Com um belo polimento a Grés de Silves, extraído na pedreira de Vale Fuzeiros, Ricardo Martins e Vítor Bacalhau fundiram imaculada e demoradamente o fado ‘americano’ com o blues ‘algarvio’ na noite ontem, sábado, 26 de Junho.
Foi em mais um espetáculo do ciclo GeoPalcos, iniciativa integrada na apresentação e divulgação do Geoparque Algarvensis, o território de Loulé, Silves e Albufeira que aspira a ser classificado como Geoparque Mundial da UNESCO.
A atuação dos dois músicos algarvios não começou sem que antes Bruno Matos, atual proprietário da pedreira, oferecesse e descerrasse uma placa alusiva à emblemática pedra regional, na presença de José Apolinário, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, e Rosa Palma, presidente da Câmara Municipal de Silves.
Foi ainda precedido de uma atuação multimédia criada e interpretada por alunos da Escola Secundária de Silves.
Ricardo Martins, com a sua guitarra portuguesa, e Vítor Bacalhau, músico de referência do rock & blues português, trouxeram até ao interior de Silves a estreia vibrante de uma união improvável, apadrinhada por Pedro Bartilotti.
Uma reunião musical e multicultural que foi viajando por temas da autoria de Ricardo Martins, por arranjos de fado e de música popular portuguesa, e ainda por temas de Vítor Bacalhau.
De forma progressivamente surpreendente, os dois instrumentos e as suas respetivas sonoridades foram-se combinando e revelaram o fruto de seis meses de preparação e ensaios, levados a cabo no recato da pandemia e do confinamento.
Num futuro próximo, contou ao barlavento Vítor Bacalhau, está previsto o lançamento de um disco que imortalizará a criatividade e o trabalho em comum dos dois músicos.
Entre o público, que lotou a pedreira para escutar o casamento musical de Ricardo Martins e Vítor Bacalhau, estava também o Metoposaurus algarvensis, a tal salamandra gigante extinta há 227 milhões de anos e que é agora a «mascote» deste território geológico e cultural que se está a afirmar.
