Novo Serviço de Medicina Nuclear do Hospital de Portimão terá equipamento topo de gama que permite o diagnóstico precoce de doenças.
Foi dado início à obra de adaptação e instalação do equipamento do novo serviço de Medicina Nuclear no Hospital de Portimão, unidade que faz parte do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), esta quarta-feira, dia 17 de maio, numa cerimónia aberta à comunicação social.
O diretor de serviço será Elísio Sousa, acompanhado por uma equipa de cinco profissionais, incluindo técnicos, que vão começar a exercer funções a partir de dia 12 de setembro, caso o processo corra como previsto.
Portimão foi o local escolhido para receber esta nova vertente com equipamentos topo de gama devido à capacidade para a instalação, com um investimento no valor total de 1 milhão e meio de euros, financiado tanto pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve como, em 40 por cento, pelo Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA).
«Somos os primeiros a nível nacional nesta categoria», ressaltou a presidente do conselho de administração do CHUA, Ana Varges Gomes, no lançamento da obra, ao destacar que «uma boa parte da população do Algarve vai poder usufruir deste equipamento», acreditando que a equipa vai ser capaz de dar resposta a todos os utentes que necessitem.
Para a responsável, que assinou o contrato com o diretor geral da Siemens Healthineers Portugal, Jorge Oliveira, o CHUA está a caminhar para ter um serviço que «vai fazer diferença» na região, com «cada vez mais capacidades e qualidades para atrair outros profissionais» que se queiram aqui fixar, cativados pela qualidade dos equipamentos que possibilitam a realização de diagnósticos precoces e mais detalhados.
Este equipamento com alta tecnologia que até agora levava os utentes do Algarve e Alentejo a deslocarem-se até à capital é «necessário e imprescindível», de acordo com o diretor clínico dos hospitais da região, Horácio Guerreiro, que salientou a necessidade acrescida por parte do CHUA de abraçar este projeto como consequência do fim da atividade no Hospital Particular do Algarve (HPA) nesta área, o que retirou este recurso aos utentes do sul do país.
Ainda que os hospitais do Algarve tenham um «programa ambicioso de investimento», sobressaem as «carências dramáticas» existentes que impedem uma resposta adequada às necessidades, segundo Horácio Guerreiro que confessou ter já alertado o Serviço Nacional de Saúde (SNS) para a «falta de anestesistas» do CHUA.
A Medicina Nuclear inclui uma vertente diagnóstica, de laboratório e terapêutica, dando resposta a diferentes patologias com um equipamento híbrido, tanto clássico como moderno, proporcionando imagens com uma elevada quantidade de informação que «permitem salvar vidas e melhorar a qualidade de vida dos doentes», de forma mais simples e assertiva, explicou o futuro diretor de serviço, Elísio Sousa.
«O CHUA vai conseguir dar mais um passo», frisou Elísio Sousa ao acrescentar que não só vão existir «diagnósticos mais precoces e terapêuticas mais eficazes» como será evitado o incómodo de deslocação.
Por sua vez, José Apolinário, presidente da CCDR Algarve, também presente, admitiu que a região do Algarve não beneficia de um histórico investimento na área da saúde mencionando que «esta iniciativa é importante porque representa uma escolha e uma opção, propiciando melhores condições de investimento em termos de inovação e desenvolvimento a partir da estrutura de saúde».
Para melhorar a competitividade da região, esta aposta «é essencial e crítica», na ótica de José Apolinário que defendeu a importância de se reforçar também a resposta na área das qualificações.
Esta inovação vai permitir promover o diagnóstico e tratamento em diversas áreas, nomeadamente cardiologia, pneumologia, reumatologia, endocrinologia, nefro-urologia, neurologia, oncologia e ainda em exames pré e peri-operatórios, tendo como objetivo não só adaptar os equipamentos de saúde já existentes como apoiar o reequipamento infraestrutural do SNS.