Semanário barlavento venceu a terceira edição do Prémio Nacional de Jornalismo de Inovação (PNJI) na categoria regional.
A terceira edição do Prémio Nacional de Jornalismo de Inovação (PNJI) voltou a distinguir jornalistas e trabalhos que, em 2019, contribuíram para a divulgação de inovação de base científica e tecnológica desenvolvida em Portugal.
Manuel Pestana Machado, jornalista do Observador, venceu na categoria «Nacional Escrito», com a reportagem «Estes portugueses querem acabar com as caixas de supermercado».
Na vertente Nacional Áudio, a distinção foi atribuída ao jornalista da Rádio Renascença, André Rodrigues, pela reportagem «ColRobot quer revolucionar setor automóvel e aeroespacial».
Já no âmbito da comunicação regional, o prémio foi atribuído ao trabalho jornalístico «Marcelo vem conhecer Catamarã eletrosolar algarvio em Vilamoura», assinado por Bruno Filipe Pires, jornalista do barlavento – semanário regional do Algarve. Os vencedores recebem um prémio monetário no valor de quatro mil euros cada.
A cerimónia de entrega dos prémios, atribuído pela Agência Nacional de Inovação (ANI), contou com a presença do secretário de Estado Adjunto e da Economia, João Neves.
Além das três categorias premiadas, nesta edição, pela primeira vez, a ANI atribuiu uma menção honrosa especial ao jornalista Duarte Baltazar, da RTP, pela reportagem «O Despertar da Ilha» (da Culatra).
Na opinião unanime do júri, um trabalho que se destaca pela sua excelente qualidade jornalística, abordando a importante temática de Inovação Social, mas que não está prevista no regulamento do PNJI, destinado apenas à inovação de base científica e tecnológica, pelo que não pode ser considerado para prémio do PNJI.
A reportagem do barlavento dá a conhecer ao pormenor a mais ambiciosa embarcação projetada de raiz pelo estaleiro algarvio «Sun Concept» de Olhão.
«Quem diria que, num estaleiro na nova zona industrial de Olhão, está neste momento a ser construído um catamarã de propulsão 100 por cento elétrica, de casco em carbono, autossuficiente, de design e fabrico português, que fará, em breve, cruzeiros turísticos e culturais em Berlim? Ou seja, até na capital da Alemanha, nação de reconhecida capacidade tecnológica, há lugar para produtos de engenharia de ponta desenvolvidos em Portugal. O número de série 01 já navega com passageiros ao largo da Ilha da Madeira, sem fumos nem barulhos. Está prevista uma versão especial para o trabalho nos viveiros de bivalves da Ria Formosa, ao abrigo do projeto de âmbito europeu Culatra2030 que pretende transformar aquela comunidade num exemplo de sustentabilidade com base na utilização das energias renováveis. Tenho acompanhado a inspiradora história da Sun Concept, a PME fabricante, quase desde o seu início, que se está a posicionar num sector muito competitivo e exigente. Neste caso, é muito importante dar a conhecer esta empresa inovadora que contraria a ideia generalizada que o Algarve é apenas uma região de sol, praia e turistas», sublinha Bruno Filipe Pires, 44 anos, jornalista e atual diretor do barlavento.
«Sem dúvida que este prémio é mais um ponto alto na minha carreira. É um enorme orgulho estar entre os melhores do país e contribuir para a já longa tradição e palmarés de excelente jornalismo do barlavento. Gosto de pensar que, mais do que premiar um artigo em particular, este é sobretudo um reconhecimento pelo trabalho que tenho vindo a desenvolver na comunicação social do Algarve, região que tanto amo. Quero dedicar este galardão à minha família, à Ana, à Mafalda e à Sofia cuja companhia tenho tantas vezes de abdicar para poder dedicar-me ao jornal», acrescenta.
Por outro lado, «ninguém faz nada sozinho. Esta distinção é para a minha equipa, para os jovens camaradas da nova geração (a Maria e o João) que escolheram uma profissão que não é fácil. É para o Simplício Santo, que nunca desistiu do compromisso de manter este jornal vivo, mesmo nos momentos mais complicados. É para todos os nossos fiéis leitores e colaboradores (de hoje e de ontem) e para todos aqueles que me (nos) têm apoiado. É também para quem nos confia as suas histórias», diz ainda.
Por fim, «quero agradecer ao CEO do grupo Open Media, Bruce Hawker, por me ter desafiado para esta incrível jornada que tem sido dirigir o barlavento. Orgulho-me de fazer parte desta empresa, de todos os meus colegas e da qualidade dos títulos que publicamos. Trazer este prémio para o Algarve, de certa forma, é motivo de satisfação para todos os que defendem uma imprensa regional algarvia forte e credível. Espero honrar-vos a todos».
«Gostaria também de deixar uma palavra de especial agradecimento à Agência Nacional de Inovação por esta iniciativa. Não apenas reconhece o trabalho dos jornalistas mas sobretudo os projetos a que damos voz. E sobretudo, sem esquecer o papel da imprensa regional que tantas vezes dá estar notícias primeiro que os grandes órgãos. Obrigado», conclui.
Eduardo Maldonado, presidente do Conselho de Administração da Agência Nacional de Inovação, reitera que «o jornalismo sobre inovação de base científica e tecnológica tem ainda grande margem para crescer na maioria dos órgãos de comunicação social. É, por isso, que o PNJI pretende, acima de tudo, incentivar cada vez mais a produção de trabalhos que demonstrem o elevado impacto que a I&D tem na vida das pessoas e na competitividade das empresas».
«Portugal é hoje reconhecido em todo o mundo pela sua capacidade de inovação. Todos os dias nascem negócios com enorme potencial de desenvolvimento ou projetos concebidos por empresas que pretendem liderar nas suas áreas de negócio e que, por isso, investem em I&D colaborativa. Quer as empresas, quer as instituições de ensino superior e de investigação, estão cada vez mais empenhadas em contribuir para uma economia sustentável e para uma sociedade que oferece maior bem-estar aos cidadãos. No entanto, esta realidade só tem uma forma de chegar ao grande público através da comunicação social», afirma.
A terceira edição do PNJI contou com o apoio da Entidade Reguladora para a Comunicação Social e do Sindicato de Jornalistas, que, juntamente, com o COMPETE 2020 e a ANI, compuseram o júri. Os vencedores foram selecionados com base na votação do público, que decorreu no site da ANI, e do júri, cada uma com peso de 50 por cento.
O PNJI é promovido no âmbito do SIAC – Iniciativa de Transferência de Conhecimento, cofinanciada pelo COMPETE 2020, através do Portugal 2020 e do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.