A Câmara Municipal de Faro vai comprar o edifício da ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários, na zona da Penha.
A Câmara Municipal de Faro vai comprar o edifício da ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários, na zona da Penha, para albergar uma série de serviços municipais e assim resolver o problema de falta de espaço no edifício centenário da autarquia, no centro histórico da cidade.
«Há dois anos comprámos um prédio à Santa Casa da Misericórdia, na Rua do Lethes, que era para ter sido requalificado este ano, mas não foi possível devido à COVID-19. Tem quatro salas em quatro andares e por isso, também não resolvia completamente o problema. O edifício estava muito degradado. Fizemos obras no chão, mas as janelas têm de ser todas substituídas. Temos concursos a decorrer para contratar mais pessoas e não temos onde as sentar», explica o autarca farense Rogério Bacalhau.
A ANJE «disponibilizou o prédio para alienar. Soubemos disso, falaram connosco, fizemos uma oferta que foi aceite», com o imóvel a custar cerca de «985 mil euros e com a garantia que está pronto a usar».
O plano, segundo o edil é dar aos funcionários da autarquia, «muito melhores condições, tanto no atendimento como até no trabalho regular». No edifício da Câmara Municipal ficará apenas «a parte política».
O imóvel deverá ser alvo de um projeto de requalificação, «até porque, por exemplo, neste momento não temos gabinetes para os vereadores da oposição. Vamos requalificar o prédio, deixando aqui alguns serviços mais de apoio ao executivo, como apoio de reuniões».
No futuro, «poderemos ter aqui melhores condições, como por exemplo uma sala de reuniões, auditório, dar maior dignidade à entrada e edifício no rés do chão».
A compra da ANJE foi boa oportunidade, já que a alternativa teria sido muito mais dispendiosa e a longo prazo. «Tinha pedido aos serviços para fazerem um estudo de uma sede para a Câmara num terreno na Lejana, mas isso era algo que ia demorar três a quatro anos e nunca ira custar menos de três ou quatro milhões de euros», compara.
Segundo Rogério Bacalhau, a ANJE tinha avaliado o imóvel em 1 milhão e 85 mil euros. No entanto, «a proposta que fizemos, de forma a que possam continuar a trabalhar em Faro, foi de oferecer 985 mil euros e a possibilidade de ficarem instalados no máximo de 10 anos nas instalações onde hoje funcionam os serviços de ação social. Vamos fazer um comodato, já aprovado em reunião de Câmara. Há duas ou três instituições sediadas na ANJE com contrato de arrendamento que poderão ir para lá também. A esse comodato atribuímos o valor de 100 mil euros», estima.
Nova escola dentro da D. Afonso III
Outro projeto em curso é a construção de uma nova escola básica dentro do perímetro da EB 2,3 Dom Afonso III.
«Nas conversas com a Educação sentimos necessidade de fazer uma nova escola. Neste momento, os números dos alunos têm crescido ligeiramente. As turmas estão cheias. E se tivermos um acréscimo significativo nalgum ano podemos ter algum problema de falta de instalações. Além disso, a nossa política em relação ao pré-escolar tem sido aumentar progressivamente o número de salas. Não temos problema de instalações no concelho, mas se viermos a ter será sempre na cidade e não na zona rural», explica o autarca farense.
«Da análise que fizemos, olhando para o mapa da cidade, aquele é o único espaço disponível. Terá oito salas do primeiro ciclo e três do pré-escolar. Os nossos serviços já fizeram o projeto de arquitetura, contratámos uma empresa para fazer os projetos de especialidade e logo que estejam concluídos podemos arranjar financiamento e lançar a obra. O meu desejo era que no próximo ano pudéssemos lançar a empreitada para a construção. Não temos ainda orçamento fixo, mas a estimativa são cerca de 2,5 milhões», prevê.
Segundo o projeto de edifício escolar de Ensino Básico e Jardim Infantil no recinto da Escola Preparatória Afonso III, de outubro de 2019, pelo arquiteto António Palma, a futura EB1 ocupará um polígono regular com 4180 metros quadrados (m2) de área compreendido entre o atual Pavilhão Gimnodesportivo e as edificações existentes. Terá oito salas, sendo três delas dedicadas ao pré-escolar.
Obras para a mobilidade ciclável
Tornar a cidade mais amiga das bicicletas é um desejo antigo da população de Faro, que está dar passos importantes, com a construção da ciclovia na Avenida Calouste Glubenkian, uma das principais vias de Faro.
«Mais duas semanas e está terminada a requalificação da estrada da Praia de Faro. Terá uma ciclovia que passará pelo Aeroporto até ao Caminho das Avestruzes, que precisa apenas de sinalética e melhorias que vamos fazer, até ao Parque Ribeirinho. Agora, estamos a ligar o Teatro das Figuras até à rotunda de Olhão. No próximo ano, queremos requalificar a estrada do Moinho, que vai até ao Cais Comercial e recuperar a ciclovia que lá existia», detalha o autarca farense.
Em relação ao novo Parque de Campismo da Praia de Faro, «os trabalhos de construção terminaram. Estamos a instalar painéis solares, mobiliário, águas quentes, e a equipar a infraestrutura. Temos um concurso de contratação de pessoal que está numa fase final. Vamos ver se no início do ano está a funcionar e seguramente muito antes do próximo verão».
Sobre a ecovia que ligará Faro a Olhão, «estamos neste momento a finalizar os projetos. Já fizemos reuniões com as Águas do Algarve porque porque não vamos poder usar grande parte do troço» sobre a conduta da nova ETAR, conforme foi anunciado, «devido a algumas condicionantes. Penso que no próximo ano o projeto ficará concluído para podemos iniciar a sua execução».
Outro projeto na calha tem a ver com a criação percursos acessíveis no núcleo histórico (Vila Adentro), «um projeto que estamos a desenvolver com pareceres da Cultura e de outras entidades. Queremos melhorar passeios, criando canais para que as pessoas de mobilidade reduzida» possam circular melhor. «Estimamos um milhão e pouco de euros de intervenção», conclui Rogério Bacalhau.