Parte do espólio de Manuel Viegas Guerreiro está em exposição no átrio principal da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL).
Fotografias de Angola, equipamento de vídeo e áudio e objetos pessoais do etnólogo e antropólogo deixam a Fundação com o seu nome, em Querença, no Algarve, para aproximar legado, alunos e outros públicos.
Parte do valioso espólio de Manuel Viegas Guerreiro, antigo professor catedrático da Faculdade de Letras, estará em exposição entre os dias 18 de Maio e 9 de Junho no átrio principal da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL).
Uma dessas peças é uma câmara de filmar Bell and Howell de formato 16 milímetros (mm).
Manuel Viegas Guerreiro (1912-1997) foi professor liceal ao longo do seu percurso docente e, no final da década de 60 do século XX, professor universitário na FLUL.
Entre outros projetos, fundou o Instituto de Estudos Africanos e o Centro de Estudos Africanos, ambos da FLUL, ao lado da historiadora professora Isabel Castro Henriques, que estará presente na sessão de inauguração desta exposição, marcada para as 18h00.
Foi também mentor e fundador do Centro de Tradições Populares Portuguesas que recebeu o seu nome após o seu falecimento, em 1997. Atualmente, este encontra-se integrado no Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias (CLEPUL), da Faculdade de Letras.
De forma simbólica, o pensamento de Viegas Guerreiro e as suas linhas de investigação regressam aos corredores da Faculdade de Letras, que não deixou de percorrer mesmo após a sua reforma. Foi nessa altura que fundou, com Agostinho da Silva e Alexandre Lafayette, os Estudos Gerais Livres, um ensino não formal, gratuito, constituído por cursos e conferências itinerantes sobre os mais variados temas, dirigidos a qualquer pessoa, independentemente das habilitações literárias, faixa etária ou classe social.
A exposição que hoje inaugura decorre de uma colaboração entre a Fundação Manuel Viegas Guerreiro (FMVG) e o Centro de História da Universidade de Lisboa, que acolhe a mostra, reconhecendo o legado do professor Manuel Viegas Guerreiro nos Estudos Africanos da FLUL.
O seu diretor, o professor José da Silva Horta, as professoras e subdiretoras Maria Alexandre Lousada e Eugénia Rodrigues, os presidentes do Conselho de Administração e Conselho Geral da FMVG, respetivamente, Gabriel Gonçalves e João da Silva Miguel, estarão presentes na sessão, bem como a curadora, a investigadora Luísa Martins, com o apoio do Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades (CIDEHUS) da Universidade de Évora.
A mostra itinerante «Boers de Angola, 1957» foi concebida a propósito do seminário «Manuel Viegas Guerreiro: o percurso e a filosofia de um humanista e antropólogo», organizado pela Fundação em Setembro de 2021, em Querença, aldeia algarvia onde Viegas Guerreiro nasceu e onde a Fundação está sedeada.
No retiro científico participaram investigadores do CIDEHUS, do CLEPUL, do Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto, da Université Sorbonne Nouvelle e do Instituto Frobenius, Universidade de Frankfurt. A exposição na FLUL tem acesso livre.