Farense junta o padel à lista de modalidades e já há equipas formadas em várias categorias. Objetivos dos Leões de Faro são a formação de jovens, potenciar o desporto e participar em competições.
«O padel é uma modalidade que está a crescer muitíssimo e tem sido uma loucura. Achámos que fazia todo o sentido ligar o Sporting Clube Farense a esta modalidade fantástica, que se adequa a todas as faixas etárias. As pessoas com mais de 35 anos, chamados veteranos, que querem praticar desporto, não encontravam muitas soluções a nível do que o Farense tinha para oferecer [ballet, basquetebol, boxe, futebol, entre outras], porque são práticas mais exigentes, em que a condição física seria limitativa. Por outro lado, o padel permite a qualquer pessoa, de qualquer idade ou condição física, jogar. Pratico há cinco anos, desde criança que jogo ténis e já vi pessoas de 75 anos a jogarem padel, a divertirem-se e a estarem a fazer a sua prática. Estes foram alguns dos fatores que nos levaram a apostar neste projeto», garante ao barlavento Diogo Sousa, presidente da direção desta nova modalidade, apresentada ao público no sábado, dia 12 de março.

Apesar de o padel não ser uma novidade, uma vez que o primeiro court em Portugal remonta à década de 1990, parece ter sido durante a pandemia que muitos incluíram este desporto, considerado individual, na sua agenda.
De acordo com dados do ano passado da plataforma Air Courts, dedicada à reserva de campos de padel, ténis e futebol em Portugal, há hoje mais de 200 mil praticantes no país.
Aliás, o crescimento da modalidade em toda a Europa, nos últimos anos, está estimado em 300 por cento. O Algarve acompanha a tendência e essa é uma das razões que motivou o centenário Sporting Clube Farense (SCF) a ser um dos primeiros clubes a adicionar este desporto à sua formação.
Trata-se de um projeto que, apesar de apenas agora ter sido apresentado, já se encontra a ser pensado há algum tempo. «Não é de agora, mas achei que esta seria a altura certa para o lançar, por várias razões, sobretudo devido a esta franca evolução de número de jogadores, algo que me deixou surpreendido. O padel, neste momento, é um desporto que, em Portugal, não deve ter rival a nível de crescimento», assegura.
E por onde se pretende destacar o clube? «Pelo facto de não termos um modelo baseado na parte empresarial. Não está pensado para dar lucro, mas sim para apostar na formação dos atletas e dos jovens. Isso é algo que nos diferencia, porque os clubes estão virados para a vertente económica e a nossa base é investir forte na formação. Isso é algo que ainda falta desenvolver a nível do padel internacional, mas que penso que podemos dar um grande contributo», responde o diretor.
Além disso, ainda nas palavras do responsável, trata-se de um projeto que irá também beneficiar toda a região. «Vamos ser um motor e um potenciador do desporto no Algarve e vamos trazer benefícios a todos os clubes. É nisto que queremos ser diferentes, queremos ser um motor para o padel em vez de nos servirmos dele, queremos ajudar a modalidade a crescer e potenciar a economia e os clubes regionais», garante.
Para a primeira época, o SCF reúne já cerca de 70 atetas masculinos, elegíveis para participar na Liga de Clubes da FPP 2022, distribuídos em equipas de diversos escalões: duas equipas de M5 [nível mais baixo], uma de M3, uma de M2 e uma de veteranos (+35), onde cada uma soma mais de 10 desportistas. Mas não querem ficar por aqui, até porque a procura assim o parece exigir.

«Conseguimos este número rapidamente porque há muita procura. No final do dia, todos querem jogar padel e o projeto é aliciante, tendo em conta que oferecemos acompanhamento e entreajuda dos atletas. As pessoas querem fazer parte de um projeto que pode potenciar a modalidade e o clube», afirma ao barlavento Francisco Romão, um dos vice-presidentes da direção da secção.
Conjunto de objetivos bem definidos
Para o primeiro ano de padel, os Leões de Faro contam já com uma lista de objetivos bem delineada. «Com as equipas que criámos, juntámos um conjunto de atletas bastante interessante e com muita qualidade. Modéstia à parte, acredito que temos qualidade e, por isso, pretendemos ser campeões nacionais em todas as categorias de ligas de clubes. Depois, até ao final de 2022 queremos ter 250 atletas filiados ao Farense. Tendo em conta todos os indicadores, acreditamos que será um número atingido com bastante brevidade», aponta Diogo Sousa.
Ainda de acordo com o responsável, o emblema preto e branco pretende ter, no mínimo, um ou dois atletas a participarem em torneios World Padel Tour [circuito internacional de padel de referência, que reúne os melhores jogadores] a representar o Farense, assim como em competições oficiais da Federação Portuguesa de Padel (FPP) e em torneios sociais no Algarve e fora da região.

Em relação a competições, segundo o presidente, «queremos lançar a Liga Algarvia Sporting Clube Farense, um torneio social para masculinos e femininos, com oito etapas, em oito clubes diferentes da região, mais o masters final, que esperamos que tenha uma projeção regional como nenhuma outra a este nível [social]».
Além de quererem também alargar as equipas para a categoria de femininos, para um horizonte mais longínquo, o objetivo do clube é atingir a fasquia «bastante elevada» de mais de mil atletas filiados. Outra das ideias dos algarvios passa por «fomentar uma Liga Nacional de Padel com cobertura televisiva. Para isso, pretendemos transportar para outros clubes, tradicionalmente de futebol, esta aposta no padel e tentar criar uma competição atrativa e já com outro nível de interesse e patrocionadores», ambiciona Diogo Sousa.
Para já, fica em aberto qual a localização dos primeiros courts [campos de padel] do clube. No entanto, há já várias opções a serem ponderadas.
«Pretendemos ter infraestruturas próprias e estamos a trabalhar para conseguir ter fundos para isso. Ainda não há um local específico, mas gostávamos muito que fosse na nossa sede e no nosso pavilhão», diz.
Em cima da mesa está a hipótese de serem criados dois campos na antiga zona da ginástica. «É uma proposta que está a ser estudada. O espaço está em desuso há largos anos e, uma vez que possui 600 metros quadrados, tem margem suficiente para a instalação de dois courts. Esse era o ponto de partida ideal para lançar esta modalidade», explicita.
Mas e quando for atingido um número de atletas mais elevado? «A ideia seria agregar a nossa academia SCF, que está a ser construída em São Brás de Alportel, ao padel. É algo que ainda não está definido, mas sabemos que temos de ter, no mínimo, seis a oito campos no total. A outra alternativa seria utilizarmos algum terreno nos arredores da cidade. Ainda não temos nada definitivo, mas primeiro ambicionamos os dois courts dentro do pavilhão e depois os restantes, ou na academia, ou noutro local» a definir.
Até lá, o coletivo tem estado a treinar, e futuramente passará a dar formação também, em dois clubes locais, ao abrigo de protocolos formalizados, o Centro de Ténis e Padel de Faro e a Academia de Ténis e Padel Eduardo Beldade.
Atletas internacionais e que já trazem prémios para Faro
A fazer jus ao mote que compõe o clube, «só os duros vencem», os atletas do Farense já começam a dar cartas fora da região. O primeiro caso é o de José Ricardo Nunes, desportista formado no Clube de Ténis e Padel de Faro e elemento da equipa de M2, que irá disputar o Campeonato Mundial de Padel em Las Vegas, nos Estados Unidos da América, na categoria +35, entre os dias 27 de março e 2 de abril. Antes disso, na primeira prova oficial da época, de 4 a 6 de março, em Paredes, Pedro Luz e Pedro Guerreiro venceram o troféu de primeiro lugar em M3, no primeiro Torneio de Padel Open IdealKorpus, de categoria cinco mil, a pontuar para o ranking nacional.


Aulas para todos e com diversos benefícios
Sendo a formação uma das principais bandeiras deste novo projeto do clube da capital algarvia, as aulas têm início previsto em abril para qualquer nível: iniciação, aperfeiçoamento e competição. «Temos dois treinadores e estamos a contar necessitar de um terceiro, sendo que qualquer pessoa, de qualquer idade ou nível de padel, pode inscrever-se», avisa o diretor.
Todos os atletas passam a ter «acesso a uma prática de padel num conceito equitativo em termos desportivos e comerciais para os jogadores e praticantes, apoio técnico com treinadores especializados, acesso a preços reduzidos em eventos do SCF nas várias modalidades e a hipótese de representar um clube histórico de Portugal e contribuir para o seu crescimento e visibilidade», adianta a equipa da direção.
Além disso, todos os desportistas vão ter acesso a aulas e treinos a preços mais reduzidos, acesso à aquisição de equipamento oficial do clube a outro valor, possibilidade de apoio de transporte para alguns torneios, apoio na participação de algumas provas, desconto no aluguer dos futuros campos de padel do SCF e um desconto na rede de parceiros (futuramente).
Quem quiser inscrever-se, basta ser sócio do SCF, ser filiado à FPP pelo Farense ou treinar no clube, e preencher o formulário disponível nas redes sociais (@sc_farense_padel).
Atenção que as inscrições abriram no fim de semana, dia 12 e 13 de março, e contam já com mais de 75 pedidos. Para mais informações, há um e-mail à disposição (padel@scfarense.pt).
Direção
Diogo Sousa (presidente), Francisco Romão (vice-presidente), Luís Pires (vice-presidente), Carlos Encarnação, Gonçalo Roque, João Lourenço, João Pedro Gago, Julião Martins, Mário Faria, Pedro Luz, Rui Ramos, Tiago Farrajota.
Equipas
M2 – Gonçalo Roque (capitão), José Casquilho (sub-capitão), André Paulino, Diogo Sousa, Duarte Coelho, Gonçalo Nicolau, Henrique Orge, João Gago, José Ricardo Nunes, Manuel Alturas, Nuno Leite, Rodrigo Ângelo, Tiago Farrajota, Tiago Marques, Tomás
Falcão.
M3 – Miguel Rosário (capitão), Pedro Luz (sub-capitão), Duarte Pereira, Duarte Talhão, Francisco Romão, João Sousa, Luca Barbosa, Luís Filipe, Miguel Gaspar, Pedro Guerreiro, Pedro Reigota, Ricardo Jorge, Rodrigo Farrajota, Rúben Mascarenhas.
M5A – Jorge Batista (capitão), Mário Faria (sub-capitão), André Cohen, António Neto, Bruno Carmo, Carlos Gouveia, Fernando Abreu, Luís Pires, Luís Wong, Rafael Neto, Nélson Leal, Túlio Benje.
M5B – Rui Ramos (capitão), João Lourenço (sub-capitão), António Lindo, Eduardo Serrano, Flávio Cabanita, Guilherme Pires, Hugo Fernandes, João Pinto, Julião Martins, Júlio Neves, Marco Rodrigues, Rui
Teixeira.
Veteranos (+35) – Tiago Farrajota (capitão), Diogo Sousa (sub-capitão) André Paulino, André Sousa, Gonçalo Nicau, João Gago, José Ricardo Nunes, Miguel Rosário, Luís Filipe, Pedro Guerreiro, Rodrigo Ângelo, Rúben Mascarenhas.
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