Sob o mote «Algarve Golden Terroir», a região tem uma candidatura quadripartida a Cidade Europeia do Vinho 2023.
Os municípios de Lagoa, Albufeira, Lagos e Silves apresentaram ontem, dia 17 de março, na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), uma candidatura conjunta a Cidade Europeia do Vinho 2023.
A distinção é promovida pela Rede Europeia das Cidades do Vinho (RECEVIN) e, como tal, é formalizada por estes quatro municípios devido ao facto de fazerem parte da Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV). No entanto, trata-se de uma candidatura «para todo o Algarve, da serra ao mar».

José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal de Albufeira explicou que «aqui juntamo-nos numa ideia que surgiu já há dois anos. Pensamos que o vinho é uma parte complementar do nosso turismo, um sector primordial e cada vez mais importante na economia», disse, referindo que também é importante para a diversificação turística da região, sobretudo em época baixa. «Não podemos deixar de lado o sol e praia, mas temos que potenciar, inovar e inventar outros meios para que a nossa oferta seja cada vez mais interessante para quem nos procura e visita».
Por sua vez, Luís Encarnação, presidente da Câmara Municipal de Lagoa, no uso da palavra, afirmou que «com esta candidatura queremos homenagear o extraordinário trabalho que foi feito pelos nossos produtores» a elevar a qualidade que o vinho algarvio tem hoje.
Em segundo lugar, «queremos trazer para a região uma distinção que não é uma taça, nem é uma espécie de Liga de Campeões que uma região ganha por ter mais e melhores produtores. É uma distinção que a RECEVIN atribui às regiões emergentes, àquelas que querem verdadeiramente trabalhar a promoção do vinho nos seus territórios com um sentido para o desenvolvimento de um produto tão importante como o enoturismo. Acreditamos que é um produto que tem todas as condições para se valorizar e que pode ajudar a mitigar e a combater o problema da sazonalidade ao longo de todo o ano».

«Acredito que iremos conseguir trazer para o Algarve esta importante distinção, por tudo aquilo que Lagoa, Albufeira, Lagos, Silves e toda a região do Algarve têm para oferecer: vinhos de excelente qualidade, uma gastronomia única, as nossas praias, uma forte tradição em saber receber e uma grande capacidade para organizar eventos com estas caraterísticas», concluiu o autarca lagoense.
Rosa Palma, autarca de Silves, alinhou-se com os colegas. «O Algarve só por si já é um destaque e uma referência nacional e fora de portas. O que queremos com esta candidatura é que se consiga reconhecer as especificidades da nossa realidade. As características que estão intimamente ligadas ao clima e ao solo, quer sejam geográficas, geológicas, de drenagem, tudo isto dá uma qualidade específica à uva e ao vinho. É o DNA do nosso vinho. Mas não só. É preciso a intervenção humana através dos nossos vitivinicultores, que retiram o melhor das suas vinhas e produzem uvas com uma capacidade incrível. É isso que queremos dar a conhecer e a experienciar».
No evento foi ainda divulgado o vídeo promocional da candidatura, que conta com os testemunhos de apoio por parte do presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, José Apolinário, da presidente da Comissão Vitivinícola do Algarve (CVA), Sara Silva, do diretor regional de Agricultura e Pescas do Algarve, Pedro Valadas Monteiro e do presidente do Turismo do Algarve, João Fernandes.
A apresentação contou ainda com a prova de um espumante produzido a partir da casta negra, a mais tradicional da região, servida pela Associação de Barmen do Algarve.
No dia 15 de junho, será divulgado no Parlamento Europeu, o nome do vencedor escolhido pelo Conselho da Recevin.