Economia portuguesa «está a 95,4% do nível pré-pandemia»

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Conclusão é da Universidade Católica.

O Produto Interno Bruto (PIB) português estava, no segundo trimestre de 2021, a 95,4 por cento (%) do nível do quarto trimestre de 2019, que antecedeu a pandemia COVID-19, de acordo com a Universidade Católica.

«Em nível, o PIB está a 95,4% do registo do 4º trimestre de 2019, o último sem os efeitos da pandemia e associados confinamentos, ou 1,5 pontos percentuais acima do nível do 4º trimestre do ano passado (93,9%), também aferido na mesma base», pode ler-se na leitura rápida enviada à Lusa pelo núcleo de estudos da Universidade Católica (Forecasting Lab – NECEP).

O NECEP reagia assim aos números do PIB hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com um crescimento de 4,9% no segundo trimestre face ao primeiro, e de 15,5% face ao mesmo período do ano passado.

Quanto à evolução em cadeia, o núcleo da Católica destaca que se tratou «do crescimento mais acentuado desde o início das atuais séries das contas nacionais em 1977, com exceção do 3º trimestre do ano passado em que a economia recuperou 13,4% após o confinamento severo da primavera de 2020».

«Desta forma, o andamento do PIB no trimestre findo reflete, fundamentalmente, a compensação pelas perdas acumuladas durante o confinamento do último inverno, igualmente rigoroso», lembra o NECEP.

Quanto à evolução homóloga, «a variação foi também anormalmente elevada (15,5%) por influência quer do referido ressalto, quer da base anormalmente baixa do 2º trimestre do ano passado».

«O 2º trimestre foi o melhor desde o início da pandemia, se bem que mantendo ainda um importante desvio face a 2019, próximo dos cinco pontos percentuais», pode ainda ler-se na leitura rápida enviada à Lusa.

O NECEP alerta, no entanto, que «a manutenção da procura externa líquida no terreno negativo é um dado perturbante na medida em que reflete a situação difícil vivida no turismo e demais exportações de serviços, impedindo a recuperação plena do PIB face a 2019».

Esta circunstância «deverá penalizar a balança corrente, com eventual impacto na capacidade de financiamento do país».

O NECEP mantém um «cenário central de crescimento do PIB a médio prazo, com o nível do PIB de 2019 a ser alcançado apenas no próximo ano, num contexto ainda de elevada incerteza». Assim, o cenário central continua a prever um crescimento anual de 3,5%, com um intervalo entre 2% e 5%.