Paisagens e territórios algarvios em transformação

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Há agora uma urgência especial para esta série fotográfica, sobre paisagens e territórios algarvios em transformação, enquanto estímulo para a reflexão: a degradação da biodiversidade aumenta a probabilidade de futuras pandemias e ajuda a compreender as causas da atual.

Os usos e ocupações que o Homem estabeleceu e determinou para o seu território mudaram ao longo dos tempos, mudam na atualidade e continuarão a mudar no futuro.

Por conseguinte, no Algarve, como em quase todo o planeta, ocorre uma contínua transformação do território e das paisagens a ele vinculadas.

Será possível identificar períodos de mudanças a ritmo acentuado e mudanças mais lentas; não é possível, no entanto, identificar períodos estáticos, a não ser por breves intervalos de tempo.

E, na verdade, a existência de paisagens incólumes é hoje uma utopia romântica. Todo o território já foi perturbado e está em constante mudança, por ação direta ou indireta do Homem.

Há agora uma urgência especial para esta série fotográfica, enquanto estímulo para a reflexão: a pandemia de SARS CoV-2 (COVID-19).

Sucedem-se os avisos, insistentemente afirmados pela comunidade científica e pela Organização Mundial da Saúde (OMS): a degradação da biodiversidade aumenta a probabilidade de futuras pandemias e ajuda a compreender as causas da atual.

O biogeógrafo, investigador e professor universitário Miguel Bastos Araújo, por exemplo, em entrevista ao semanário Expresso (edição de 23 de maio), afirma que poderá haver uma relação direta entre a perda de biodiversidade e o aparecimento de pandemias.

Emerge, entre muitos, um amplo consenso: os serviços prestados pela natureza ao Homem são fundamentais para a qualidade de vida à face da Terra.

E à escala regional impõem-se duas questões: como é que o Algarve cuida do seu território e da sua biodiversidade? Quando ocorrem transformações na região, qual o sentido das mesmas?

No da degradação ou no da preservação e valorização na natureza?

Para criar esta série fotográfica (ainda incompleta) identificaram-se e documentaram-se paisagens e territórios algarvios em transformação.

Que sinais ilustram estas fotografias? Tentam responder a estas questões Álvaro Domingues, Fernando Santos Pessoa, Madalena Victorino e Giacomo Scalisi, a convite do barlavento.