Rota da Laranja de Silves arranca dia 7 de fevereiro

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Potenciar o território do litoral à serra, passando pelos pomares de citrinos e adegas é objetivo dos percursos e atividades que a autarquia está a ultimar no âmbito da nova Rota da Laranja de Silves, segundo revela a autarca Rosa Palma em entrevista ao barlavento.

Já está a data marcada. Sexta-feira, dia 7 de fevereiro, haverá uma primeira apresentação à imprensa da nova rota que surge no âmbito da marca «Silves, Capital da Laranja».

Ouvida pelo barlavento, Rosa Palma, presidente da Câmara Municipal de Silves, explica que «é um instrumento que a autarquia tem vindo a desenvolver para a promoção do território, e também, para a valorização da principal atividade comercial e económica do nosso concelho. Não é só mais uma rota. É algo que queremos que possa refletir a identidade de Silves, o seu património edificado e imaterial, e sobretudo a capacidade de acolhimento da nossa população, do litoral à serra».

Ou seja, a nova rota «permitirá alavancar o que de melhor temos no concelho através do turismo».

Rosa Palma, presidente da Câmara Municipal de Silves.

Das várias atividades que estarão disponíveis em breve, «haverá um enfoque na apanha tradicional dos citrinos. Teremos parcerias com alguns dos produtores locais que se mostraram disponíveis para acolher o público e proporcionar estas experiências nos seus pomares. As pessoas vão perceber o que distingue as diversas variedades. No fundo, queremos que esta rota sirva para enriquecer, em termos culturais e gastronómicos» uma visita a Silves.

A autarca admite que não será fácil percorrer a totalidade da Rota da Laranja apenas num dia, sobretudo, caso se queira visitar também as adegas e os produtores de vinho. Por outro lado, não será uma iniciativa sujeita à sazonalidade, porque à exceção de agosto, a citricultura decorre ao longo de todo o ano.

Em termos de divulgação da nova Rota da Laranja, além do material que está a ser preparado, e sem querer levantar demasiado o véu, a autarca revela apenas que «haverá um mecanismo para ligar todos estes pontos» moderno e funcional.

«Será algo que permitirá às pessoas terem vivências do território, de serem parte participante na rota». Por fim, a Mostra da Laranja também já está agendada para 14 e 15 de fevereiro, na Fissul.

Silves celebra 190 anos do nascimento de João de Deus

Outra novidade é que ao longo de 2020, Silves vai comemorar os 190 anos do nascimento de João de Deus, o ilustre poeta e pedagogo natural de São Bartolomeu de Messines.

O ponto alto será no sábado, dia 8 de março. Rosa Palma endereçou um convite a Marcelo Rebelo de Sousa para estar presente, já que a iniciativa conta com o alto patrocínio do Presidente da República.

A efeméride terá um programa ambicioso que prevê exposições de rua em cidades onde o pedagogo viveu, «nomeadamente em Beja, Coimbra e Lisboa».

A ideia é que possam ser inauguradas «em simultâneo», nos vários municípios envolvidos. Silves terá a cargo a elaboração dos conteúdos e a produção das mostras. «Este será um ano para relembrar as preocupações que João de Deus teve em alfabetizar os seus contemporâneos. Criou uma metodologia para facilitar os ensinamentos a quem ficava com crianças a cargo, e que regra geral era a mãe».

No programa comemorativo dedicado ao criador da Cartilha Maternal serão também envolvidas as escolas e as freguesias do concelho.

«Apesar de termos toponímia dedicada a João de Deus em todo o país, penso que o contributo que deu à sociedade está a cair no esquecimento. Não quero dizer que se desvalorizou, mas diluiu-se no tempo. Penso que com esta iniciativa vamos enaltecer e reconhecer a importância que ele teve a nível nacional. Educar faz parte do nosso dia a dia e se tivermos isso bem presente, faremos melhores opções e mais conscientes no futuro».

No âmbito desta efeméride, a autarquia publicou uma agenda comemorativa e encomendou um livro a Alberto Quaresma. Será editado apenas em 2021, mas o autor fará uma apresentação daquilo que se propões a investigar já no dia 8 de março. «Não queremos que seja um livro para académicos, mas para todos», democratizando o saber, tal como fez João de Deus no seu tempo».

Fábrica do Inglês vai ser unidade hoteleira

Segundo Rosa Palma, presidente da Câmara Municipal de Silves, «há promotores (Colossal Week) que já entraram em acordo com a Caixa Geral de Depósitos», proprietária do imóvel.

«Foi-nos feito, por parte desses promotores, um pedido de informação prévia, o qual foi aceite e deliberado positivamente. Agora está na Direção-Geral do Património Cultural para ser avaliado, porque a Fábrica do Inglês está em vias de classificação de interesse público, além de já estar classificado como imóvel de interesse municipal», explica a autarca ao barlavento.

«Estes promotores pretendem requalificar todo o património, mantendo a traça original. A parte a ser intervencionada é um pátio amplo», onde antigamente se fazia a secagem da cortiça. Em relação ao espólio do museu, adquirido por um privado, «estamos a debater-nos judicialmente. Está para breve, uma decisão do tribunal». Rosa Palma aponta para o primeiro semestre deste ano.

Segundo a autarca, a ideia dos investidores é «criar um empreendimento turístico de elevada qualidade, mantendo o museu. Nós pretendemos ser um parceiro ativo na manutenção» daquele espaço cultural há muito fechado.

Até hoje, o espólio permanece no local e caso o desfecho seja positivo para a autarquia, Rosa Palma espera que a exposição permanente do Museu da Cortiça da Fábrica do Inglês possa vir a ser visitável de novo.

«Todo aquele espaço será de fruição pública. Os promotores estão de acordo, até porque isso constitui uma mais-valia e contribui para a qualidade do empreendimento».

Mercados Municipais de Silves e Messines vão a obras

Os Mercados Municipais de Silves e de São Bartolomeu de Messines vão receber obras de requalificação, tendo as mesmas comparticipação comunitária por parte do Plano de Ação de Desenvolvimento de Recursos Endógenos (PADRE). Ambas as empreitadas já foram adjudicadas.

«Os concursos públicos prosseguem os seus trâmites normais. Antes do início das obras vamos auscultar os comerciantes no sentido de preparar da melhor maneira as intervenções, reduzindo ao máximo os impactos negativos. Saliento que as dificuldades que o país atravessa em termos de escassez de mão de obra, levou a que os concursos públicos tivessem que ser repetidos. Em Silves, foram lançados três vezes e em Messines, duas vezes», explica Rosa Palma ao barlavento.

Além da requalificação dos mercados, o município de Silves está a promover um vasto conjunto de obras em todo o concelho.

«Permito-me, no entanto, destacar a título de exemplo duas grandes obras na cidade de Silves e uma outra em Armação de Pêra. Trata-se da requalificação do Jardim do Largo da República com os trabalhos a decorrer, e a beneficiação e valorização da Rua Atrás dos Muros, cujo concurso público vai ser lançado de imediato. Também a vultosa obra de combate às cheias em Armação de Pêra (primeira fase) cujo concurso público também se encontra ativo».