O ministro da Cultura e o Presidente da República (PR) felicitaram a escritora Lídia Jorge pela distinção com o prémio Médicis Étranger.
O ministro português da Cultura e o Presidente da República felicitaram a escritora Lídia Jorge pela distinção com o prémio Médicis para o melhor livro estrangeiro publicado em França, com o romance «Misericórdia».
Numa mensagem partilhada na conta oficial do Ministério da Cultura na rede social X, na qual Pedro Adão e Silva felicita a escritora, recorda-se que o Médicis «é um dos mais importantes galardões internacionais, atribuído por um júri exclusivamente formado por escritores, e que, pela primeira vez, consagra um autor de língua portuguesa».
Pedro Adão e Silva lembra que este prémio se «junta às numerosas distinções que ‘Misericórdia’ já tinha recebido em Portugal, dando ainda maior projeção internacional à notável obra literária da autora».
«Misericórdia» foi traduzido para francês por Elisabeth Monteiro Rodrigues, e editado pela Métailié.
O romance foi distinguido, na passada quarta-feira, com o Prémio Fernando Namora, por unanimidade, depois de já ter vencido o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, e os prémios Urbano Tavares Rodrigues, P.E.N. Clube Português e o de Melhor Livro Lusófono publicado em França.
«Misericórdia» foi escrito por Lídia Jorge quando a mãe, internada numa instituição para idosos, no Algarve, várias vezes lhe pediu que escrevesse um livro com este título.
A história decorre entre abril de 2019 e abril de 2020, data da morte da mãe da autora, que foi uma das primeiras vítimas da COVID-19 no sul do país.
Também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, felicitou hoje Lídia Jorge pela atribuição do Médicis.
Numa nota divulgada no ‘site’ oficial da Presidência, o chefe de Estado recorda que «Misericórdia», um livro «sobre a mãe, a fragilidade, a finitude, e uma reivindicação da empatia contra a indiferença», «tem sido um dos mais celebrados da autora, nomeada este ano para o prémio Femina e o prémio de língua portuguesa Oceanos, e vencedora dos prémios Eduardo Lourenço, de âmbito ibérico, e Fernando Namora».
Na rede social X, também o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva desejou «muitos parabéns a Lídia Jorge», pela distinção com o Médicis, lembrando tratar-se da «primeira vez que o prémio é atribuído a uma autora de língua portuguesa».
«Eis um belo dia para a nossa língua e literatura!», escreveu.
De acordo com a editora portuguesa de Lídia Jorge, a Publicações D. Quixote, «Misericórdia» tem «já os direitos de publicação vendidos para Espanha (La Umbria y La Solana), Alemanha (Secession), Colômbia (Tragaluz) e México (Elefanta), com publicação durante a Feira Internacional do Livro de Guadalajara, que se realiza a partir de 25 de novembro até 3 de dezembro, para a qual Lídia Jorge é uma das escritoras convidadas.
O outro romance com o qual Lídia Jorge reparte o Médicis Étranger, «Impossibles Adieux» («Adeus Impossíveis»), de Han Kang, vai ser publicado em Portugal no próximo ano, adianta a editora do grupo LeYa.
O júri do Prémio Médicis foi presidido por Anne F. Garréta e composto por Marianne Alphant, Michel Braudeau, Marie Darrieussecq, Dominique Fernandez, Patrick Grainville, Frédéric Mitterrand, Andreï Makine, Pascale Roze e Alain Veinstein.
Em 2019, Lídia Jorge foi finalista do Prémio Médicis com o romance «Estuário».