Socialistas de Silves dizem que Câmara não captou investimento

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Os dois vereadores socialistas da Câmara Municipal de Silves, Fernando Serpa e Paulo Pina, apresentaram uma declaração de voto na reunião camarária, na qual assinalam o que a autarquia, em dois anos, não conseguiu fazer para captar investimento privado para o concelho. No documento, a que o «barlavento» teve acesso, os socialistas afirmam que a «ordem de trabalhos» da reunião camarária de 7 de outubro de 2015 «é o reflexo de uma política desastrosa deste executivo permanente». Os socialistas sublinham até que, após assistirem, «ao longo destes dois anos a um decréscimo cada vez mais acentuado do número de processos de obras particulares presentes em reunião de câmara (na sua grande maioria, relativos a alojamento local, obras de conservação e legalização)», chegou «ao cúmulo de ter agendado» para aquela reunião «apenas dois processos». Apesar da crise, este não é o único fator para o «marasmo» a que o concelho chegou.

Os socialistas acreditam ainda que quem não foi capaz de empreender uma política capaz de promover a economia local tem que ser responsabilizado. Enumeram que continua a faltar aprovar a revisão do Plano Director Municipal, que estava pronto para discussão pública em 2013. Na melhor das hipóteses, será concluída em 2016 ou 2017, lamentam. Este facto inviabiliza «um vasto conjunto de investimentos que esperam e desesperam pelo novo PDM e mantém em vigor um documento que já devia ter sido revisto há mais de uma década».

Os vereadores PS dizem ainda que falta rever o regulamento de taxas e licenças, criticado pela CDU durante a campanha de 2013, mas que continua em vigor, bem como elaborar um plano estratégico e definir uma política municipal de apoio ao empreendedorismo.

Em resposta a estas acusações, contactada pelo «barlavento», a presidente da Câmara Municipal de Silves, Rosa Palma, afirma que esta declaração de voto e o seu conteúdo «é um absurdo». «Quando afirmam que a autarquia não tem captado investimento privado por causa do PDM», Rosa Palma contrapõe argumentando que «há um conjunto de investimentos viabilizados com o Plano Diretor em vigor, que só não avançam devido à conjuntura atual».

Aliás, a presidente da Câmara, eleita pela CDU, reforça que há perto de 15 «projetos, que são grandes infraestruturas». Alguns aguardam «apenas que os investidores levantem a licença de construção», como é o caso do mega-projeto da Praia Grande, ou do outlet de Alcantarilha. Rosa Palma garante ainda que tem reunido com estes investidores. A crise é o fator apontado para que não avancem com as suas ideias e planos.