COVID-19: Passageiros esperam horas pelo teste no Aeroporto de Faro

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Dezenas de passageiros provenientes do Reino Unido ficaram ontem retidos durante várias horas no Aeroporto de Faro, para fazerem o teste da COVID-19, alguns deles mais de quatro horas e perdendo outras ligações.

A informação foi dada à Lusa por pessoas afetadas, e decorre das novas regras para as pessoas que chegam a Portugal vindas do Reino Unido.

A Lusa contactou a ANA – Aeroportos de Portugal, que confirmou a existência de «constrangimentos» no Aeroporto de Faro,

«A chegada de passageiros sem teste COVID-19 ao Aeroporto de Faro, de forma massiva, causou constrangimento e maior demora neste procedimento.

A ANA está, em conjunto com as restantes autoridades, a trabalhar para melhorar as condições e diminuir o desconforto dos passageiros», disse à Lusa, em comunicado, fonte oficial da empresa.

A mesma fonte disse que os meios do laboratório da Faro que está a fazer os testes no aeroporto foram reforçados, tendo em conta o elevado número de passageiros sem teste à COVID-19.

O governo português decretou restrições à entrada em Portugal, a partir de hoje, de passageiros de voos provenientes do Reino Unido, que passa a ser permitida apenas a cidadãos nacionais ou legalmente residentes em Portugal, na sequência da identificação naquele país de uma variante mais contagiosa do novo coronavírus, que provoca a doença COVID-19.

À chegada a Portugal os passageiros que cumpram os requisitos de entrada têm de apresentar um teste laboratorial de rastreio negativo ao SARS-Cov-2.

Segundo o governo português, caso não tenham o teste negativo à COVID-19 os passageiros serão «encaminhados pelas autoridades competentes» para «a realização do referido teste no interior do aeroporto, através de profissionais de saúde habilitados para o efeito», ficando em isolamento.

Fontes ouvidas pela Lusa disseram que passageiros chegados num voo da Ryanair que aterrou às 16h30 em Faro ainda aguardavam na fila para fazer o teste cerca das 20h00.

As fontes disseram que vários passageiros acabaram por não fazer o teste, pelo qual teriam de pagar 100 euros, recebendo uma declaração para fazerem o teste nas próximas 48 horas.

As restrições impostas pelo governo português tinham levado companhias aéreas a decidir não embarcar passageiros que não estivessem munidos do teste à COVID-19, o que foi ultrapassado depois de hoje ter sido divulgada uma nota do governo sobre a matéria.

Na nota de hoje, o governo esclareceu que os cidadãos nacionais que viajem desde o Reino Unido e que não tenham comprovativo de um teste negativo serão reencaminhados para realizar o despiste no aeroporto onde aterrem.

O objetivo é que, «transitoriamente», os cidadãos nacionais e legalmente residentes em Portugal que não sejam portadores de comprovativo de realização de teste negativo sejam encaminhados pelas autoridades competentes, à chegada a território nacional, para realização do referido teste no interior do aeroporto, através de profissionais de saúde habilitados para o efeito (ficando em isolamento nos termos definidos pelas autoridades de saúde)».

Em Portugal, segundo as autoridades, não se confirma a circulação da nova variante vírus detetada no Reino Unido.

No sábado o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou novas medidas em Londres e regiões do sudeste de Inglaterra, incluindo a recomendação contra as viagens ao estrangeiro, devido à nova variante detetada.

Vários países, incluindo Alemanha, França, Canadá, Holanda ou Itália, decidiram suspender todas as viagens a partir do Reino Unido, após o aparecimento dessa variante do vírus, mais contagiosa.

A pandemia de COVID-19 provocou pelo menos 1.685.785 mortos resultantes de mais de 76,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 6.191 pessoas dos 376.220 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.