150 milhões de euros vão transformar Albufeira até 2023

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José Carlos Rolo apresentou um balanço dos dois anos de liderança no executivo municipal e semeou sementes para o futuro de Albufeira. Educação, Habitação e Ação Social são prioridades para o que resta do mandato, que ficará também marcado por várias intervenções no espaço público e pelo nascimento de um Parque de Feiras, Exposições e Congressos na cidade.

Embora alguns planos já estejam concretizados, «ainda há muito por fazer». Foi num registo perfecionista que José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal de Albufeira, avaliou os dois anos de mandato à frente da autarquia.

O edil, que assumiu o cargo depois do trágico falecimento de Carlos Silva e Sousa, a 22 de fevereiro de 2018, convocou uma conferência de imprensa, na quinta-feira, dia 13 de fevereiro, para prestar contas do trabalho até aqui realizado.

E também para dar a conhecer o que se pretende executar até 2023. Rolo estima que no total, o investimento no concelho rondará os 150 milhões de euros. Grande parte dos projetos já estão aprovados, outros em fase de concurso ou prestes a iniciar o planeamento.

José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal de Albufeira.

Uma das obras marcantes que será realizada e que José Carlos Rolo já tinha classificado como «muito desejada» em entrevista ao barlavento, em julho de 2019, é o novo Parque de Feiras, Exposições e Congressos.

Integrado numa zona recente da cidade, junto à Escola Básica e Secundária de Albufeira, o terreno foi adquirido recentemente pela Câmara, por um valor de 1,2 milhões de euros. O autarca garante que, após todos os procedimentos, é ponto assente que será uma realidade.

Também já avançada ao barlavento na entrevista realizada, a requalificação de vários locais da cidade vai continuar a avançar.

Neste âmbito, a grande opção é a empreitada na Avenida Sá Carneiro e zonas envolventes (conhecida como zona da Oura), que será alvo de uma profunda intervenção.

Será uma intervenção em quatro zonas, que incluirá «a mudança de condutas» e que fomentará «a mobilidade e a acessibilidade pedonal, com trânsito condicionado».

Serão criados percursos pedonais, espaços verdes, zonas de lazer e pontos de atração turística.

Rolo admite que será uma obra «extremamente difícil, já apresentada a aos comerciantes e residentes e que esperamos começar em outubro», num amplo investimento de 13 milhões de euros.

Também a Rua António Aleixo, na zona do Cerro Malpique, beneficiará de intervenções ao nível das condutas, iluminação, estacionamentos e reordenamento de trânsito, no valor de sete milhões de euros.

Na Baixa de Albufeira, há muito para fazer «ao nível dos pavimentos e do mobiliário urbano», admitiu o autarca.

Nesta zona, a intervenção também será extensa, numa grande área, com um orçamento para melhorias de 10 milhões de euros.

Acrescem dois milhões para renovar a Rua do MFA, um dos principais acessos à zona antiga de Albufeira que já tem o projeto de obra «praticamente terminado», segundo o edil.

A Avenida dos Descobrimentos, principal artéria da cidade, também verá a sua requalificação continuar, até à Orada, uma obra de 3,1 milhões de euros.

Por fim, a Câmara vai avançar com um desejo há muito reclamado pela população, ou seja, a intervenção na via que liga o Terminal Rodoviário à Rotunda do Montechoro – Estrada de Vale Pedras.

O projeto vai avançar, embora de momento esteja «travado» por algumas dificuldades com «as palmeiras. Estão a ocupar o que podia ser uma ciclovia, um passeio mais largo. Talvez tenham de ser arrancadas e colocadas noutro local. Estamos em fase de expropriação de algumas parcelas de terreno, para que possamos iniciar a devida obra», afiançou José Carlos Rolo.

A requalificação da Rua do município também prossegue, num orçamento de dois milhões de euros, estando ainda previstas intervenções na zona envolvente a norte do Complexo Desportivo de Ferreiras, e no Caminho 1281 que liga Vale Parra à Guia.

À lista, somam-se ainda 20 milhões de euros em pavimentações e repavimentações por todo o concelho – a mais recente, na estrada que liga a rotunda da Praça de Touros à Ponte Barão, em processo de conclusão e que recebeu um piso «com betume misturado com borracha de pneus, o que permite um ruído de rolamento mais baixo, muito diferente de outras vias».

Habitação municipal também avança

Nas áreas prioritárias para investimento do executivo, uma das mais reclamadas pela população é a habitação, que está contemplada com 12 milhões de euros neste plano.

Na Rua Samora Barros, em pleno centro da cidade, serão feitos dois blocos que totalizam 28 fogos habitacionais, num investimento de 2,5 milhões de euros.

Também numa zona central, junto ao Mercado dos Caliços, irão nascer 26 fogos que resultam de uma dotação de dois milhões de euros.

Mas o investimento também se fará nos arredores de Albufeira. Na zona das Fontainhas serão aplicados cinco milhões de euros, que permitirão a criação de 60 a 70 fogos de habitação, enquanto a Ladeira da Fonte, em Paderne, receberá 40 fogos que custarão aos cofres do município três milhões de euros.

Na senda do investimento nas famílias, a ação social do município de Albufeira também será contemplada com um reforço de 16 milhões de euros.

Uma parcela de 500 mil euros será aplicada no subsídio de arrendamento a famílias carenciadas.

Ainda neste âmbito, será lançado, em breve, um concurso para aquisição, por parte da autarquia, de apartamentos para rendas acessíveis.

A Creche, Lar e Centro de Dia de Olhos de Água também será uma realidade. Um investimento de cinco milhões de euros, num projeto que, no primeiro concurso, ficou «sem interessados. Mas abrimos novamente e já tem empreiteiro», revelou José Carlos Rolo.

Por outro lado, e fruto de um investimento de seis milhões de euros, nascerá um novo Lar e Centro de Dia nas Fontainhas, no terreno onde está atualmente a Nuclegarve.

Na Guia, será edificada uma Unidade de Cuidados Continuados, junto ao Lar já existente, explorado pela Fundação António Silva Leal.

Será um edifício com 20 quartos, que custará perto de 2,5 milhões de euros.

No centro da cidade, o Centro Social do Cerro Malpique será uma realidade orçada em quatro milhões de euros. Há ainda capacidade para «oferecer» uma sede ao Corpo Nacional de Escutas de Albufeira, que implica um investimento de 650 mil euros, e para fazer algumas alterações na Creche da Guia, por 240 mil euros.

Educação sai a ganhar

Outra área de grande importância no contexto familiar é a Educação, que irá absorver oito milhões de euros deste orçamento.

«Uma área charneira de qualquer sociedade», como classificou o autarca albufeirense, também ele um antigo professor, explicando ainda que «há 10 anos tivemos um boom na melhoria das escolas, a crise deixou-nos várias salas vazias nos estabelecimentos. Muita gente saiu de cá e levou potenciais alunos. Agora, com a melhoria das condições económicas, há muitos regressos à cidade e isso vai-nos obrigar a repensar as necessidades dos estabelecimentos», disse José Carlos Rolo.

Desde logo, o plano de intervenção passa por uma ampliação da Escola E.B 2,3 Diamantina Negrão.

Estão reservados, para esta intervenção, dois milhões de euros, que permitirão a construção de quatro laboratórios, quatro salas e uma ampliação do pavilhão desportivo e dos seus balneários.

«O projeto já está feito e foi a concurso», revelou.

Um pouco mais atrasada está outra ampliação, a da Escola E.B 2,3 Dr. Francisco Cabrita. Com uma dotação semelhante, a rondar também os dois milhões de euros, está prevista a inclusão de mais 16 salas de aula, duas salas de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), uma sala polivalente e um auditório público para 180 pessoas, «voltado para o exterior e passível de ser utilizado por toda a comunidade e em qualquer altura», detalhou o presidente de Albufeira.

O recente Jardim de Infância da Correeira também será intervencionado. Para isso, há 800 mil euros a distribuir por três novas salas de atividades, para um total de 75 crianças, um novo refeitório, um novo recreio e facilidades que permitem uma capacidade de resposta para 200 crianças.

De resto, a educação pré-escolar vai sendo uma das maiores necessidades no município e serão «retocados» mais três espaços – o Jardim de Infância de Vale Rabelho, onde o executivo aplicará 600 mil euros em ampliações para garantir uma resposta adequada a 125 crianças, o Jardim de Infância dos Caliços, onde a dotação será de 400 mil euros para novas salas, ampliação de espaços comuns e uma capacidade de albergar adequadamente 200 crianças e o Jardim de Infância em Ferreiras, que receberá obras no valor de 700 mil euros que lhe permitirão dar resposta a 225 crianças.

As Escolas Básicas de Olhos de Água e das Fontainhas também serão alvo de melhorias, e todos os pisos desportivos dos estabelecimentos de ensino da cidade serão remodelados.

Investimento no Saneamento para não repetir a tragédia de 2015

Depois das cheias de 2015, que dizimaram a baixa de Albufeira, tornou-se prioridade melhorar a drenagem da cidade.

«É difícil resolver as inundações, mas vamos conseguir mitigar a situação», afirmou José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal de Albufeira. Assim, foi lançado o Plano Geral de Drenagem de Albufeira, orçado em 21 milhões de euros.

Contempla a construção de «um novo túnel para desviar as águas da ribeira», a construção de coletores urbanos e de condutas adutoras, a já concluída Estação Elevatória da Praça dos Pescadores e as obras de requalificação na zona do INATEL, para diminuir os problemas frequentes naquela zona, quando os índices de pluviosidade se elevam.

Ainda no quesito do Saneamento, serão construídos 40 quilómetros de redes subterrâneas na zona norte de Paderne, e será ampliada a rede de águas residuais na zona norte de Ferreiras.

Transportes Urbanos vão (finalmente) chegar a toda a área urbana

José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal de Albufeira, revelou que o serviço de transporte urbano «Giro» vai sofrer um incremento de percursos. O Novo Plano de Mobilidade da cidade terá uma duração de 10 anos, está em fase de concurso, e vai contemplar «uma reformulação total da rede urbana». As atuais cinco linhas do «Giro», com 90 paragens, darão lugar a 11 ligações, com 210 paragens.

O serviço, que já percorria a zona urbana de Albufeira e Ferreiras, extende-se agora até à Guia, Olhos de Água, Vale Parra e Fontainhas. O processo está em fase de abertura de concurso para a concessão do serviço.

Videovigilância e mais efetivos na Polícia Municipal

A videovigilância será mesmo uma realidade em Albufeira, «na Oura e na baixa da cidade», revelou José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal de Albufeira.

O protocolo com a Guarda Nacional Republicana (GNR) já está feito, «e agora temos de seguir os passos seguintes, o mais depressa possível».

O autarca lembrou que o sistema, «por si só, não resolve problemas, se as pessoas não se deixarem intimidar» por ele. Também é objetivo do executivo colocar mais 12 agentes ao serviço da Polícia Municipal, para entrarem ao serviço em junho/julho, «mas o recrutamento tem sido difícil», lamenta Rolo.

Tornar Albufeira mais «verde» e amiga do Ambiente e dos animais

É um desígnio atual em qualquer local, e Albufeira não foge à regra. Para José Carlos Rolo, presidente da autarquia, as questões ambientais estão «na ordem do dia» e a autarquia vai cuidar dos espaços verdes da cidade, «que não são muitos, mas existem».

Todos serão requalificados, com destaque para o Jardim do Montechoro, outrora ponto de encontro primordial na cidade. Serão plantadas novas espécies de árvores/vegetação e será reutilizada a água das Estação de tratamento de águas residuais (ETAR) para a irrigação.

A iluminação também será alvo de melhoria, com a continuação da transição das lâmpadas convencionais para a tecnologia LED, «com gastos de consumo 60 por cento inferiores», que Rolo espera ver implementada por completo na cidade nos próximos «três ou quatro anos». Um investimento a rondar os dois milhões de euros.

Nem os animais serão esquecidos. Albufeira verá nascer um Cemitério de Animais, um novo Canil Municipal e um Circuito Canino em Vale de Pedras, obras que custarão aos cofres albufeirenses 750 mil euros.

Promover e melhorar o Desporto, a Cultura e o Património de Albufeira

José Carlos Rolo, edil de Albufeira, congratulou-se com «o trabalho meritório e o papel fundamental dos clubes» do concelho, elogiando também as famílias «por aproximarem as crianças e os jovens do desporto, ajudando a uma juventude mais sadia».

O autarca acrescentou que «há necessidade de mais pavilhões, de mais espaços desportivos e de mais horários para a prática desportiva», revelando por isso a ampliação dos balneários do campo sintético da Guia, um investimento de 250 mil euros que criará condições para uma prática desportiva mais numerosa.

Em Ferreiras, serão construídos balneários de apoio ao Campo Sintético do Complexo Desportivo, obra com um custo de 300 mil euros, enquanto Paderne verá remodeladas as Instalações que apoiam o seu complexo desportivo, por 450 mil euros.

A cultura não será esquecida, com a criação de um Polo da Biblioteca Municipal em Ferreiras, no edifício da antiga Junta de Freguesia, e a Reabilitação do Museu Municipal de Arqueologia.

A antiga Igreja Matriz de Albufeira receberá um investimento de 1,6 milhões de euros em obras de restauro e beneficiação, com uma contribuição do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) que ascende aos 552 mil euros.

Nascerá ainda um Centro de Artes e Ofícios, no antigo edifício do tribunal, (orçado em 560 mil euros, com comparticipação FEDER de 315 mil euros), e continuará a caminhada rumo ao Geoparque Algarvensis, em conjunto com os municípios de Loulé e Silves.

Valorizar a marca «Albufeira: Capital do Turismo»

O presidente da Câmara Municipal de Albufeira, José Carlos Rolo, quer continuar a promover a cidade como destino turístico «de eleição». Em colaboração com a Agência de Promoção de Albufeira (APAL), o município estará em várias feiras por toda a Espanha, Canadá, e outros locais.

A aposta nos eventos de fim de ano é para continuar, como âncora paro combate à sazonalidade, um objetivo do executivo. Rolo lamenta que «os estabelecimentos não abram durante mais tempo, o que cria uma imagem de que a cidade não tem nada, algo que afasta os turistas na época baixa».