16ª edição decorre de 27 a 30 de junho, na zona histórica de Loulé. Cartaz completo e novidades ecológicas foram divulgadas na noite de sábado, 25 de maio.
Para aguçar o apetite de todos os seguidores do Festival MED que estiveram nesta apresentação, os Fogo Fogo deram um concerto que levou o Cine-Teatro ao rubro e pôs os espetadores a dançar ao som do funaná e da música de baile africana. Este projeto que tem agitado com incontrolável energia as pistas de dança lisboetas é, de resto, a primeira confirmação da edição de 2020 do Festival MED.
Depois de ter sido distinguido pelo «Sê-Verde» e ter recebido um Iberian Festival Award pelo «Melhor Contributo para a Sustentabilidade» no contexto ibérico, já estão em marcha algumas novidades que serão introduzidas este ano no que concerne à preocupação com o ambiente.
Papeleiras compactadoras alimentadas a energia solar, substituição de grande parte do plástico descartável utilizado nas tasquinhas da gastronomia por peças biodegradáveis e compostáveis, e a colocação de dispensadores para a correta deposição de beatas e pastilhas elásticas. Estas são medidas que a organização irá implementar e que foram candidatadas ao Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente.
Estas ações juntam-se, assim, a medidas já existentes como o Copo Ecológico, introduzido em 2014, e que permitiu reduzir drasticamente o plástico no recinto, o Movimento Zero Desperdício, às células fotovoltaicas (alimentadas a energia solar), colocadas em alguns espaços de restauração ou à disponibilização de pontos gratuitos e eficientes de água.
Como sublinhou Carlos Carmo, vereador da Câmara Municipal de Loulé e diretor do Festival MED, «a ação climática e a economia circular estão, cada vez mais, presentes no planeamento do nosso Festival. Estamos neste caminho porque não há Planeta B e temos que cuidar deste o melhor que sabemos».
O presidente da autarquia, Vítor Aleixo, um dos rostos do combate às alterações climáticas no contexto dos municípios portugueses, sublinhou igualmente esta preocupação que é levada também para o recinto do MED. «Procuramos inovar, nas questões ambientais, trazendo algo de novo a cada edição. Nos últimos anos temos procurado distinguirmo-nos por circunstâncias de natureza ambiental e temos tido a felicidade desse nosso trabalho ter sido reconhecido», considerou.
No que toca à música, serão 80 horas de muitas sonoridades diferentes, 60 bandas de 22 países dos quatro cantos do mundo, 280 músicos e 10 palcos. Neste quesito, haverá um novo palco – o Palco Chafariz – e a alteração do conceito do Palco Castelo.
«Fiéis à nossa melhor tradição, procurámos escolher artistas com propostas musicais capazes de ir ao encontro da variedade de gostos que os festivais de world music sempre concitam», afirmou Vítor Aleixo.
Dobro Sound System (Portugal), que fazem furor por onde passam com os seus sets recheados de folia balcânica, e DJ Burumtuma (Guiné-Bissau), que mistura as sonoridades guineenses com música house africana, são os dois últimos nomes anunciados do alinhamento musical que contará ainda, nos palcos principais, com Marcelo D2 (Brasil), Mellow Mood (Itália), Marinah (Espanha), The Turbans (Bulgária/Israel/Irão/Grécia/Turquia/Reino Unido), Kel Assouf (Níger/Bélgica), Selma Uamusse (Moçambique/Portugal), Orkesta Mendoza (Estados Unidos/México), Anthony Joseph (Trindade e Tobago), Moonlight Benjamin (Haiti), Dino D’Santiago (Portugal/Cabo Verde), Tshegue (Congo/França), Gisela João (Portugal), Dead Combo (Portugal), Diabo na Cruz (Portugal), Cais do Sodré Funk Connection (Portugal), Camané e Mário Laginha (Portugal), Gato Preto (Gana/Moçambique/Portugal), Omiri (Portugal), Márcia (Portugal), Ricardo Ribeiro (Portugal), Elisa Rodrigues (Portugal), Júlio Pereira (Portugal), Ruben Monteiro (Portugal), Luís Galrito com João Afonso (Portugal), DJ Riot (Portugal), Eneida Marta (Cabo Verde), Francisco, El Hombre (Brasil), Os Tubarões (Cabo Verde), Baba Zula (Turquia), Los de Abajo (México) e Dhafer Youssef (Tunísia).
Mas, uma vez que este é um evento multicultural em que são várias as manifestações artísticas, há muito para ver, ouvir e sentir em Loulé durante a realização do MED: gastronomia, animação de rua, a atuação de ranchos folclóricos, exposições, o Off MED (parceria com o Bafo de Baco), uma conferência promovida com o apoio da Associação Portuguesa de Festivais de Música (APORFEST), teatro programado pela Casa da Cultura de Loulé ou o Cinema MED, com curadoria de Rui Tendinha.