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As Carpideiras é o trabalho artístico com que a Sociedade Recreativa Artística Farense – Os Artistas, apresenta domingo, em Sagres.

As Carpideiras é o trabalho artístico com que a Sociedade Recreativa Artística Farense – Os Artistas, marca presença no DIVAM – Dinamização e Valorização dos Monumentos, em 2022 subordinado ao tema «Patrimónios Sem Fronteiras», com o apoio da Direção Regional de Cultura do Algarve.

A estreia acontece no domingo, dia 4 de dezembro, em formato site specific, na Fortaleza de Sagres – Igreja de Nossa Senhora da Graça, às 15 horas.

Três mulheres são contratadas para chorar São Vicente na Igreja de Nossa Senhora da Graça, na Fortaleza de Sagres, o lugar onde a terra acaba e o mar se abre a outros mundos.

As três mulheres são carpideiras, profissionais do pranto, das rezas e canções, pagas para lastimar mortos em velórios e enterros, conferindo ao finado estatuto social no mundo dos vivos e pureza à entrada no reino dos mortos.

Uma pescadora jovem encomendou o lamento, quer celebrar a força de Vicente, o santo mártir, torturado e morto por se recusar a abandonar a sua fé, e quer assim, a jovem pescadora, inscrever em si, talvez nos outros, o ânimo, a inteireza para resistir a formas de opressão e dominação que enfraquecem a expressão livre da diversidade humana.

Pelo ato de carpir, exacerbado, As Carpideiras tornam pública a tristeza perante a morte, mas não só, outras dores também por que passam homens e mulheres neste mundo, choradas tantas vezes escondidas, em murmúrio, em silêncio, por que numa sociedade de competição e lucro, não há espaço nem tempo para «fraqueza».

As Carpideiras são Marta Gorgulho, Neusa Dias e Sara Martins, artistas profissionais nas áreas do teatro e da dança.

Nesta nova cocriação exploram formas artísticas de carpir um morto (São Vicente), buscando no corpo e na voz, a respiração, a gestualidade, os sons adequados à identidade do defunto, ao lugar onde prestam o serviço e ao pagamento recebido.

A jovem Pescadora é Iara Jesus, aluna finalista do Curso Profissional de Artes do Espectáculo da Escola Secundária Tomás Cabreira, de Faro, que realiza uma vez mais estágio profissional em espetáculos teatrais de Neusa Dias.

A concepção, pesquisa e direção é de Marta Gorgulho, Neusa Dias, Sara Martins, que também asseguram a interpretação com Iara Jesus.

O projeto é financiado pela Direção Regional de Cultura do Algarve no âmbito do DiVam – Dinamização e Valorização dos Monumentos.

Conta com o apoio da Camada – Centro Coreográfico Associação, Agrupamento de Escolas Tomás Cabreira e CCDT – Centro de Cultura e Desporto dos Trabalhadores da Câmara Municipal de Lagos.

A entrada é livre, mas a lotação limitada. As reservas podem ser feitas por email (co.N125@sraf@gmail.com) ou telemóvel (966 668 032).