O projeto «Lavrar o Mar – As Artes no alto da Serra e na Costa Vicentina» tem novidades na calha, com atividade regular ao longo dos próximos oito meses, segundo revelou a coreógrafa Madalena Victorino.
«Este programa, o Lavrar o Mar é feito com o apoio do 365 Algarve, mas também com o apoio das Câmara Municipais de Aljezur e de Monchique, sem as quais seria muito difícil realizar o que estamos a fazer. Vamos começar de mansinho, com a Dieta Mediterrânica, com um espetáculo de teatro e outro de música utilizando o Festival da Batata-doce» em Aljezur, já no final de novembro.

«Depois vamos ter na passagem de ano, um grande espetáculo de circo contemporâneo que se chama Klaxon. Vem através da companhia francesa de novo circo Akoreacro, assente na escola russa circense, com um rigor técnico deslumbrante, muito poético, os corpos lançando-se no ar atingindo o impossível de imaginar. É um espetáculo imperdível, que vai estar cinco noites no Heliporto de Monchique para receber todas as pessoas, mas mesmo todas, as que não couberam no ano passado no «Maintenant ou Jamais/ Agora ou nunca», garantiu. Não faltará o típico «Mort-Porc» de Monchique com champanhe na última noite de dezembro.
Já no início de 2018 «vamos ter as residências artísticas e abordar a tradição extraordinária do medronho. Haverá teatro nas destilarias a partir de conversas com escritores como o algarvio Sandro William Junqueira que vamos novamente convidar, e a Joana Craveiro do Teatro do Vestido, que é uma encenadora e escritora muito interessante e o Afonso Cruz que vai repetir. São ficções que têm como ponto de partida, as conversas e o estar com os destiladores, partilhando a vida social das destilarias, com os seus amigos e as famílias da serra de Monchique».
Por outro lado, «as piscinas municipais que são um património contemporâneo dos municípios serão, lugar de transformação em espaço coreográfico, ou melhor, num teatro aquático de grandes dimensões», revelou Madalena Victorino.

Por fim, outro grande momento será a apresentação de «Bestias», pela companhia Baro D’Evel Cirk. «É um espetáculo que tem viajado pela Europa toda, com prémios ganhos, onde os animais serão as pessoas, e as pessoas, se calhar, os animais». Vai acontecer no campo de futebol do Rogil, entre o dia 25 de abril e 1 de maio.
Segundo Dália Paulo, comissária do programa «365 Algarve», o «Lavrar o Mar é um projeto de continuidade, que acontece de novembro até maio. É um projeto diferenciador que trabalha com as comunidades artísticas e não-artísticas num território que não tinha oferta cultural, ou muito residual. Na primeira edição percebemos que consegue verdadeiramente levar pessoas àqueles territórios na época em que acontecem. Na altura do festival, se desdobrou em vários eventos, tivemos sempre casa cheia. Contudo, em conversa com os com os promotores» Madalena Victorino e Giacomo Scalisi da COSANOSTRA Cooperativa Cultural, «achámos que este ano não haveria um festival final, mas sim vários eventos-âncora. Conseguimos perceber na primeira edição que o raio de ação é toda a Costa Vicentina e o Baixo Alentejo. Houve muita gente que fez escapadinhas de fim de semana para vir ver os espetáculos», algo que se deverá repetir nesta edição.
Em breve, toda a programação estará disponível em http://www.lavraromar.pt