Município ofereceu hoje quatro bicicletas elétricas à Unidade de Cuidados da Comunidade (UCC) de Faro, integrante do Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) Central. Foi ainda cedida uma viatura automóvel e vários Equipamentos de Proteção Individual (EPI).
Foi um rasgo de alegria em tempos difíceis. Os profissionais da Unidade de Cuidados na Comunidade do Centro de Saúde de Faro não poderiam estar mais contentes com as novas quatro bicicletas elétricas que receberam na tarde de hoje, sexta-feira, dia 17 de abril, por parte da Câmara Municipal de Faro, até porque foram os próprios que escolheram os modelos que melhor servem para o seu trabalho.
Um investimento que segundo o autarca farense Rogério Bacalhau rondou os 5000 euros e que permitirá elevar o número de tratamentos ao domicílio prestados por médicos e enfermeiros daquela unidade.

«A Unidade de Saúde Familiar Ossónoba tem bastantes utentes e faz muito acompanhamento ao domicilio. Mas tem uma dificuldade enorme em conseguir viaturas, pois as que tem servem todos os serviços» e até aqui, assegurar as saídas era uma logística complicada.
Não obstante, alguns dos profissionais de saúde já usavam as suas bicicletas pessoais para irem à casa dos doentes, algo que não passou despercebido à direção daquela unidade.
«Das conversas e visitas que tenho tido ao Centro de Saúde, pois teoricamente, no dia 1 de janeiro, devíamos ter tido a transferência de competências na área da saúde (para o município de Faro), uma das coisas que estava prevista era a manutenção e substituição de viaturas e equipamentos. Desde agosto do ano passado que fazemos a preparação para essa transferência de competências e este era um pedido que nos foi feito», explicou o autarca aos jornalistas.

«Eles foram à loja, escolheram as bicicletas, fizemos a encomenda e chegaram» há dois dias.
Segundo Rogério Bacalhau, «a equipa faz uma média de 380 visitas por mês. Com este tipo de transporte podem chegar às 700 visitas ao domicílio. É essa a ajuda que estamos aqui a dar. Numa altura em que os profissionais de saúde têm dado tudo por tudo para chegar às pessoas, este é também um momento simbólico de reconhecimento por esse mesmo trabalho».
Foi também cedida à Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve uma viatura do município de Faro, a gerir por aquela entidade, «para que os profissionais possam fazer este tipo de serviço».
Já Sílvia Cabrita, diretora do Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) Central considera que «este projeto é inovador no Algarve e pensamos também ao nível nacional. Faro é uma cidade que tem todas as condições para que possamos fazer uma prestação de cuidados de saúde respeitando as normas da sustentabilidade» ambiental.
«Lançámos o desafio a uma equipa de médicos e enfermeiros. É uma equipa jovem e motivada que viu com agrado este projeto», sublinhou.
As bicicletas são assistidas por motores elétricos, o que as tornam ágeis e fáceis de usar no trânsito urbano. Poupam esforço desnecessário, mas ainda assim, permitem aos profissionais que as vão utilizar fazerem um pouco de exercício físico no dia a dia.
Além disso, este meio de mobilidade suave é fácil de estacionar, algo muito importante neste serviço, pois permite tempo precioso que poderá ser investido e rentabilizado nos cuidados a prestar aos doentes que estão em casa.
«Em termos de eficácia e eficiência, iremos ter uma resposta mais rápida à população», disse Sílvia Cabrita.
A equipa da Unidade de Cuidados da Comunidade (UCC) de Faro é constituída por seis médicos e seis enfermeiros. Para já serão apenas quatro a pedalar.
A altura em que estes novos meios chega também não poderia ser mais oportuna. Em plena pandemia da COVID-19, as bicicletas permitem um distanciamento social com vantagens para saúde dos profissionais e de terceiros.
«Nesta altura não queremos que os doentes venham ao Centro de Saúde e por isso estamos a reforçar este serviço. Os profissionais vão fazer pensos aos domicílios e todo o acompanhamento médico que é necessário. Agora será sempre uma relação ainda mais próxima», considerou.

Cada bicicleta está apetrechada com alforges para o transporte de medicamentos e material médico. Começam a fazer parte das escalas já a partir da próxima semana.
A diretora acredita que esta ideia é facilmente replicável na região. «O meu agrupamento vai de Olhão ao concelho de Albufeira. São zonas essencialmente planas que permitem usar este meio». Também o facto de terem sido os profissionais a escolher as bicicletas contribuiu, na opinião da responsável, para o entusiasmo e o envolvimento no projeto.
A Câmara Municipal de Faro deu também equipamentos de proteção individual (EPI) a esta unidade, uma vez que alguns dos utentes estão podem estar infetados com a COVID-19. Segundo Rogério Bacalhau, algumas das batas foram oferecidas pelas costureiras de Loulé.
O presidente da Câmara Municipal aproveitou ainda para visitar o Pavilhão Municipal da Penha, onde já foram instaladas 50 camas para resposta de retaguarda às comunidades, que visam, caso exista essa necessidade, aliviar as unidades de saúde.
Estão também a ser instaladas outras 50 camas no ginásio-sede do Sporting Clube Farense com o mesmo fim.
O investimento municipal realizado para o efeito foi de cerca de 20 mil euros. Também na operação de adaptação do Pavilhão do Farense, o Município contribuiu com cerca de 1100 euros em material e arranjo diversos nos balneários.
Rogério Bacalhau, acompanhado do Vereador com o pelouro do Desenvolvimento Social, Carlos Baía, procedeu ainda, sexta-feira, à entrega de equipamentos de proteção individual à Santa Casa da Misericórdia de Faro, tendo-se seguido várias outras instituições como a ERPI Semear Afetos, a Casa de Santa Isabel, o Refúgio Aboim Ascensão, o CASA, a Associação de Proteção à Rapariga e à Família, o MAPS, Banco Alimentar contra a Fome, GATO, Cáritas e outras.