INE divulga hoje crescimento da economia portuguesa em 2021

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Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga hoje a estimativa das contas nacionais de 2021. Economia portuguesa cresce 4,8 por cento.

A maioria dos economistas consultados pela Lusa a estimarem um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ligeiramente abaixo de 4,8 por cento.

António Ascenção Costa, professor do ISEG, estima que o crescimento da economia na totalidade do ano passado se fixe abaixo de 4,8 por cento, o valor inscrito na proposta de Orçamento para 2022.

«A avaliar pelo muito bom desempenho dos principais indicadores quantitativos em outubro e novembro, o crescimento de 4,8 por cento no ano talvez tivesse sido possível se dezembro não tivesse sido afetado pela nova vaga da pandemia e das restrições (ainda que mais ligeiras) impostas sobre a atividade de alguns setores de serviços que se admite que tenham levado a uma desaceleração do crescimento dos meses anteriores», justifica o economista à Lusa, recordando que a desaceleração resulta também da imposição de algumas restrições na Europa, com impacto para a diminuição da procura externa de serviços turísticos em Portugal.

Já o economista-chefe do Banco Montepio, Rui Bernardes Serra, estima uma expansão de 4,6 por cento, enquanto a equipa de research do BPI aponta para um crescimento de 4,3 por cento.

Por outro lado, Pedro Brinca, professor da Nova SBE, sublinha que «todas as previsões parecem convergir» para a meta de 4,8 por cento, uma estimativa também esperada pelo Banco de Portugal e pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.

«Estas previsões estão baseadas em expectativas que o crescimento da procura interna, nomeadamente do investimento, mais do que compense um comportamento menos dinâmico do consumo público e privado e um efeito marginalmente negativo da procura externa», explica o professor universitário à Lusa.

O ministro das Finanças, João Leão, assegurou em 17 de janeiro, que as medidas de apoio à economia e saúde adotados em dezembro devido ao agravamento da covid-19 no país «não alteram a previsão» de crescimento económico de 4,8 por cento em 2021.

«Portugal conseguiu resistir bastante bem a esta fase da pandemia e não tivemos de impor medidas com grande impacto na economia e, portanto, espera-se que o valor de 4,8 por cento [de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)] previsto pelo governo seja alcançado», declarou.

No entanto, na terça-feira, durante uma arruada em Coimbra, o primeiro-ministro, António Costa, já apontou para uma estimativa de crescimento de 4,6 por cento.

Entre as principais instituições nacionais e internacionais, a menos otimista é o Fundo Monetário Internacional, que projeta um crescimento de 4,4 por cento, enquanto a Comissão Europeia prevê uma subida de 4,5 por cento e o Conselho das Finanças Públicas de 4,7 por cento.

O PIB em termos reais, registou uma variação homóloga de 4,2 por cento no terceiro trimestre de 2021, enquanto no trimestre anterior, a variação homóloga do PIB tinha sido 16,1 por cento. Em 2020, o PIB caiu 8,4 por cento.