com qualificação de resistência ao fogo e ao fumo, e respetivos acessórios, e produtos de proteção contra o fogo por isolamento térmico;
c) Sistemas automáticos e dispositivos autónomos de deteção de incêndio e de deteção de gases;
d) Sistemas e dispositivos de controlo de fumo;
e) Extintores;
f) Sistemas de extinção por água;
g) Sistemas de extinção automática por agentes distintos da água e água nebulizada;
h) Sinalização de segurança;
i) Sistemas e dispositivos de controlo poluição de ar;
j) Iluminação de emergência;
k) Instalações de para-raios;
l) Sinalização ótica para a aviação.

A génese da Previgarb

A Previgarb foi fundada com o intuito de proporcionar soluções adequadas às necessidades dos clientes de uma forma responsável. Os equipamentos vendidos são de fabricantes com provas dadas no mercado, que respeitam o ciclo de vida útil e a garantia associada, seja um produto final, seja mediante uma instalação técnica. Desde o equipamento mais corrente às soluções mais elaboradas, a empresa está apta a instalar sistemas de segurança de intrusão, vídeo, incêndios, gás, entre outros, seja para elevar os níveis de segurança ou para dar cumprimento a obrigações legais. 

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