PJ apreende 1,2 toneladas de cocaína a «rede bastante poderosa» em Albufeira

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A Polícia Judiciária (PJ) aprendeu ontem, em Albufeira, uma viatura com 1.200 quilos de cocaína. Foram localizados e detidos, em flagrante delito, seis homens.

A Polícia Judiciária (PJ), através da Diretoria do Sul, desencadeou ontem, no concelho de Albufeira, uma operação que visou desarticular um grupo criminoso suspeito da introdução de grandes quantidades de cocaína no mercado europeu.

Neste âmbito, foram localizados e detidos, em flagrante delito, seis homens, com idades compreendidas entre os 24 e os 62 anos, na posse de cerca de 1.200 quilos de cocaína.

O grupo agora detido era composto por cidadãos do Brasil, da Croácia, de Itália e de Portugal.

Segundo explicou aos jornalistas Fernando Jordão, responsável pela Diretoria do Sul (Baixo Alentejo e Algarve) da PJ, «neste caso, temos aqui um grupo constituído por pessoas de várias nacionalidades, o que demonstra bem a dimensão desta rede e sobretudo, demonstra também a organização e todo o apoio logístico que está por detrás deste tipo de tráfego, atendendo a que este produto estupefaciente tem origem noutras latitudes».

Portanto, «estamos perante, de facto, de uma rede bastante poderosa, quer a nível logístico e de controlo do produto estupefaciente até chegar aos mercados finais e sobretudo, é uma rede que tem um poder financeiro muito, muito grande para poder ter acesso a estas quantidades» de cocaína.

Fernando Jordão, responsável pela Diretoria do Sul da Polícia Judiciária (PJ).

Em conferência de imprensa, que decorreu ao final da manhã de hoje, nas instalações da PJ em Faro, Jordão calculou que a droga apreendida tenha um valor de mercado na ordem de «mais de três dezenas de milhão».

Em relação à origem da droga e o destino, «estamos a investigar, quer a montante, de onde vem, quer a jusante, para onde ia. Temos, obviamente, algumas pistas, e a investigação vai continuar», sublinhou aos jornalistas, embora as autoridades suspeitem que seria para exportação e distribuição nalguns países da Europa.

«Sim, estamos a falar de grandes quantidades. Os 1200 quilos de cocaína não seriam certamente para o mercado consumidor português. Seria para alguns países europeus. É isso que temos de investigar com a ajuda e cooperação, quer policial, quer judiciária para percebermos o destino final», acrescentou o dirigente da PJ.

Em relação ao facto de estar um cidadão português, da zona de Lisboa, envolvido no esquema, frisou que «Portugal, como sabem, é uma porta de entrada» e admitiu que «poderá» haver mais elementos envolvidos neste grupo de traficantes.

A droga foi interceptada dentro da viatura que estaria prestes a sair para a estrada. «No tráfico de cocaína, as coisas são, de facto, diferentes. Como disse, é preciso um apoio logístico muito maior» embora, para já, não confirmou se a droga terá chegado por via marítima. «É uma hipótese que temos de trabalhar».

Em relação à operação, «já há alguns dias que as pessoas estavam monitorizadas. Percebemos uma parte do percurso que a viatura fez em Albufeira, sobretudo. Estava a preparar-se para sair de Portugal, possivelmente».

Alguns dos detidos estavam em hotéis e apartamentos no Algarve, «noutros locais», o que leva a PJ a suspeitar que os traficantes teriam uma base logística na região. «Estamos a falar em montantes muito elevados e portanto, têm de estar perto de onde se passam as coisas, como é natural», explicou.

A maior parte dos detidos foram apanhados em flagrante no momento em que se preparavam para fazer o transporte da droga, e segundo Fernando Jordão, não ofereceram resistência.

Está também por investigar se esta rede tem conexões a outras a operar no país, eventualmente, com os carteis que têm vindo a aumentar o tráfico de haxixe ao largo do Algarve.

A PJ apreendeu a viatura pesada utilizada no transporte do produto estupefaciente, equipamentos de comunicação, elevados montantes em dinheiro, documentos e outros objetos, com relevante interesse para a prova dos factos em investigação.

A operação contou com a colaboração do Departamento de Investigação Criminal de Portimão. A direção do inquérito está a cargo do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, em Lisboa.

Os detidos serão presentes a primeiro interrogatório judicial, tendo em vista a aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.