COVID-19: há 11 alunos e seis funcionários infetados no Algarve

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Passaram apenas 15 dias desde o início do ano letivo e já há 12 estabelecimentos de ensino, entre creches e secundário, com casos positivos de COVID-19. Há turmas inteiras em isolamento domiciliário. Nos lares, três equipamentos residenciais registam casos, sendo que 17 são utentes.

Os dados foram hoje revelados na conferência de imprensa regional para ponto da situação da COVID-19 no Algarve pela delegada regional de saúde, Ana Cristina Guerreiro, em Loulé.

Em relação aos estabelecimentos de ensino do Algarve, a delegada referiu que «temos uma ou outra situação de alunos ou de professores que são contagiados por processos familiares. Depois são detetados e fazem com que tenha de se acionar aquilo que diz no referencial escolas, colocar a turma em casa».

É uma situação descrita, pela responsável, como «controlável e expectável», dada «a dimensão da mobilidade de tanta gente neste início de ano escolar».

Guerreiro concretizou os números: «11 alunos e seis funcionários com teste positivo, entre todos os graus de escolaridade» e revelou qual a lista de instituições afetadas.

No Sotavento algarvio são a creche e Jardim de Infância Borboleta em Vila Real de Santo António; Escola Básica 2º e 3º ciclos D. José I em Vila Real de Santo António; uma Escola Secundária em Vila Real de Santo António (não foi revelada qual); uma Escola Básica de 2º e 3º ciclos de Castro Marim (não foi revelada qual); Escola Profissional de Alte; Creche e Jardim de Infância da Cruz Vermelha Portuguesa em Moncarapacho; Escola Básica 2º e 3º ciclos D. Afonso III em Faro; Escola Secundária Pinheiro e Rosa em Faro e a Creche e Jardim de Infância da Alameda em Faro.

No Barlavento algarvio, são apenas duas e ambas em Portimão, uma Escola Secundária (não foi revelada qual) e a Escola Básica 2º e 3º ciclos D. Martinho Castelo Branco.

Para todos os alunos, António Miguel Pina, presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil, deixou uma mensagem.

«É preciso lembrar que se não cumprirem as regras podem estar a pôr em causa a saúde dos avós. É agora hora dos alunos se lembrarem da saúde dos seus avós. Cuidem da saúde deles», pediu.

Em relação aos equipamentos residenciais para idosos, a delegada de saúde regional referiu apenas que se tratavam de três, um em Quarteira, um em Olhão e um em Tavira, com casos positivos detetados.

No entanto, detalhou: «em Quarteira e em Olhão havia apenas um residente infetado e essas pessoas estão internadas no Hospital de Faro. Os funcionários estão em isolamento profilático nos seus domicílios, assim como os contactos de risco, pelo que esses dois lares estão livres de COVID-19. Em Tavira, temos uma instituição em que se fez testagem completa aos funcionários e residentes. Aí tivemos cinco funcionários e 15 utentes positivos. Os funcionários estão isolados e os residentes dois estão internados no Hospital de Faro, sendo que os restantes estão na instituição».

António Miguel Pina e Jorge Botelho.

Apesar de Guerreiro não ter explicitado a qual lar se referia, no uso da palavra apontou que se trata de uma instituição que se conseguiu organizar de acordo com as boas práticas.

«Tem dois circuitos divididos, um com e outro sem COVID-19. Todos utilizam o Equipamento de Proteção Individual (EPI) necessário e não há qualquer contacto entre positivos e negativos, nem entre funcionários que lidam com e sem infetados. É uma estrutura de grandes dimensões que preparou o seu plano de contingência sabendo como tinha de atuar perante uma situação destas e consegue funcionar. Estamos confiantes na evolução desta situação», disse a delegada.

António Miguel Pina referiu-se aos lares da região como «bons exemplos de que quando as coisas são levadas a sério, há forma de controlar. Demonstram que, cumprindo com aquilo que são os planos de contingência, a situação não se torna mais grave. Os casos que surgiram são de funcionários que terão ficado contaminados na sua atividade social, mas como os lares cumpriram com aquilo que são os seus planos de contingência foi possível travar as cadeias» epidemiológicas.

Ana Cristina Guerreiro acrescentou ainda que «é importante que as pessoas percebam que ao mínimo sinal, à mínima hipótese de estarem doentes, não vão trabalhar. Essa é a grande mensagem, quer para os lares, quer para as escolas. Na mínima suspeita de se estar doente, liguem para a Saúde 24, tomem medidas individuais e não vão trabalhar».

A corroborar esteve Jorge Botelho, secretário de Estado da Descentralização e da Administração Local, que marcou presença na conferência, pela primeira vez, a desempenhar a sua nova função, coordenador na região do Algarve da execução da Declaração de Situação de Contingência.

«Acho que é importante para os algarvios saberem que devem confiar nas estruturas montadas e na capacidade de resposta do sistema que está implementado. Estes números fazem-nos refletir sobre o comportamento de pessoas. É um apelo que temos de fazer para que se inibam de comportamentos de risco e aos mínimos sintomas sigam as regras, que essa é uma forma de prevenção. Temos de tomar atitudes preventivas e não baixar a guarda».

Por fim, em relação ao novo cargo, Botelho afirmou que «a função de alguém que aqui está é a de coordenar os serviços regionais, em articulação com os serviços municipais. É isso que tentarei fazer, de uma forma discreta, mas que queremos eficaz para que a resposta possa ser a melhor possível. Aquilo que verifico é que as instituições funcionam, articulam e trabalham para tentar que os números baixem», concluiu.