Ordem vacina 200 médicos do privado em Faro e Portimão

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Bastonário da Ordem dos Médicos veio ao Algarve acompanhar a vacinação dos profissionais não afetos ao Sistema Nacional de Saúde (SNS), considerados não prioritários.

Um ligeiro calor no corpo foi o que Maria Helena Gonçalves, médica de medicina geral e familiar na Clínica Particular de Vilamoura, sentiu depois de ter levado a primeira dose da vacina contra a COVID-19, ao início desta tarde na unidade de Faro do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA).

Mas maior foi o alívio por ter recebido a esperada inoculação. «Sei que a Ordem dos Médicos já lutava por isto há algum tempo e se calhar, a conjuntura não era favorável, e agora, em boa hora conseguiram» que os profissionais do sector privado fossem vacinados.

«Conseguimos agora ter uma proteção que não tínhamos, apesar de termos estado sempre a trabalhar, sem rede» e apenas com as medidas recomendadas pela Direção-Geral de Saúde (DGS) como única salvaguarda.

«Sem dúvida que estava a demorar. Começaram as vacinas em dezembro e já estamos em março», disse a médica aos jornalistas.

Durante este compasso de espera, chegou a ter contacto com doentes COVID, mas «felizmente», as precauções foram suficientes para que não tivesse ficado infetada, disse ainda.

Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos fez questão de vir à capital algarvia acompanhar a vacinação dos colegas. Ouvido pelos jornalistas, explicou que «este é um processo que decorre em dois dias, «em simultâneo em Faro e Portimão».

Hoje foram validados todos os médicos que têm mais de 65 anos e amanha, serão os restantes, por se tratarem de «vacinas diferentes», da Pfizer e da Astrazeneca, respetivamente.

No total, 200 clínicos vão receber a primeira dose.

Segundo o bastonário, «os médicos que estão dentro do SNS têm sido vacinados, não sei se estarão já todos ou não, mas a verdade é que os que também tratam doentes com ou sem COVID-19 fora do SNS, não estavam vacinados. Este desafio foi lançado pelo coordenador da Task Force, que nos pediu para coordenar esta situação», disse.

Ainda segundo Miguel Guimarães, «este é um processo dinâmico» que deverá envolver 4200 clínicos em todo o país. Alguns profissionais que já tiveram a doença vão aguardar até abril, de acordo com as recomendações da DGS.

«Acentuava um aspeto importante, a Ordem quando critica, apresenta soluções também. Tínhamos a noção que muitos médicos não estavam a ser vacinados. Fizemos esta proposta e estamos aqui a colaborar e a ter esse trabalho de organização das listas, verificar quem são os médicos e o que fazem. Tenho de agradecer o apoio do CHUA e ao presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, que também permitiu que esta situação fosse possível. Este é um passo importante para nós», sublinhou.

«O que é importante é termos as pessoas preparadas porque cada vez que estamos a vacinar um médico, estamos a proteger muitos doentes», disse.

O bastonário da Ordem dos Médicos elogiou o trabalho do vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, coordenador da task force para o plano de vacinação contra a COVID-19, que em sua opinião está a fazer um melhor trabalho que o demissionário Francisco Ramos.

«Indiscutivelmente sim, porque é mais objetivo, porque aceita que as propostas de quem quer ajudar possam andar para a frente e porque tem um interesse em que o processo corra bem, rápido e sem sobressaltos», concluiu.