Noite que podia ser histórica transformou-se em verdadeiro pesadelo para o Portimonense. Mafrenses, da Segunda Liga, dominaram de fio a pavio e fizeram o que quiseram de um Portimonense irreconhecível, vencendo por 2-4.
Numa fase já avançada da Taça de Portugal, Paulo Sérgio não poupou nas escolhas para o 11 inicial. Ainda assim, não chegou para evitar uma primeira parte absolutamente desastrosa…
O escândalo começou a desenhar-se logo aos quatro minutos, quando Rodrigo Martins teve passadeira estendida pela defensiva algarvia, galgou mais de meio-campo como quis e, à entrada da área portimonense, atirou para o fundo das redes.
Dois minutos depois, Nakajima tentou liderar a reação do Portimonense, mas os intentos do nipónico esbarraram no poste da baliza mafrense.
O cenário para os alvinegros piorou ao minuto 15. Pedrão derrubou Aparício dentro da área e o árbitro assinalou grande penalidade. Na cobrança, ao minuto 16, Gui Ferreira fez o segundo.
O Portimonense não mostrava grande capacidade para incomodar os forasteiros, mas ao minuto 27 Nakajima conseguiu marcar. No entanto, o tento acabou anulado por offside. O aviso ficou dado para o que aconteceria quatro minutos depois. Na sequência de um livre, o japonês rematou para o fundo da baliza do Mafra e reduziu distâncias no marcador.
Mas bastaram apenas cinco minutos para o Mafra voltar a aumentar a vantagem para dois golos. Desta vez foi Angulo a cometer um grande erro em zona proibida, deixando a bola à mercê de Tomás Domingues, que cruzou para a emenda de Pedro Lucas. Estava feito o 1-3 com que se chegou ao intervalo.
Para a segunda parte esperava-se uma reação forte dos algarvios. Paulo Sérgio lançou Ewerton e Filipe Relvas, para os lugares de Carlinhos e Pedrão. Mas foi mesmo o Mafra a voltar a ameaçar.
Logo aos 47 minutos, Rodrigo Martins combinou com Gui Ferreira que, na cara de Payam, viu o guardião iraniano a negar-lhe o golo com uma grande defesa.
A partida caiu numa toada muito morna, à medida do que o Mafra pretendia. Os homens de Portimão foram, durante quase toda a partida, incapazes de colocar em perigo a baliza de Renan.
O cenário ficou ainda mais negro para o Portimonense ao minuto 70. O árbitro considerou que Willyan derrubou Aparício, num lance que deixou dúvidas e motivou protestos dos algarvios. O VAR confirmou a incidência e, na conversão, Bura fez o 1-4.
Os alvinegros ainda reduziram, já em período de compensação, por intermédio de Aylton Boa Morte, que vez o 2-4 final.
O Portimonense falha assim o acesso às meias-finais da prova rainha do futebol português, numa noite trágica para as aspirações algarvias na competição.
O Mafra esteve sempre melhor na partida e nunca teve o resultado em perigo, chegando pela primeira vez na sua história a uma fase tão avançada da Taça de Portugal.