Algarve vai receber reforço de 30 milhões de euros para apoiar empresas do Turismo, anunciou António Costa Silva.
O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, divulgou o reforço de 30 milhões de euros do orçamento da «Linha + Algarve», na tarde de ontem, quarta-feira, dia 27 de setembro, durante a abertura da conferência que assinalou o Dia Mundial do Turismo, no hotel NAU Salgados Palace (Palácio de Congressos do Algarve), em Albufeira.
Este apoio destinado à linha de financiamento da região algarvia, que é dirigida a requalificação de empreendimentos, integra um pacote de medidas num total de 100 milhões de euros, dos quais 50 milhões são para a «Linha Turismo + Sustentável» e 20 milhões para a «Linha Turismo + Crescimento».
O pacote anunciado pelo ministro está «ligado à linha de turismo mais sustentável, portanto foi desenhado para apoiar as empresas que apostam na sustentabilidade, gestão da água, energia e recursos».
Os 30 milhões de euros que o governo decidiu destacar para o Algarve serão utilizados por empresas que pretendam «requalificar os ativos e a oferta» na região, sendo a partilha do crédito de 75 por cento do Turismo de Portugal e 25 por cento por parte da banca, podendo no final «haver uma conversão de cerca de 30 por cento a fundo perdido face aos resultados dos projetos». De acordo com António Costa Silva, o valor máximo de financiamento individual será de 750 mil euros.
«As empresas são o motor central para o desenvolvimento da economia»
O ministro defendeu que «as empresas são o motor central para o desenvolvimento e transformação da economia portuguesa» salientando que «o turismo pode ser a grande fortaleza da transformação da economia local», dado que tem capacidade para «multiplicar a economia».
Num discurso positivo, António Costa Silva revelou que, a seu ver, Portugal tem «todas as condições para transformar o turismo numa grande referência internacional que já é hoje, mas não só uma referência para o presente, mas também para o futuro».

Nesse âmbito, salientou o investimento de 130 milhões de euros na Agenda «Acelerar e Transformar o Turismo» e desafiou a direção do turismo em Portugal «a fazer grandes tornos com todos os operadores para ver o que vai ser o turismo daqui a 5 anos e a 10 anos», em termos de alojamentos, aeroportos e serviços.
Explorar outras áreas do turismo pode levar a uma transformação da economia portuguesa, explicou, contudo referiu que «isso implica a valorização do capital, o investimento nas empresas e a qualificação das pessoas».
Neste sentido, notou ainda que «a ligação umbilical entre o turismo e a digitalização pode ser absolutamente transformadora».
«A digitalização não investe em ilusões, multiplica a economia, promove a conectividade e promove a economia», argumentou.
«O investimento é decisivo»
Ao sublinhar que «o investimento é decisivo», António Costa Silva mencionou que dos 1.300 milhões de euros no fundo de capitalização e resiliência, dos quais 530 milhões estão já aprovados, ambiciona que, até ao fim do ano, cerca de 330 milhões de euros sejam pagos às empresas.

A necessidade de «atrair cada vez mais pessoas, reconfigurar a oferta turística e responder àquilo que são os desígnios dos viajantes no mundo», não é novidade para António Costa Silva que reconheceu a urgência de «transformar o sector de turismo nacional um dos mais sustentáveis do mundo».
«Nós temos de ter o selo da sustentabilidade na atividade turística no topo das nossas possibilidades. Temos de ligar isso à transformação do território», expressou.
Outra preocupação abordada pelo ministro da Economia durante a conferência com o tema «Turismo fator de coesão nacional» foi a perda de jovens que o país enfrenta, tema também abordado por diversos oradores.
«Os portugueses devem estar empenhados em que a execução corra bem»
A sessão de encerramento esteve a cargo do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que comentou haver «um despertar do senhor primeiro-ministro e do Governo para o tempo que corre aceleradamente», acrescentando que Portugal está «ainda numa situação favorecida a muitos parceiros europeus».
Apesar de reconhecer que burocraticamente «é muitas vezes difícil devido ao prazo fixo que não pode ser ultrapassado», o chefe de Estado acredita que é essencial acelerar a concretização de ações ligadas ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
«Todos os portugueses devem estar empenhados em que a execução corra bem», disse o Presidente da República mostrando-se «feliz pela decisão europeia aumentar os fundos europeus do PRR» para o país. «É o reconhecimento ao facto de Portugal ter tido um envolvimento mais pesado durante a pandemia e, por outro lado, ter sofrido consequências indiretas da guerra [na Ucrânia]», notou em declarações aos jornalistas.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, essa decisão faz com que o governo não tenha de pedir mais empréstimos, visto que «aumenta a cota parte dos fundos europeus que não têm uma penalização de juros que teriam os recursos a mais empréstimos».

A sessão de abertura do evento promovido pela Confederação do Turismo de Portugal, em parceria com a AHETA e com o apoio da Região de Turismo do Algarve e da Câmara Municipal de Albufeira, contou também com o presidente da Confederação do Turismo de Portugal, Francisco Calheiros e o presidente da Câmara Municipal de Albufeira José Carlos Rolo.
Após o discurso do CEO do Millennium bcp, Miguel Maya, o primeiro painel de debate que abordou o «Turismo e o desenvolvimento territorial», teve como oradores o presidente da Infraestruturas de Portugal, Miguel Campos Cruz, o CEO da Highgate Portugal, Alexandre Solleiro, o presidente da Região de Turismo do Algarve, André Gomes, o Territory Manager Partner da PwC Portugal, António Brochado Correia, como oradores do primeiro debate, moderado pela jornalista Rosário Lira.
O segundo painel, onde se debateu «Algarve e o futuro do turismo», foi constituído pelo secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Hélder Martins, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, José Apolinário, diretor executivo da RENA, António Moura Portugal, e presidente do Conselho Nacional da Indústria do Golfe, Nuno Sepúlveda.