Associação Portuguesa de Empresas, de Congressos, de Animação Turística e de Eventos (APECATE) ruma à Universidade do Algarve e à Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve, nos dias 6 e 8 de fevereiro de 2020.
O objetivo é criar um fórum de discussão, com mais de duas centenas de especialistas, de maneira a antecipar tendências no sector do turismo.
«Escolhemos um tema que achamos que é pertinente e que faz sentido na atual sociedade e no ritmo de mudança que esta mesma sociedade tem. Decidimos que é deveras importante continuar a reflexão sobre o turismo. Há um grande desafio para o mundo em geral, e em particular para Portugal, que é perceber quais são as novas tendências e o que é que vai ser o século XXI», afirmou António Vidal, presidente da Associação Portuguesa de Empresas, de Congressos, de Animação Turística e de Eventos (APECATE), no Salão Nobre da Câmara Municipal de Faro, ontem, segunda-feira, dia 28 de outubro.
Vidal veio à capital algarvia apresentar o 8º Congresso da APECATE que terá lugar Universidade do Algarve e na Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve, nos dias 6 e 8 de fevereiro de 2020.
Segundo o dirigente, o ponto de partida para os trabalhos será «perceber qual o modelo de sociedade que queremos para viver em Portugal e o que é que temos de oferecer ao mundo. Há temas determinantes que continuam como a qualificação, o novo olhar para as questões do ordenamento e a sustentabilidade. Estes serão os temas centrais» do evento.

«Turismo e democracia são dois conceitos que se têm de entender, por isso, temos de perceber como é que cada um contribui para o outro», rematou.
Ainda em relação à temática escolhida, Fátima Catarina, vice-presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), no uso da palavra, referiu que se trata de uma escolha «de enorme pertinência, uma vez que o sector do turismo enfrenta hoje enormes desafios, novos modelos de negócio, novos mercados, novas necessidades e novas realidades».
«A atividade turística permite a aproximação entre os povos e entre regiões distintas. É a indústria da paz. A liberalização, a globalização e a abertura das economias criou novas oportunidades para os vários territórios e povos. Várias são as dimensões que podem ser analisadas no âmbito deste grande tema que é o turismo e a democracia», considerou.
Uma linha de pensamento que Rogério Bacalhau, presidente da Câmara Municipal de Faro acompanhou.
«Quando falamos sobre turismo, ninguém sabe como vai ser o sector daqui a 10 anos. O que se sabe é que a mobilidade das pessoas vai aumentar, fruto da evolução tecnológica e dos meios de transporte. Este é um tema que está na ordem do dia e que estará nos próximos anos e décadas. Precisamos de uma atenção redobrada para perceber quais serão as tendências para não sermos ultrapassados. Estamos perante uma região cuja principal atividade e cujo o principal rendimento é o turismo. Não podemos perder esse comboio e por isso há que antecipar o futuro», disse.
Questionado pelo «barlavento» sobre qual o motivo que levou a autarquia a querer acolher este certame no concelho de Faro, Rogério Bacalhau explicou que se insere numa estratégia com o objetivo de aumentar o turismo no município.
«Um crescimento que tem de ser feito de forma sustentável, proporcionado aos operadores formação e contacto com outras entidades. Trabalhamos há quase uma década para que Faro seja um concelho com atividade turística e o facto da APECATE nos ter contactado é uma grande oportunidade para que, em conjunto, possamos debater estes temas. Operadores e parceiros têm de ser complementares uns dos outros e não concorrentes. Um operador forte no Algarve transforma a região numa potência com maior capacidade turística e é isso que queremos transmitir», respondeu o autarca.
Além disso, na opinião do edil farense, o Congresso é também importante para o problema crónico que não só o Algarve tem vindo a sentir, a falta de recursos humanos.
«Esta é uma questão ainda mais importante quando queremos um turismo de qualidade. Para isso precisamos de ter equipamentos com qualidade e recursos humanos formados. O turista de hoje exige, e este congresso é também uma forma de potenciar isso mesmo, o saber como se faz e o uso de novas tecnologias».

Ao «barlavento» António Vidal enalteceu o valor do evento para a região.
«O Algarve tem de trabalhar com o turismo e a APECATE representa o sector determinante. Somos o sector que trabalha as experiências, as pessoas e que as motiva a escolherem o destino. As pessoas não vêm para o Algarve para o hotel específico. Os turistas vêm porque a região lhes oferece uma série de experiências. O principal são as vivências e isso é o meu sector que faz através dos eventos, dos congressos e da animação turística. É o cimento que estrutura o todo o sector», considerou.
Apesar de ainda não poder revelar as novidades, o presidente da Associação, desvendou ao «barlavento» que espera juntar em Faro cerca de 250 especialistas.
Além disso, o congresso irá contar com «um convidado especial. Será feita uma intervenção de fundo com uma reflexão sobre as tendências mundiais da sociedade, do turismo e da democracia. O exercício da democracia implica um turismo consciente e são estas questões que serão colocadas de uma maneira que promova a cidadania».