Autarca farense, Rogério Bacalhau, manifestou solidariedade com os protestantes, esta manhã, na Mobilização Nacional pelo Alojamento Local.
Dezenas de empresários do sector do Alojamento Local, concentraram-se ao final da manhã de hoje, no Largo da Sé, em frente à Câmara Municipal de Faro, no âmbito de uma manifestação nacional que aconteceu, em simultâneo, também em Lisboa, Porto, e Setúbal.
O protesto acontece no dia em que o governo irá aprovar em Conselho de Ministros um conjunto de medidas que podem vir a ditar o fim deste negócio, e serviu para contestar as medidas previstas no programa «Mais Habitação».
Os protestantes entregaram ao edil um manifesto que exprime as «preocupações» e que reúne testemunhos de pessoas que serão afetadas pela eventual decisão do governo.
«Do meu ponto de vista, a vossa reivindicação é mais do que justa. O Alojamento Local é uma atividade que não tem muitos anos, mas que veio revitalizar as cidades. E quando se fala que em Lisboa e no Porto existem alguns quarteirões que são só Alojamento Local, pedia para fazermos um exercício e voltarmos atrás. Se não fosse o Alojamento Local, o que é que lá teríamos hoje?», ironizou Rogério Bacalhau, no uso da palavra.
«Eram habitações antigas, com muito poucas condições de habitabilidade, se pensarmos nos padrões de hoje. Os proprietários foram envelhecendo, morrendo e ninguém iria reabilitar aquelas habitações para as alugar aos preços» de mercado.
Portanto, na perspectiva do presidente da Câmara Municipal de Faro, «o Alojamento Local veio trazer uma economia, que na área da reabilitação, é importantíssima para os cascos antigos das cidades. Aqui também isso aconteceu. Temos muitas casas antigas que foram reabilitadas e que hoje são excelentes embaixadores daquilo que é o nosso turismo».

«E trazem economia para as famílias. Não estamos a falar em grandes grupos. Estamos a falar em economia familiar, de pessoas já reformadas que vivem das suas reformas pequenas e que encontram ali um complemento da reforma, e de outras que trabalham noutras atividades e têm ali um complemento financeiro todos os meses. Saem do seu trabalho e vão tratar dos seus alojamentos e têm uma recompensa ao final do mês ou da semana. Estamos a falar em pessoas que investiram valores significativos mas que em poucos anos conseguem ter esse retorno», defendeu.
«Se alguém pensa que estes imóveis, se não existir Alojamento Local, as pessoas vão fazer investimentos para não terem retorno no seu período de vida e colocarem isto como habitação, desenganem-se, porque isso nunca acontecerá. O que acontecerá é os cascos das cidades continuarem, de alguma forma, a criar mal-estar junto das populações», disse.
«Esta poderia ser a razão justificativa para deixarem o AL como está e para deixarem os municípios gerirem isto», apelou, questionado se com o fim do AL «resolvemos o problema da habitação? Ninguém acredita nisso», afirmou.
«Não teremos nem mais uma habitação se acabarmos com o AL. O problema da habitação não se resolve proibindo absolutamente nada. Vamos ver hoje em conselho de ministros, há ou não alguma abertura por parte do governo para continuarmos a revitalizar as nossas cidades, a revitalizar a nossa economia e a usufruir daquilo que melhor temos no Algarve, que é o turismo, proporcionando experiências para que as pessoas fiquem com vontade de voltar e é isso também que o Alojamento Local faz», concluiu.