Vítor Aleixo, presidente do município, revelou a notícia na sessão de homenagem às cerca de 80 empresas PME Líder e PME Excelência do concelho.
Numa tarde destinada a reconhecer o trabalho das melhores Pequenas e Médias Empresas (PME) do concelho de Loulé, distinguidas com os galardões PME Líder e PME Excelência 2018 pelo IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, o autarca de Loulé Vítor Aleixo deu uma novidade aos presentes.
«Um grupo inglês submeteu à Câmara Municipal um projeto, que já tivemos a oportunidade de apresentar com esse grupo de investidores na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve. Trata-se de um investimento na área da produção cinematográfica. Há um coletivo que quer reabilitar uma infraestrutura existente e degradada, e que entendeu que tem condições ideais de acesso, e de ecossistema empresarial. Isto porque vai precisar de contratar o apoio e a colaboração de muitas empresas à volta. Estou a falar de um grupo britânico que está neste momento a trabalhar connosco. É uma proposta muito concreta e suficientemente madura para permitir publicamente aqui anunciá-la», disse o edil na sexta-feira, 18 de outubro.

Falando diretamente para alguns dos melhores empresários do concelho, Vítor Aleixo mostrou-se conhecedor dos principais constrangimentos ao crescimento da economia local e apresentou também soluções que estão a ser implementadas.
«O município de Loulé está a atravessar um excelente período à imagem daquilo que acontece no nosso país. Vocês também têm essa perceção, porque não é raro recusarem encomendas, mais clientes, ou aceitarem mais trabalho. Isto porque há uma dificuldade enorme que é a escassez da mão de obra. Os nossos governantes têm capacidade de decisão, têm as ferramentas de conhecimento da situação e têm de encontrar soluções para este bloqueio à atividade económica. Os restaurantes não têm cozinheiros, não têm pessoas e as empresas de construção civil não têm operários», destacou.
«Depois há outro problema que eu também considero bloqueio, que é a sobrelotação e a sobreocupação do parque habitacional do nosso concelho. Ainda que as empresas queiram, e sei que querem contratar pessoas, porque querem expandir a sua atividade, têm este problema do alojamento. Queria aproveitar esta oportunidade para dizer que entroncando políticas locais naquelas que são as novas gerações de políticas para habitação, anunciadas pelo governo da República há cerca de um ano, a Câmara Municipal de Loulé estudou, planeou e neste momento aprovou já uma estratégia local de habitação até 2030», garantiu o autarca.

«Temos projetos muito concretos para resolver o problema da habitação para cerca de 1400 famílias. Só é possível porque o governo finalmente concedeu uma política para o sector da habitação de iniciativa pública e nós temos essa estratégia aprovada. Em breve iremos fazer um contrato com o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU). Adquirimos terrenos, temos projetos já feitos e lotes também já infraestruturados para começar obras» acrescentou.
No uso da palavra, Vítor Aleixo explicou também a que se deve o sucesso do concelho.
Por outro lado, «temos a menor carga fiscal do país, aquela que é possível e aquela que passa por decisões municipais. Temos o IMI mais baixo. Prescindimos de uma receita municipal, que é o acesso a cinco por cento do valor do IRS pago pelas famílias. São valores que ficam nas famílias. E não temos derrame que é uma vantagem para as empresas. Daí que isto crie um contexto que seja atrativo do ponto de vista dos investidores para nos procurarem e trazerem projetos, e é isso que tem acontecido. Temos uma área empresarial das mais significativas a sul de Setúbal», enumerou.
«Se a macroestrutura económica da União Europeia e se nada especialmente assustador acontecer no mundo, o nosso país e, o nosso concelho tem neste momento um horizonte de esperança para os investidores. Estamos a crescer, a atrair empresas e a abrir imigração. Para isso é natural que a economia tenha que responder a essa procura e é disso que estamos a falar», acrescentou Vítor Aleixo.

Por fim, o autarca deixou uma mensagem muito clara à audiência: «continuem a trabalhar bem. Continuem a merecer estes prémios. Da nossa parte, tudo faremos, com o nosso trabalho, para contribuir para o bom êxito empresarial da vossa atividade. É assim que entendo o papel do autarca, trabalhar para criar o melhor contexto possível para que possamos ser um município do ponto de vista da economia, pujante, dinâmico, capaz de aceitar desafios e capaz de realizar os sonhos de todos, mas muito particularmente dos empresários».
Mereceram distinção cerca de 80 empresas do concelho de Loulé com o estatuto PME Líder/ PME Excelência, uma iniciativa lançada pelo IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação em 2008. Carolina Travassos, representante daquela agência, explicou que «a atribuição deste estatuto destina-se a empresas que, pelas suas qualidades de desempenho e perfil de risco, se posicionem como motor da economia nacional nos vários sectores de atividade enquadráveis, com Certificação PME válida, e estratégias de crescimento e liderança competitiva».
A produtividade média do trabalho das empresas do concelho de Loulé (17611,1 euros) é superior à média regional (+1,8 por cento), mas corresponde apenas a 74 por cento da média nacional, com exceção das atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas, atividades imobiliárias e atividades captação, tratamento e distribuição de água, saneamento, gestão de resíduos.
No contexto regional, as PME Líder do concelho de Loulé representam 19 por cento na região, enquanto que as PME Excelência correspondem a 22 por cento do total do Algarve. No que diz respeito aos sectores, destaque para o comércio (44 por cento) e turismo (36,9 por cento). A grande maioria das empresas distinguidas são pequenas empresas (77 por cento), enquanto que 17 por cento são médias empresas e apenas 6 por cento correspondem a microempresas.

João Neves enalteceu empresários
O Secretário de Estado Adjunto e da Economia, João Neves esteve presente na sessão de distinção pública com entrega de galardão às PME Líder e PME Excelência, na sexta-feira, dia 18 de outubro, no Auditório do Solar da Música Nova, em Loulé.
«É um prazer estar aqui numa iniciativa trabalhada que celebra as boas práticas empresariais que são o motivo desta distinção. Aquilo que gostaríamos é que esta capacidade seja o mais disseminada possível. Este prémio é, obviamente, um estímulo para esse caminho. Um caminho feito pelas otimizações, pelos empresários e pelas pessoas que se especializam na atividade empresarial. É um caminho que corresponde à necessidade de ter uma economia mais próspera e ter a capacidade de sermos concorrenciais», disse João Neves.