COVID-19: Hotelaria e restauração contra «retirada prematura» dos apoios

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Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) apela ao Governo para que «continue a apoiar financeiramente» o setor até à normalização da atividade turística, alertando que a «retirada prematura» dos apoios ameaça a viabilidade das empresas.

«É muito importante que o Governo continue a apoiar financeiramente os nossos setores até que a atividade turística esteja normalizada, incluindo ao nível do turismo internacional, ao qual a atividade das nossas empresas está diretamente ligada», sustenta a associação no seu boletim diário, hoje divulgado.

«A retirada prematura dos apoios – acrescenta – pode comprometer a viabilidade das empresas que ainda não estão preparadas para fazer face a todas as suas obrigações financeiras».

O alerta da AHRESP surge após o primeiro-ministro ter afirmado que, depois um «momento em que a intensidade dos apoios foi muito grande, progressivamente [estes] têm vindo a deixar de ser necessários».

«As empresas estão a retomar o seu caminho e hoje os apoios podem diminuir porque as necessidades são menores», disse António Costa numa entrevista à TVI, emitida na passada segunda-feira.

A associação da hotelaria e restauração salienta, contudo, que «realidades setoriais distintas requerem tratamentos diferenciados», sendo que «o alojamento turístico e a restauração e similares foram e continuam a ser as atividades que mais sofreram os impactos negativos da pandemia».

«A retoma está a decorrer a diferentes ritmos e o negócio das nossas empresas ainda não se situa nos níveis pré-pandemia», sustenta.

No seu boletim diário, a AHRESP insiste ainda na «urgência da disponibilização da medida Retomar, para que os empresários possam atempadamente contactar os bancos e iniciar o processo de negociação e reestruturação dos seus créditos».

«A poucos dias da data de término das moratórias bancárias, desconhecem-se ainda os detalhes e condições da referida medida, sendo que será o principal instrumento de apoio que será disponibilizado às empresas para enfrentar o fim das moratórias», alerta.

A medida Retomar visa apoiar as empresas na negociação com os bancos para a reestruturação dos seus créditos, através da concessão de garantia pública de até 25 por cento da dívida em moratória, assegurando que as empresas possam beneficiar de alguma carência de capital adicional e de uma extensão de maturidade.