Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) de 2023, coloca em permanência dois aviões bombardeiros médios Fireboss no Aeródromo de Portimão.
O anúncio do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) para 2023, ao final da manhã de hoje, foi um dos pontos altos do programa da AlgarSafe’23 – Feira Internacional de Proteção Civil e Socorro de Portimão.
Numa apresentação que contou com a presença do ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, o comandante regional de Emergência e Proteção Civil, Vítor Vaz Pinto, revelou que estarão em permanência dois aviões bombardeiros médios Fireboss no Aeródromo de Portimão, entre 1 de junho e 15 de outubro, de forma a dar resposta às necessidades da região num verão que será «extremamente complexo do ponto de vista da defesa da floresta».
Esta é a primeira vez que são colocados em permanência no Algarve estes meios aéreos de combate a incêndios rurais, o que irá «dar um grande contributo na eficiência do sistema», defendeu Vaz Pinto, dado que até ao presente, os mais próximos operavam a partir de Beja, base onde estarão mais dois meios aéreos, prontos para intervir quando necessário.
Faz também parte das novidades o acréscimo de 11 Equipas de Intervenção Permanente nos corpos de Bombeiros de Portimão, Silves, Lagoa, Albufeira, Monchique, Aljezur, Faro-Cruz-Lusa, São Brás de Alportel, Vila Real de Santo António e ainda Castro Marim.
No total, este ano a região algarvia terá quatro helicópteros de ataque inicial, quatro aviões bombardeiros médios, um helicóptero de ataque ampliado, um de bombardeiro ligeiro e outro de bombardeiro pesado, todos a operar de diferentes locais.
De salientar que a seca que o país atravessa resulta no nível de água das barragens consideravelmente abaixo da capacidade normal, o que representa «um constrangimento para o combate» a fogos florestais, visto que condiciona o abastecimento dos meios aéreos.
Quanto à vigilância, existem já 12 postos de vigia em funcionamento permanente que se manterão até, pelo menos, dia 4 de novembro, revelou Vaz Pinto ao informar que sete equipas de vigilância, compostas por 19 vigilantes, fazem parte do ICNF assim como duas equipas do Corpo Nacional de Agentes Florestais (CNAF).
Este ano, haverá 21 equipas de primeira intervenção com um total de 100 operacionais, 382 bombeiros, apoiados por 89 meios, e ainda dois grupos de combate, com elementos que não integram o dispositivo. Para dar apoio, estarão disponíveis 11 máquinas de rastos, 10 dos municípios da região e uma do ICNF, situada em Loulé.
Perante um mês de abril «completamente seco», nas palavras de Vítor Vaz Pinto, optou por se criar mais duas equipas do Corpo Nacional de Agentes Florestais do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), reforçar a equipa da Força de Bombeiros Sapadores Florestais desta entidade e ainda o Posto de Comando Operacional Regional, de forma a proporcionar uma melhor gestão de ocorrências complexas.
Em relação às Medidas Operacionais de Antecipação (MOA) serão feitas ações de vigilância e fiscalização em zonas vulneráveis com antecedência; pré-posicionados os meios de ataque inicial e/ou ataque ampliado (ATA) e recursos diferenciados; constituído um novo grupo de combate a incêndios e ainda feitas ações de sensibilização e informação pública.
Durante a apresentação do DECIR, foi assinado um protocolo entre o presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) e presidente da entidade e da Câmara Municipal de Olhão, António Miguel Pina, e a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, que contou com a ratificação de José Luís Carneiro.
O documento define o reforço o financiamento das várias corporações de bombeiros do Algarve em mais 621.184 euros, valor pago pelos 16 municípios algarvios, o que acrescenta 23 euros por dia à compensação paga aos bombeiros que passam assim a receber 87,2 euros por dia a cada 24 horas de serviço.
A AlgarSafe’23 – Feira Internacional de Proteção Civil e Socorro de Portimão, pode ser visitada até ao dia 20, no Parque de Feiras e Exposições da cidade.
Com entrada livre, é uma organização conjunta entre a Câmara Municipal de Portimão e a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Portimão, com o apoio da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, contando ainda com parceiros institucionais de referência, como a Escola Nacional de Bombeiros, a Federação dos Bombeiros do Algarve, o Instituto Nacional de Emergência Médica, a Autoridade para as Condições de Trabalho e a Safe Communities Portugal, entre outros parceiros.