ABC no primeiro lugar em concurso mundial para ensaios pré-clínicos

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O Algarve Biomedical Center (ABC) vai desenvolver ensaios pré-clínicos de eficácia e segurança de medicamentos para a Agência Europeia do Medicamento (EMA) por cinco anos, disse à Lusa o presidente do ABC.

A assinatura do contrato foi feita depois de o consórcio que reúne a Universidade do Algarve e o Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA) ter vencido, de forma «inédita» para um centro de investigação português, um concurso internacional para realizar ensaios pré-clínicos de qualidade e segurança de medicamentos, destacou Nuno Marques.

«É um grande orgulho para nós e para o país termos um centro que, ao nível europeu e da EMA, tem este reconhecimento. Só mostra que a ciência nacional está no bom caminho e também temos grande capacidade no nosso país em termos de investigação científica, nomeadamente nesta área da Medicina e da Biomedicina», afirmou.

Com este contrato, o ABC «passa a poder testar, para a EMA, qualquer medicamento para uso humano ou para uso veterinário», uma vez que ambos são monitorizados pela agência que garante a segurança destes produtos na União Europeia, referiu Nuno Marques, quantificando o número total de candidatos iniciais em «mais de uma centena».

O trabalho que levou à vitória neste concurso «foi feito nos últimos três meses» e o ABC superou «inúmeros centros de formação ,quer europeus quer americanos», assegurando um contrato «pioneiro em termos nacionais», acrescentou.

A assinatura deste contrato para os próximos cinco anos vai ainda «fortalecer e robustecer o ABC», porque permitirá ter «uma sustentabilidade a cinco anos», ao «tratar-se de um contrato de até três milhões de euros» nesse período, valor que «é muito significativo», considerou aquele responsável.

A seleção feita pela EMA traz também um «reconhecimento mundial» da «qualidade dos seus investigadores», que passam «a ter uma fonte de rendimento que vai ajudar a sustentar outros projetos de investigação», notou.

Questionado sobre se o trabalho desenvolvido pelo ABC durante a pandemia de covid-19 teve influência no resultado deste concurso internacional, Nuno Marques respondeu que «não teve implicação direta, a não ser na capacidade e no fortalecimento» do ABC «em termos de equipamentos».

«Tivemos uma remodelação profunda do centro de investigação e passamos a ter o nosso ABC Research Institute com uma capacidade, em termos de equipamentos e um ‘know-how’ dos investigadores, que já estavam cá, mas passaram a ter outros meios à sua disposição para poder dar este tipo de respostas», argumentou.

Nuno Marques explicou que, na fase de seleção, o ABC teve de responder a um problema colocado pela EMA para ver «se um medicamento estava contaminado ou não» e «qual era a toxicidade do contaminante».

O objetivo é, «no final, chegar ao que era expectável aquele contaminante causar se ele estivesse no medicamento e fosse ingerido por pessoas», resumiu.