Portugal e Espanha voltaram a fechar as fronteiras entre os dois países para circulação de passageiros. A meio da tarde de ontem, 19 de março, o movimento na fronteira do Guadiana era muito reduzido e fazia-se sem problemas de maior.
Lado a lado, as autoridades espanholas controlavam as entradas em território espanhol e as autoridades lusas as entradas em território nacional.
Os grandes camiões de mercadorias que saiam de Portugal entravam sem quaisquer impedimentos em Espanha e no sentido contrário mandavam parar todos os veículos, para algumas ações de controlo.
Os camiões entravam sem dificuldades e o barlavento assistiu também à entrada de um automóvel ligeiro de matrícula portuguesa, com um casal de portugueses que regressava a Portugal.

As autoridades presentes esclareceram o barlavento de que não estavam a impedir o regresso dos nacionais, e que estava a ser dada autorização de entrada após identificação.
O mesmo destino não tiveram algumas viaturas ligeiras de matrícula espanhola, que tiveram de voltar para trás. De igual forma, as autoridades espanholas não autorizaram a passagem de uma viatura ligeira de matrícula alemã, que teve, com o seu passageiro, de ficar em Portugal.
Mas o ambiente era de grande tranquilidade, depois das atribulações vividas no primeiro dia de encerramento parcial das fronteiras entre os dois países ibéricos.
Esta é uma situação excepcional para evitar a propagação do novo coronavírus.
Só cidadãos nacionais de regresso ao país, residentes, ou pessoas com uma justificação profissional podem atravessar.
Uma medida que irá manter-se, para já, até ao dia 15 de abril, mas que pode ser prorrogada caso a evolução da pandemia assim o justifique.
Existem nove pontos de passagem para Espanha com brigadas da GNR e da Guardia Civil espanhola a controlarem as entradas e saídas: Valença, Vilaverde, Quintanilha, Vilar Formoso, Termas de Monfortinho, Marvão, Caia, Vilaverde de Ficalho e Vila Real de Santo António.
Autocaravanistas franceses sentem-se mais seguros no Algarve do que nas estradas espanholas e francesas
Nos parques de autocaravanas de Castro Marim e de Vila Real de Santo António a presença de autocaravanas é menor do que o habitual.
A quebra é ligeira em Castro Marim e bastante acentuada em Vila Real de Santo António. Em ambos os locais o barlavento teve a oportunidade de conversar com autocaravanistas franceses e parece haver um sentimento comum de alguma preocupação com o futuro, a par da perceção de que poderão estar mais seguros no Algarve comparativamente com Espanha e França, onde o COVID-19 está a fazer bastantes mais vítimas do que em Portugal.

Todos vão acompanhando as notícias europeias através da internet e explicaram que não parece ser fácil atravessar Espanha, onde haverá bastantes controlos e muitas áreas de apoio encerradas, e mesmo em França, onde está tudo também complicado.
Assim, o Algarve continua a ser a melhor solução, até porque agora não poderão sair. A maior preocupação estará na resposta do Sistema Nacional de Saúde, se aumentarem os casos de infectados com COVID-19 no Algarve, e se alguns autocaravanistas estiverem entre os doentes a necessitar de ajuda.