Objetivo é devolver o espaço aos associados com o espírito de antigamente. Menu foi renovado e há novos spots com vista privilegiada para o mar na sede da Associação da Ilha do Farol.
O coração do núcleo do Farol, na Ilha da Culatra, abriu dia 7 de julho, totalmente transformado. O chão em relva sintética, as cadeiras e puffs coloridos e a música ambiente chamam a atenção de banhistas e veraneantes.
O novo conceito surgiu no ano passado, quando um grupo de gestores e empreendedores criou uma empresa com o propósito de se candidatar ao concurso público para concessionar aquele espaço. O resultado decidiu-se em março e após todas as legalidades começaram as obras. Mês e meio depois e renasce o restaurante e o bar da Associação da Ilha do Farol.
«Foi totalmente remodelado por nós. Seguimos uma máxima, quando concorremos, que era a de devolver a esta associação aos sócios e envolver o espírito de antigamente. Queremos que os associados possam cá vir, que tenham descontos e que se sintam abraçados por nós. Não quisemos transformar isto num sítio para um turismo específico. Fizemos o contrário, primeiro os sócios, depois quem visita a ilha e só no fim quem ama este tipo de ambientes», explica ao barlavento um dos sócios da empresa, Luciano Jesus.
As obras foram profundas porque o espaço estava «num péssimo estado. Pior do que aparentava, Estamos a falar de intervenções de subsolo, eletricidade, esgotos, infraestruturas. Estava mesmo um caos».
No entanto, duraram de pouco mais de um mês. «Apesar de ter de ser tudo transportado por barco, sou conhecedor daquilo que nos esperava e tenho alguma experiência na área. Não há dúvida que desde o custo, à logística foi uma batalha difícil, mas ganha», refere o empresário.
No novo espaço há agora três spots, o Mateus Rosé, o Somersby e o restaurante. Este último com ofertas muito alargadas. Além de se poder ter uma refeição na esplanada ou mesmo dentro do restaurante, há a opção de levar para casa (take-away) ou até para a praia (take me to the beach), com embalagens próprias para o efeito.
E quais as opções para almoço ou jantar? Luciano Jesus esclarece: «temos frango da Guia, pianinho e maminha. Mas a maior variedade está na nossa montra de peixe: robalo, anchova, dourada, cavala, sardinha e carapau. Há mariscadas com ostras, ameijoas, conquilhas, berbigão e gambinha da costa. Tudo local. Além disso há pratos rápidos, como pizzas feitas na hora para todos os gostos, hambúrgueres com carne maturada, cachorros e baguetes. Por fim temos ainda uma opção vegetariana». Junta-se a esta variedade diversos sabores de gelados caseiros. Depois há ainda o bar, onde se pode encontrar «de tudo. Desde granizados aos cocktails com um especialista. Tudo o que uma pessoa consegue imaginar, nós temos disponível no bar», acrescenta o gestor.
Apesar de só estar aberto há pouco mais de uma semana, o feedback tem sido o mais positivo possível, «acho que as pessoas estão a aderir muito bem. Temos tido almoços cheios e os outros spots também sempre muito compostos. O primeiro e único fim de semana desde que abrimos, trabalhamos no lodo, como se costuma dizer na restauração, porque estivemos cheios. Para já a aceitação está a ser muito boa, mas é ainda cedo para avaliar. Estamos a falar apenas de clientes nacionais. Se vi um ou dois casais de estrangeiros foi muito, o que prova também que quando a oferta é boa, os portugueses também aderem», reforça.
Para o futuro, falta só a pandemia da COVID-19 dar tréguas.
«Não podemos ainda fazer muita coisa, mas temos espaço para DJ e um palco para concertos e festas maiores. Porque não realizar grandes festas com nomes nacionais e internacionais? E o que dizer da varanda do restaurante? Esse é também um palco que está na calha. Outra das ideias, visto no espaço existe um campo para atividades desportivas, é criar torneios de street basquetebol, futsal e até insufláveis para as crianças».
«Pensamos ainda em criar um Dia do Farol, à semelhança do que tem a Culatra. Já em relação ao parque infantil, pedimos para ficar com a gestão do mesmo e já existe um acordo com a associação que irá modernizá-lo e remodelá-lo. Isto são tudo planos que temos na calha que tornarão este no melhor sítio da região e com a melhor vista, não tenho dúvidas, mas para já, deixemos isso para um futuro», promete Luciano de Jesus.
A ideia é continuar a funcionar durante o período de inverno, mas ainda não há certezas. Para já, o novo espaço funciona das 12 às 23 horas, com todas as condições de segurança recomendadas pela Direção-Geral de Saúde (DGS).
O espaço consegue juntar quase 300 pessoas, sendo que neste momento os 25 membros do staff trabalham com menos de metade da capacidade. Para o empresário, que tem quase uma ligação de berço com o núcleo do Farol, o apelo final é para que visitem a nova sede da associação.
«Há carreiras de Faro e de Olhão e há mar táxis a todas as horas. Experimentem. A Ilha da Culatra é um espaço único e paradisíaco, ímpar na Europa. Não há muitos sítios como este no mundo e nós temos a sorte de ter este cantinho. Temos é de o preservar para o manter com este aspeto selvagem, sem grandes empreendimentos e sem grandes loucuras turísticas», conclui.